Olha mais 1!!!! Vou correr pra postar o outro logo!! Espero que gostem dos capítulos que estou postando e que gostem da fic ao decorrer da mesma. Bjos <3
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CAPITULO 3
DEZ ANOS DEPOIS
WASHINGTON, DC
O Trabalho
de advogado criminal não é tão emocionante como se imagina. Nem sequer tão
emocionante como os estudantes de direito imaginam. Há um monte de
investigação, as referências de jurisprudência para embasar cada argumento nas
páginas e páginas dos códigos legais, os quais estão cheios de semântica para
dar aos leigos um tempo difícil. Se é parte de um escritório, quando finalmente
te passam um caso para representar na frente de um juiz, raramente há
revelações dramáticas e surpreendentes, e nem momentos como em Law and Order.
Geralmente é
só explicar os fatos para o júri, peça por peça. Uma das primeiras regras que
aprende na faculdade é: nunca faça uma pergunta que não saiba a resposta.
Sinto
destruir suas convicções, mas realmente é assim.
Nos Estados
Unidos da América, os acusados podem escolher quem decidirá seus destinos: um
juiz ou um júri. Sempre aconselho meus clientes a escolher o júri. É um milagre
fazer doze pessoas concordarem sobre onde almoçaram quem dirá sobre a inocência
ou culpa de um acusado. E uma anulação de júri, que é o que acontece quando não
podem concordar com um veredito, é uma vitória para a defesa.
Alguma vez
já escutou essa velha brincadeira sobre os jurados? Realmente quer ser
julgado por doze pessoas que não foram suficientemente inteligentes para sair
do serviço de jurados? Sim, isso é exatamente as pessoas que você quer te
julgando. E também porque os jurados são pessoas não familiarizadas com a lei.
E essas pessoas não podem se deixar influenciar... por um monte de elementos
que não tem nada a ver com os fatos.
Se um jurado
gosta de um acusado, teria mais dificuldades para condená-lo por um caso que
poderia manter sua bunda na prisão pelos próximos dez ou vinte anos. É por isso
que um ladrão se apresenta na corte bem vestido e não com o macacão laranja. É
exatamente por isso que o vestuário e o penteado de Casey Anthony foram
cuidadosamente escolhidos para fazer com ele parecesse docemente recatado.
Claro, se supõe que o júri seja imparcial, que devem basear seu julgamento nas
evidências apresentadas e nada mais.
Mas a
natureza humana não funciona dessa maneira.
A simpatia
dos advogados do acusado também tem peso. Se um advogado está descuidado, de
mau-humor ou é chato, os jurados se sentirão menos inclinados a acreditar na
sua versão do caso. Por outro lado, se o advogado de defesa parece ter o
controle da situação, fala bem e tem boa aparência, os estudos mostram que os
jurados são mais propensos a acreditar nesse advogado. E acreditar neles,
significa acreditar em seus clientes.
É importante
que pareça que não se esforça muito. Não aparentar ser suspeito ou vago, e a
última coisa que quer é dar uma pinta de “vendedor de carros usados”. As
pessoas sabem quando mente.
Mas aqui
está o mais importante: sempre que for possível, passem um bom tempo. Dê-lhes
algo para ver. Eles esperam “Objeções” e “Fora do lugar”, o barulho das mesas e
golpes do martelo. Esperam uma recreação ao vivo de Tom Cruise e Jack
Nicholson em Questão de Honra. O sistema pode ser chato, mas você
não tem que sê-lo. Pode ser divertido. Mostrar-lhes que tem uma grande
inteligência e que não tem medo de usá-la.
Meu pau é o
mais genial de todos, o júri não pode tirar os olhos dele.
Em sentido
figurado... e literalmente.
— Pode
continuar com as considerações finais, senhor Shaw.
— Obrigado
meritíssimo. — Me coloco de pé, abrindo o botão de meu terno cinza feito sob
medida.
Essa cor faz sucesso hoje em dia com as mulheres, e dez dos doze
membros do júri são mulheres.
Encontro
seus olhares com uma expressão contemplativa, e aumento a pausa, o que aumenta
a tensão dramática. Então começo.
— A
próxima vez que te ver, cortarei suas bolas e empurrarei por sua garganta.
Pausa.
Contato visual.
— Quando
te encontrar implorará para que eu te mate.
Pausa.
Aponto com o dedo.
— Só
espere idiota. Irei por você.
Saio detrás
da mesa da defesa e me posiciono de frente ao júri. — Essas são as palavras de
um homem que a acusação clama que é a... — pausa — vítima nesse caso. Vocês
viram as mensagens de texto. O escutaram admitir que enviou ao meu cliente. —
Faço um barulho com a língua. — Não soa como vítima para mim.
Todos os
olhos me seguem enquanto caminho como um professor dando uma aula. — Soa como
ameaças... das mais graves. De onde venho, ameaçar as bolas de um homem... não
há mais declaração de guerra do que essa.
Uma série de
baixas risadas sai dos membros do júri.
Coloco os
braços na grade da tribuna dos jurados, olhando cada um deles tempo suficiente
para que se sintam incluídos, preparando-os para a divulgação de um pequeno
segredo sujo.
— Ao longo
desse julgamento escutaram muitas coisas sobre o meu cliente, Pierce
Montgomery, que são pouco favorecedoras. Abomináveis inclusive. Aposto que não
lhes agradou muito. Para dizer a verdade, não me agradou muito também. Ele teve
uma aventura com uma mulher casada. Publicou fotos dela nas redes sociais sem
sua permissão. Estes não são atos de um homem honrado.
Sempre é
melhor tirar o mal do caminho. Como tirar uma bolsa de gordura velha: olhá-la e
logo seguir adiante faz com que, ao redor, fique menos propenso a quebrar.
— Se
estivesse sendo julgado pela decência humana, posso lhes assegurar que hoje,
aqui, eu não o defenderia.
Me
endireito, mantendo presa sua atenção. — Mas essa não é sua tarefa. Vocês estão
aqui para julgar suas ações na noite de quinze de março. Nós como sociedade não
penalizamos as pessoas por defender suas vidas ou seus corpos de danos físicos.
E isso é exatamente o que meu cliente fez essa noite. Quando se encontrou cara
a cara com o homem que o ameaçou sem descanso, teve todas as razões para
acreditar que ele cumpriria suas ameaças. Para temer por sua integridade
física... talvez por sua vida.
Faço uma
pausa, deixando que assimilem isso. E sei que estão comigo, vendo essa noite em
suas cabeças através dos olhos do fodido filho da puta que é muito sortudo em
me ter como advogado.
— Meu antigo
treinador de futebol nos dizia que uma ofensiva inteligente é a melhor defesa.
É uma lição que levo comigo desde o primeiro dia. Então, ainda que Pierce tenha
dado o primeiro golpe, era uma defesa. Já que atuou contra uma ameaça
conhecida, um medo razoável. Isso, senhoras e senhores, é sobre o que realmente
é esse caso.
De pé, em
frente a tribuna do júri, dou um passo para trás, dirigindo-me a eles em
conjunto. — Enquanto deliberam, estou certo de que concluirão que meu cliente
atuou em defesa própria. E darão um veredito de inocente.
Antes de
tomar meu assento na mesa da defesa, ponho o botão de ouro, em minhas
considerações finais. — Obrigada de novo pelo seu tempo e atenção, foram tão...
encantadores.
Isso faz
oito das dez mulheres sorrir, eu gosto dessa probabilidade.
Depois de me
sentar, minha co-defensora, com o rosto neutro, discretamente escreve em um
bloco, me passando.
Fez bem!
Os advogados
se comunicam por notas durante o julgamento porque é falta de educação ficar
sussurrando. E um sorriso ou gesto podem ser interpretados pelos jurados de uma
maneira que você não quer. Assim minha única reação visível é um rápido gesto
de acordo.
Minha reação
interna é um enorme sorriso. E escrevo de volta.
Fazer bem é como sempre
faço. Ou se esqueceu?
Demi é uma
tremenda profissional. Não ri nem um pouco. Ela simplesmente escreve.
Arrogante.
Me permito o
menor dos sorrisos.
Falando de traseiros, o
meu ainda tem marcas de suas unhas nele¹. Isso te deixa molhada?
1 Jogo de palavras entre
cocky ass (arrogante) e ass (traseiro).
É
inadequado, totalmente não profissional, mas também é malditamente divertido. O
fato de que nosso cliente imbecil ou qualquer pessoa sentada na primeira fila
da galeria atrás de nós poderiam ver o que está escrito, acrescenta uma emoção.
Como colocar os dedos em uma mulher debaixo da mesa de um restaurante cheio, o
potencial de que te descubram faz tudo ainda mais perigoso e quente.
Uma emoção
atravessa seus olhos enquanto responde:
Me deixou molhada com
“Senhoras e senhores”. Agora pare.
Respondo de
volta:
Paro? Ou guardo para
mais tarde?
Sou
recompensado com um simples e sutil sorriso. Mas é o suficiente.
Mais tarde me serve.
Depois da
réplica e de uma hora de instruções do juiz, os jurados se retiram para a sala
reservada para as deliberações deles e o tribunal entra em recesso. O que me
deu a oportunidade para me reunir com meu irmão de fraternidade em um bar
local, que serve os melhores sanduíches da cidade.
Entre os
horários de trabalho exigentes e a família, nós só temos tempo para nos ver uma
ou duas vezes por ano; quando vamos a cidade do outro por razões comerciais.
Drew Evans
não mudou muito desde os nossos dias em Columbia. O mesmo humor sarcástico, a
mesma arrogância que atrai as mulheres para ele como mariposas para uma luz. A
única diferença entre antes e agora é que ele não percebe a explosão de atenção
feminina que atrai. Ou, se nota, não corresponde.
— Você tem
certeza que não gostaria de algo mais? Qualquer coisa? — Pergunta com esperança
a garçonete de vinte e poucos anos... pela terceira vez em quinze minutos.
Ele toma um
gole de cerveja, então se despede com: — Nope. Eu ainda estou bem, obrigado.
Com os ombros
curvados, ela corre.
Drew é um
banqueiro de investimento na empresa de seu pai em New York City. Ele também é
o meu banqueiro de investimento; a razão pela qual dois anos de faculdade de Mary
já estão bem colocados em um fundo de 529. Misturar dinheiro e amizade pode não
parecer uma jogada inteligente, mas quando seus amigos são tão talentosos em
ganhar dinheiro como são os meus é brilhante.
Seu telefone
toca com uma mensagem de texto. Observa a tela e um sorriso bobo se espalha por
seu rosto... o tipo de sorriso que eu vi apenas uma vez antes: no seu
casamento, há oito meses.
Eu limpo
minha boca com um guardanapo, e jogo sobre a mesa, e inclino a cadeira para
trás sobre duas pernas. — Então... como está Kate nos dias de hoje?
Kate é a
esposa de Drew.
Sua
extremamente bela esposa.
A
extremamente bela esposa com quem dancei brevemente em sua recepção de
casamento. E meu amigo não pareceu gostar nem um pouco.
Que tipo de
amigo eu seria se não brincasse com ele sobre isso?
Ele olha
para cima com um sorriso. — Kate está fantástica. Ela é casada comigo ... o que
mais poderia ser?
— Lhe
entregou meu cartão? — Pressiono. — Por que ela pode contatar-me para serviços
jurídicos... ou qualquer outro serviço que ela pode precisar?
Eu sorrio
quando ele franze a testa.
— Não, eu
não lhe dei o seu cartão. Imbecil. — Ele se inclina para a frente, de repente
risonho. — Além disso, Kate não gosta de você.
— É isso que
você diz a si mesmo?
Ele ri. — É
verdade, ela acha que você é ambíguo. Você é um advogado de defesa, Kate é mãe.
Ela acredita que você deixa molestadores de criança caminhar pelas ruas.
É um erro
comum, e completamente impreciso. Os advogados de defesa mantem o sistema legal
honesta; saudável. Nós defendemos para o inocente, o indivíduo pequeno, e nós
somos tudo o que fica entre ele e o poder irrestrito do Estado. Mas as pessoas
se esquecem dessa parte, é tudo sobre pedófilos e ladrões de fundos de
aposentadoria em Wall Street.
— Eu tenho uma
filha. — Discuto. — Não defenderia um molestador de criança.
Drew não
concorda com meu raciocínio. — Se é para ser o sócio, você defende aqueles que
lhe dizem que você defende.
Dou de
ombros sem me comprometer.
— Falando de
sua filha, quantos anos tem? Dez?
Como sempre,
o tema da minha filha faz o meu peito inchar imediatamente orgulho. — Onze anos
mês passado. — De repente, eu puxo meu telefone e mostro as imagens que
representam a maioria das minhas memórias. — Acaba de competir pela equipe de
torcida. E no Sul, anima-se um esporte de verdade, nada dessa merda
"ra-ra" pom-pom.
Jenny e Mary
ainda vivem em Mississippi. Depois de Columbia, ao ir para a faculdade de
direito da Universidade George Washington, falamos sobre ela vir morar comigo
em DC, mas Jenny não acreditava que a cidade era um lugar para educar uma
criança. Ela queria que a nossa filha crescesse como nós, com natação no rio,
andar de bicicleta em estradas de terra, correndo descalço pelos campos e indo
para churrascos depois da igreja aos domingos.
Eu concordei
com ela, eu não gostava, mas eu aceitei.
Drew
assobiou quando eu mostrei as fotos mais recentes, coberta com as cores da
equipe verde e ouro. Seu longo cabelo loiro ondulado em cachos estava preso no
topo da cabeça, com os olhos azuis brilhantes como o céu e sorriso branco
pérola impressionante.
— Ela é uma
beleza, Shaw. Felizmente parece com sua mãe. Eu espero que você tenha pronto um
taco de beisebol.
Estou muito
à frente dele. — Não, cara, eu tenho uma espingarda.
Acena com a
cabeça em aprovação e bate no meu braço.
— Olá,
estranho, há muito tempo que não vemos. — Meus olhos são atraídos para a
magnífica silhueta de Demi Devonne Ludwig, minha co-orientadora, entre outras
coisas, à medida que se aproxima a nossa mesa.
A roupa não
só faz o homem, faz uma declaração para uma mulher. Parecem particularmente
ótimas sobre Demi. Ela se veste como ela é, impecável, perspicaz, elegante, e
tão sexy que dá água na boca. Sua blusa de seda vermelha é abotoada com bom
gosto, revelando apenas alguns centímetros de sua pele bronzeada abaixo de sua
clavícula, nem mesmo uma sugestão de seus seios. Mas o tecido acentua a
abundância dada por Deus de seus seios cheios, firme e, porra, bonitos. Um
cinza casaco de tweed curto cobrindo os braços longos e elegantes, e combinando
saia lápis, que abraça o grande arredondamento dos quadris, antes de revelar
suas longas pernas tonificadas.
— Onde você
estava se escondendo? — Pergunto, então aponto para uma cadeira vazia. — Quer
se juntar a nós?
Lábios
naturalmente vermelhos sorriem para mim em resposta. — Obrigada, mas não, acabo
de almoçar com Brent na parte de trás.
Faço um
gesto enquanto realizo as apresentações. — Drew Evans, ela é Demi Ludwig, uma
libertadora de molestadores de crianças de acordo com sua esposa. — As
sobrancelhas de Demi arqueiam ligeiramente na descrição, mas continuo. — Dem,
esse é Drew Evans, meu velho amigo da faculdade, meu atual banqueiro de
investimento, e apenas um bastardo rude ao redor.
Ignorando a
minha dica, ele estende a mão. — Prazer em conhecê-la Demi.
— O mesmo
digo.
Verifica as
horas em seu Rolex e diz: — Joseph, você também deveria ir. Você não quer
perder o veredicto.
Encontro-me
balançando a cabeça antes que ela termine de falar. Porque nós temos discutido isso
desde o início do julgamento. — Minha querida, eu tenho todo o tempo do mundo.
Inferno, eu posso até mesmo pedir a sobremesa, por que o júri não voltará até
segunda-feira, pelo menos.
— Pode ser
que você seja o Encantador de Júris. — Seus dedos bem cuidados giram em um
círculo, como se evocando uma bola de vidro. — Mas eu sou a Vidente do Júri. E
eu vejo que essas donas de casa querem apagar este julgamento de suas listas
para este fim de semana.
— Encantador
de Júris? — Drew comenta secamente. — Isso é adorável.
Puxei o dedo
enquanto digo a Demi: — Desta vez a sua visão está errada.
Sua boca se
abre. — Você se importaria de fazer uma grande aposta garotão?
— Quais são
os seus termos da sua doçura? — Eu respondo com um sorriso ousado.
Evans observa
com alegria indisfarçável nossa disputa.
Ela descansa
os braços sobre a mesa, inclinando-se para frente. E eu tenho um novo apreço
pela gravidade porque é a força que faz com que a blusa caia além do seu corpo,
dando-me uma visão deliciosa de seus peitos impressionantes envolto em um sutiã
preto delicado.
— O Porsche.
Pego de
surpresa, meus olhos ficam bem abertos. Ela não mediu palavras.
Sabe que meu
conversível 911 Carrera 4S Cabriolet prata é o meu bem mais precioso. A
primeira coisa que eu comprei para mim quando fui contratado pela prestigiada
firma de advocacia Adams & Williams, há quatro anos. É intocado. Não sai na
chuva. Não estaciono onde um pássaro pode defecar nele. Não é dirigido por
ninguém além de mim.
— Se o júri
retornar hoje, você deixa-me tomar o seu Porsche para o passeio de sua vida.
Ela olha
para mim, esperando.
Eu passo
meus dedos ao longo da minha mandíbula, debatendo-me.
— Tem caixa
de câmbios. — Aviso suavemente.
— Pft,
Moleza.
— O que
ganho, quando você perder a aposta?
Ela se
endireita, parecendo satisfeita consigo mesma, mesmo que não tenha ouvido os
meus termos. — O que quer?
As curvas
imagem de Demi mal cobertas por um pequeno biquíni vermelho, molhado e
ensaboado com espuma, se infiltra em meu cérebro. E eu não posso conter o
sorriso lascivo que adorna meu rosto. — Você vai ter que lavar a Porsche a mão,
uma vez por semana durante um mês.
Não hesita.
— Feito.
Antes de dar
as mãos para fechar o negócio, eu olho em seus olhos e deliberadamente cuspo na
palma da minha mão. Nossa aderência é escorregadia. Seu nariz se enruga, mas
seus olhos, seu olhos de uma forma divertida tem chamas de fogo que só eu posso
ler.
Ela gosta
disso.
Depois de
soltar meu aperto, limpa a mão com um guardanapo. Brent Mason, em seguida, sai
do banheiro para se reunir conosco. Brent é um associado de nossa empresa, que
começou no mesmo ano que Demi e eu, mesmo que ele parece muito mais jovem. Seus
redondos olhos azuis, cabelo castanho ondulado e uma personalidade
despreocupada invoca sentimentos semelhantes ao de um irmão protetor. O ato de
coxear, que acompanha o seu pé aumenta a impressão juvenil, mas, na verdade, é
o resultado da prótese na perna esquerda, resultado de um acidente na infância.
O evento pode ter levado a sua integridade física, mas o clima amigável e
jovial de Brent permanece completamente intacto.
Como todos
os parceiros da nossa empresa, Brent compartilha o escritório com Demi. Eles
são próximos, mas de uma forma estritamente platônica, o tipo de zona de amigo.
Ele também
tem mais dinheiro do que Deus, ou pelo menos a sua família. Dinheiro velho, o
tipo de riqueza abundante cujas férias são sempre no sul da França ou que são
capazes de retirarem-se para sua casa de campo no Potomac² quando eles precisam
de uma pausa da cidade. O pai de Brent tem aspirações políticas para o seu
único filho e acredita que um registro impressionante como promotor estabelece
as bases para essas ambições. Que é precisamente a razão pela qual Brent se
revelou e se tornou um advogado de defesa criminal.
2 Potomac é uma região
localizada no estado americano de Evaland, no Condado de Montgomery.
— Olá, Shaw.
— Saúda.
Gesticulo
com a cabeça. — Mason. — Gesticulo de volta para Drew. — Brent Mason, este é
Drew Evans, um velho amigo. — Meus olhos caem sobre ele. — Brent é outro
advogado em nossa empresa.
Dão-se as
mãos com firmeza, em seguida, Drew diz. — Jesus, há alguém em DC que não é um
advogado?
Eu ri. — A
maioria per capita no país.
Antes que
ele possa responder com o que eu apostaria minha vida que teria sido um
insulto, Brent solta: — Demi está pronta para ir? Eu tenho um cliente que vem
em vinte minutos.
— Estou
pronta. Drew foi um prazer conhecê-lo. Joseph, eu vou ver você em breve no
tribunal.
Finjo confusão.
— Quer dizer no escritório?
Com um aceno
de cabeça, deixa que Brent a conduza em direção à porta.
Eu vejo como
ela sai. E aproveito cada maldito segundo.
O que não
passa despercebida. — Você realmente acha que é sábio?
Minha
atenção é arrastada de volta para ele. — O que é isso?
— Sexo com
sua colega. — Esclarece Evans. — Você acha que isso é sábio?
Eu paro por
um momento, me perguntando como ele sabia... e então eu rio de mim mesmo por
perguntar ... porque é claro que ele saberia.
— Isto vem
do homem que se casou com sua colega de trabalho alguns meses atrás?
Drew se
inclina para trás, descansando um braço na cadeira atrás de mim. — Isso é
completamente diferente. Kate e eu somos especiais.
Eu bebo
minha água. — O que faz você pensar que Dem e eu transamos?
— Ah...
porque eu tenho olhos. E orelhas. E a tensão sexual que testemunhei não está
resolvida. Por certo, você ficou aquém com a aposta. Minhas palavras teriam
sido primeira foda no capô do carro, em seguida, eles lavá-lo. —
Ele encolhe os ombros. — Mas esse sou eu. Agora, de volta à minha pergunta
original...
Na verdade,
não há razão para negar. — Demi é, sem dúvida, a mulher mais sábia que eu já
estive.
Não aprova.
— Shaw, você anda por um caminho perigoso. Um campo minado de desconforto
feminino e desprezo.
Eu
compreendo as suas preocupações, mas não são necessárias. Demi é uma mulher em
todos os lugares importantes, mas com a praticidade de um homem. Não há
minivans ou cercas brancas no futuro, só escritórios e horas trabalhadas. É
franca, direta, mas também divertida. Uma mulher que eu considero uma amiga,
alguém com quem desfruto sair tanto quanto desfruto foder.
Nosso
arranjo começou há seis meses. A primeira vez foi espontânea, imprudente. Eu
sabia que a queria, mas eu não tinha percebido o quanto até a noite em que
estávamos sozinhos no porão da biblioteca da empresa. Ambos trabalhando até
tarde, tensos e duramente pressionados pelo tempo, em um dado momento, nós
estávamos discutindo os pontos mais delicados de Miranda contra o Arizona e no
outro estávamos arrancando a roupa um do outro, contra as pilhas de grossos
volumes encadernados em pele, no cio como animais selvagens.
Também
soávamos como eles.
Eu fico
animado toda vez que penso nos sons que Demi fez naquela noite, uma sinfonia de
suspiros, gemidos e grunhidos que resultou em nós fazendo três vezes. Um
triplo. E quando meu orgasmo finalmente tomou conta de mim, merda, eu não
consegui sentir minhas pernas por cinco minutos completos.
Depois disso,
quando estávamos suados e descabelados como soldados depois de uma batalha,
falamos. Nós concordamos que isso era algo que ambos desejávamos fazer
novamente, e novamente, um apaziguador do stress necessário que se encaixaria
perfeitamente em nossos horários.
Não é tão
frio quanto parece. Mas é... fácil.
Eu sorrio. —
Não, cara, Demi é como... um dos caras.
— Você
foderia com um dos rapazes?
Eu franzi a
testa. — Não parece quente quando você diz assim. O que quero dizer é que ela
vive para o trabalho, como eu. Tentar se tornar um sócio não deixa muito tempo
para mais nada. É conveniente e, porra, bonito. Eu sei que você é casado e tudo
isso, mas você tem que encontrar um meio morto para não notá-la. E mesmo assim,
as mamas dela convenceriam um cadáver a ter uma ereção.
— Oh, eu
notei, acredite em mim. — Diz. — Ela sabe sobre a sua amiga sexual em
Mississippi?
— Jenny não
é minha amiga sexual. ¬— Reclamo. — Imbecil.
— Bem, não é
sua namorada ou sua esposa. É a garota que você fode quando passa rapidamente
pela cidade. Eu odeio dizer, mas essa é a definição de amiga sexual.
Às vezes a
propensão de Drew chamar as coisas como vê, coloca suas bolas em grave perigo
de serem atingidas.
— Demi sabe
tudo sobre Jenn e Mary.
—
Interessante. — Em seguida, vem o conselho. — Só estou dizendo que, numa
situação como esta pode tornar-se complicada para você. O arrependimento é uma
mordida na bunda que morde como um bastardo. Eu estive lá, não é divertido.
— Obrigado
pelo aviso. Mas eu posso lidar com isso.
— Últimas
palavras famosas. Basta lembrar que, no momento em que você perceber que não
pode lidar com isso, será tarde demais. — Verifica o relógio e levanta. — E por
falar nisso, eu tenho que ir, eu tenho que pegar o trem.
Levanto-me e
atinjo seu braço. — Ei, por que você não fica esta noite em DC? Organizarei um
jogo de poker com os caras, será como nos velhos tempos.
Levanta suas
mãos, pesando as opções. — Vamos ver... tirar dinheiro de Shaw... ou ir para
casa com a mulher deslumbrante que me mandou mensagens sexys toda a tarde? Não
há competição. Gosto de você, mas nunca será tanto assim.
Nós nos
abraçamos rapidamente, batendo nas costas um do outro, ambos comprometendo-nos
a fazer isso novamente em breve.
Foi quando
meu telefone tocou. Levantei-me da mesa, e li a mensagem.
Enquanto de
Drew pega a sua mala debaixo da mesa, eu mostro o meu telefone.
— O Júri
está de volta.
Ele ri de
mim. — Para o seu bem, espero que ela seja tão boa com a caixa de marchas como
disse. — Ele faz uma pausa, então sorri. — Mas eu acho que você já sabe que ela
é.
Com um golpe
final para o meu braço, ele se dirige para a porta. — Até, cara.
— Dê a Kate
as minhas saudações. — Grito atrás dele. — E o meu cartão!
Não se vira,
nem não para de andar, apenas levanta a mão, o dedo médio estendido alta e
claramente acima da cabeça.
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