24.4.17

Capitulo 3

Olha mais 1!!!! Vou correr pra postar o outro logo!! Espero que gostem dos capítulos que estou postando e que gostem da fic ao decorrer da mesma. Bjos <3

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CAPITULO 3

DEZ ANOS DEPOIS

WASHINGTON, DC

O Trabalho de advogado criminal não é tão emocionante como se imagina. Nem sequer tão emocionante como os estudantes de direito imaginam. Há um monte de investigação, as referências de jurisprudência para embasar cada argumento nas páginas e páginas dos códigos legais, os quais estão cheios de semântica para dar aos leigos um tempo difícil. Se é parte de um escritório, quando finalmente te passam um caso para representar na frente de um juiz, raramente há revelações dramáticas e surpreendentes, e nem momentos como em Law and Order.

Geralmente é só explicar os fatos para o júri, peça por peça. Uma das primeiras regras que aprende na faculdade é: nunca faça uma pergunta que não saiba a resposta.

Sinto destruir suas convicções, mas realmente é assim.

Nos Estados Unidos da América, os acusados podem escolher quem decidirá seus destinos: um juiz ou um júri. Sempre aconselho meus clientes a escolher o júri. É um milagre fazer doze pessoas concordarem sobre onde almoçaram quem dirá sobre a inocência ou culpa de um acusado. E uma anulação de júri, que é o que acontece quando não podem concordar com um veredito, é uma vitória para a defesa.

Alguma vez já escutou essa velha brincadeira sobre os jurados? Realmente quer ser julgado por doze pessoas que não foram suficientemente inteligentes para sair do serviço de jurados? Sim, isso é exatamente as pessoas que você quer te julgando. E também porque os jurados são pessoas não familiarizadas com a lei. E essas pessoas não podem se deixar influenciar... por um monte de elementos que não tem nada a ver com os fatos.

Se um jurado gosta de um acusado, teria mais dificuldades para condená-lo por um caso que poderia manter sua bunda na prisão pelos próximos dez ou vinte anos. É por isso que um ladrão se apresenta na corte bem vestido e não com o macacão laranja. É exatamente por isso que o vestuário e o penteado de Casey Anthony foram cuidadosamente escolhidos para fazer com ele parecesse docemente recatado. Claro, se supõe que o júri seja imparcial, que devem basear seu julgamento nas evidências apresentadas e nada mais.

Mas a natureza humana não funciona dessa maneira.

A simpatia dos advogados do acusado também tem peso. Se um advogado está descuidado, de mau-humor ou é chato, os jurados se sentirão menos inclinados a acreditar na sua versão do caso. Por outro lado, se o advogado de defesa parece ter o controle da situação, fala bem e tem boa aparência, os estudos mostram que os jurados são mais propensos a acreditar nesse advogado. E acreditar neles, significa acreditar em seus clientes.

É importante que pareça que não se esforça muito. Não aparentar ser suspeito ou vago, e a última coisa que quer é dar uma pinta de “vendedor de carros usados”. As pessoas sabem quando mente.

Mas aqui está o mais importante: sempre que for possível, passem um bom tempo. Dê-lhes algo para ver. Eles esperam “Objeções” e “Fora do lugar”, o barulho das mesas e golpes do martelo. Esperam uma recreação ao vivo de Tom Cruise e Jack Nicholson em Questão de Honra. O sistema pode ser chato, mas você não tem que sê-lo. Pode ser divertido. Mostrar-lhes que tem uma grande inteligência e que não tem medo de usá-la.

Meu pau é o mais genial de todos, o júri não pode tirar os olhos dele.

Em sentido figurado... e literalmente.

— Pode continuar com as considerações finais, senhor Shaw.

— Obrigado meritíssimo. — Me coloco de pé, abrindo o botão de meu terno cinza feito sob medida. 

Essa cor faz sucesso hoje em dia com as mulheres, e dez dos doze membros do júri são mulheres.

Encontro seus olhares com uma expressão contemplativa, e aumento a pausa, o que aumenta a tensão dramática. Então começo.

— A próxima vez que te ver, cortarei suas bolas e empurrarei por sua garganta.

Pausa. Contato visual.

— Quando te encontrar implorará para que eu te mate.

Pausa. Aponto com o dedo.

— Só espere idiota. Irei por você.

Saio detrás da mesa da defesa e me posiciono de frente ao júri. — Essas são as palavras de um homem que a acusação clama que é a... — pausa — vítima nesse caso. Vocês viram as mensagens de texto. O escutaram admitir que enviou ao meu cliente. — Faço um barulho com a língua. — Não soa como vítima para mim.

Todos os olhos me seguem enquanto caminho como um professor dando uma aula. — Soa como ameaças... das mais graves. De onde venho, ameaçar as bolas de um homem... não há mais declaração de guerra do que essa.

Uma série de baixas risadas sai dos membros do júri.

Coloco os braços na grade da tribuna dos jurados, olhando cada um deles tempo suficiente para que se sintam incluídos, preparando-os para a divulgação de um pequeno segredo sujo.

— Ao longo desse julgamento escutaram muitas coisas sobre o meu cliente, Pierce Montgomery, que são pouco favorecedoras. Abomináveis inclusive. Aposto que não lhes agradou muito. Para dizer a verdade, não me agradou muito também. Ele teve uma aventura com uma mulher casada. Publicou fotos dela nas redes sociais sem sua permissão. Estes não são atos de um homem honrado.

Sempre é melhor tirar o mal do caminho. Como tirar uma bolsa de gordura velha: olhá-la e logo seguir adiante faz com que, ao redor, fique menos propenso a quebrar.

— Se estivesse sendo julgado pela decência humana, posso lhes assegurar que hoje, aqui, eu não o defenderia.

Me endireito, mantendo presa sua atenção. — Mas essa não é sua tarefa. Vocês estão aqui para julgar suas ações na noite de quinze de março. Nós como sociedade não penalizamos as pessoas por defender suas vidas ou seus corpos de danos físicos. E isso é exatamente o que meu cliente fez essa noite. Quando se encontrou cara a cara com o homem que o ameaçou sem descanso, teve todas as razões para acreditar que ele cumpriria suas ameaças. Para temer por sua integridade física... talvez por sua vida.

Faço uma pausa, deixando que assimilem isso. E sei que estão comigo, vendo essa noite em suas cabeças através dos olhos do fodido filho da puta que é muito sortudo em me ter como advogado.

— Meu antigo treinador de futebol nos dizia que uma ofensiva inteligente é a melhor defesa. É uma lição que levo comigo desde o primeiro dia. Então, ainda que Pierce tenha dado o primeiro golpe, era uma defesa. Já que atuou contra uma ameaça conhecida, um medo razoável. Isso, senhoras e senhores, é sobre o que realmente é esse caso.

De pé, em frente a tribuna do júri, dou um passo para trás, dirigindo-me a eles em conjunto. — Enquanto deliberam, estou certo de que concluirão que meu cliente atuou em defesa própria. E darão um veredito de inocente.

Antes de tomar meu assento na mesa da defesa, ponho o botão de ouro, em minhas considerações finais. — Obrigada de novo pelo seu tempo e atenção, foram tão... encantadores.

Isso faz oito das dez mulheres sorrir, eu gosto dessa probabilidade.

Depois de me sentar, minha co-defensora, com o rosto neutro, discretamente escreve em um bloco, me passando.

Fez bem!

Os advogados se comunicam por notas durante o julgamento porque é falta de educação ficar sussurrando. E um sorriso ou gesto podem ser interpretados pelos jurados de uma maneira que você não quer. Assim minha única reação visível é um rápido gesto de acordo.

Minha reação interna é um enorme sorriso. E escrevo de volta.

Fazer bem é como sempre faço. Ou se esqueceu?

Demi é uma tremenda profissional. Não ri nem um pouco. Ela simplesmente escreve.

Arrogante.

Me permito o menor dos sorrisos.

Falando de traseiros, o meu ainda tem marcas de suas unhas nele¹. Isso te deixa molhada?

1 Jogo de palavras entre cocky ass (arrogante) e ass (traseiro).

É inadequado, totalmente não profissional, mas também é malditamente divertido. O fato de que nosso cliente imbecil ou qualquer pessoa sentada na primeira fila da galeria atrás de nós poderiam ver o que está escrito, acrescenta uma emoção. Como colocar os dedos em uma mulher debaixo da mesa de um restaurante cheio, o potencial de que te descubram faz tudo ainda mais perigoso e quente.

Uma emoção atravessa seus olhos enquanto responde:

Me deixou molhada com “Senhoras e senhores”. Agora pare.

Respondo de volta:

Paro? Ou guardo para mais tarde?

Sou recompensado com um simples e sutil sorriso. Mas é o suficiente.

Mais tarde me serve.

Depois da réplica e de uma hora de instruções do juiz, os jurados se retiram para a sala reservada para as deliberações deles e o tribunal entra em recesso. O que me deu a oportunidade para me reunir com meu irmão de fraternidade em um bar local, que serve os melhores sanduíches da cidade.

Entre os horários de trabalho exigentes e a família, nós só temos tempo para nos ver uma ou duas vezes por ano; quando vamos a cidade do outro por razões comerciais.

Drew Evans não mudou muito desde os nossos dias em Columbia. O mesmo humor sarcástico, a mesma arrogância que atrai as mulheres para ele como mariposas para uma luz. A única diferença entre antes e agora é que ele não percebe a explosão de atenção feminina que atrai. Ou, se nota, não corresponde.

— Você tem certeza que não gostaria de algo mais? Qualquer coisa? — Pergunta com esperança a garçonete de vinte e poucos anos... pela terceira vez em quinze minutos.

Ele toma um gole de cerveja, então se despede com: — Nope. Eu ainda estou bem, obrigado.

Com os ombros curvados, ela corre.

Drew é um banqueiro de investimento na empresa de seu pai em New York City. Ele também é o meu banqueiro de investimento; a razão pela qual dois anos de faculdade de Mary já estão bem colocados em um fundo de 529. Misturar dinheiro e amizade pode não parecer uma jogada inteligente, mas quando seus amigos são tão talentosos em ganhar dinheiro como são os meus é brilhante.

Seu telefone toca com uma mensagem de texto. Observa a tela e um sorriso bobo se espalha por seu rosto... o tipo de sorriso que eu vi apenas uma vez antes: no seu casamento, há oito meses.

Eu limpo minha boca com um guardanapo, e jogo sobre a mesa, e inclino a cadeira para trás sobre duas pernas. — Então... como está Kate nos dias de hoje?

Kate é a esposa de Drew.

Sua extremamente bela esposa.

A extremamente bela esposa com quem dancei brevemente em sua recepção de casamento. E meu amigo não pareceu gostar nem um pouco.

Que tipo de amigo eu seria se não brincasse com ele sobre isso?

Ele olha para cima com um sorriso. — Kate está fantástica. Ela é casada comigo ... o que mais poderia ser?

— Lhe entregou meu cartão? — Pressiono. — Por que ela pode contatar-me para serviços jurídicos... ou qualquer outro serviço que ela pode precisar?

Eu sorrio quando ele franze a testa.

— Não, eu não lhe dei o seu cartão. Imbecil. — Ele se inclina para a frente, de repente risonho. — Além disso, Kate não gosta de você.

— É isso que você diz a si mesmo?

Ele ri. — É verdade, ela acha que você é ambíguo. Você é um advogado de defesa, Kate é mãe. Ela acredita que você deixa molestadores de criança caminhar pelas ruas.

É um erro comum, e completamente impreciso. Os advogados de defesa mantem o sistema legal honesta; saudável. Nós defendemos para o inocente, o indivíduo pequeno, e nós somos tudo o que fica entre ele e o poder irrestrito do Estado. Mas as pessoas se esquecem dessa parte, é tudo sobre pedófilos e ladrões de fundos de aposentadoria em Wall Street.

— Eu tenho uma filha. — Discuto. — Não defenderia um molestador de criança.

Drew não concorda com meu raciocínio. — Se é para ser o sócio, você defende aqueles que lhe dizem que você defende.

Dou de ombros sem me comprometer.

— Falando de sua filha, quantos anos tem? Dez?

Como sempre, o tema da minha filha faz o meu peito inchar imediatamente orgulho. — Onze anos mês passado. — De repente, eu puxo meu telefone e mostro as imagens que representam a maioria das minhas memórias. — Acaba de competir pela equipe de torcida. E no Sul, anima-se um esporte de verdade, nada dessa merda "ra-ra" pom-pom.

Jenny e Mary ainda vivem em Mississippi. Depois de Columbia, ao ir para a faculdade de direito da Universidade George Washington, falamos sobre ela vir morar comigo em DC, mas Jenny não acreditava que a cidade era um lugar para educar uma criança. Ela queria que a nossa filha crescesse como nós, com natação no rio, andar de bicicleta em estradas de terra, correndo descalço pelos campos e indo para churrascos depois da igreja aos domingos.

Eu concordei com ela, eu não gostava, mas eu aceitei.

Drew assobiou quando eu mostrei as fotos mais recentes, coberta com as cores da equipe verde e ouro. Seu longo cabelo loiro ondulado em cachos estava preso no topo da cabeça, com os olhos azuis brilhantes como o céu e sorriso branco pérola impressionante.

— Ela é uma beleza, Shaw. Felizmente parece com sua mãe. Eu espero que você tenha pronto um taco de beisebol.

Estou muito à frente dele. — Não, cara, eu tenho uma espingarda.

Acena com a cabeça em aprovação e bate no meu braço.

— Olá, estranho, há muito tempo que não vemos. — Meus olhos são atraídos para a magnífica silhueta de Demi Devonne Ludwig, minha co-orientadora, entre outras coisas, à medida que se aproxima a nossa mesa.

A roupa não só faz o homem, faz uma declaração para uma mulher. Parecem particularmente ótimas sobre Demi. Ela se veste como ela é, impecável, perspicaz, elegante, e tão sexy que dá água na boca. Sua blusa de seda vermelha é abotoada com bom gosto, revelando apenas alguns centímetros de sua pele bronzeada abaixo de sua clavícula, nem mesmo uma sugestão de seus seios. Mas o tecido acentua a abundância dada por Deus de seus seios cheios, firme e, porra, bonitos. Um cinza casaco de tweed curto cobrindo os braços longos e elegantes, e combinando saia lápis, que abraça o grande arredondamento dos quadris, antes de revelar suas longas pernas tonificadas.

— Onde você estava se escondendo? — Pergunto, então aponto para uma cadeira vazia. — Quer se juntar a nós?

Lábios naturalmente vermelhos sorriem para mim em resposta. — Obrigada, mas não, acabo de almoçar com Brent na parte de trás.

Faço um gesto enquanto realizo as apresentações. — Drew Evans, ela é Demi Ludwig, uma libertadora de molestadores de crianças de acordo com sua esposa. — As sobrancelhas de Demi arqueiam ligeiramente na descrição, mas continuo. — Dem, esse é Drew Evans, meu velho amigo da faculdade, meu atual banqueiro de investimento, e apenas um bastardo rude ao redor.

Ignorando a minha dica, ele estende a mão. — Prazer em conhecê-la Demi.

— O mesmo digo.

Verifica as horas em seu Rolex e diz: — Joseph, você também deveria ir. Você não quer perder o veredicto.

Encontro-me balançando a cabeça antes que ela termine de falar. Porque nós temos discutido isso desde o início do julgamento. — Minha querida, eu tenho todo o tempo do mundo. Inferno, eu posso até mesmo pedir a sobremesa, por que o júri não voltará até segunda-feira, pelo menos.

— Pode ser que você seja o Encantador de Júris. — Seus dedos bem cuidados giram em um círculo, como se evocando uma bola de vidro. — Mas eu sou a Vidente do Júri. E eu vejo que essas donas de casa querem apagar este julgamento de suas listas para este fim de semana.

— Encantador de Júris? — Drew comenta secamente. — Isso é adorável.

Puxei o dedo enquanto digo a Demi: — Desta vez a sua visão está errada.

Sua boca se abre. — Você se importaria de fazer uma grande aposta garotão?

— Quais são os seus termos da sua doçura? — Eu respondo com um sorriso ousado.

Evans observa com alegria indisfarçável nossa disputa.

Ela descansa os braços sobre a mesa, inclinando-se para frente. E eu tenho um novo apreço pela gravidade porque é a força que faz com que a blusa caia além do seu corpo, dando-me uma visão deliciosa de seus peitos impressionantes envolto em um sutiã preto delicado.

— O Porsche.

Pego de surpresa, meus olhos ficam bem abertos. Ela não mediu palavras.

Sabe que meu conversível 911 Carrera 4S Cabriolet prata é o meu bem mais precioso. A primeira coisa que eu comprei para mim quando fui contratado pela prestigiada firma de advocacia Adams & Williams, há quatro anos. É intocado. Não sai na chuva. Não estaciono onde um pássaro pode defecar nele. Não é dirigido por ninguém além de mim.

— Se o júri retornar hoje, você deixa-me tomar o seu Porsche para o passeio de sua vida.

Ela olha para mim, esperando.

Eu passo meus dedos ao longo da minha mandíbula, debatendo-me.

— Tem caixa de câmbios. — Aviso suavemente.

— Pft, Moleza.

— O que ganho, quando você perder a aposta?

Ela se endireita, parecendo satisfeita consigo mesma, mesmo que não tenha ouvido os meus termos. — O que quer?

As curvas imagem de Demi mal cobertas por um pequeno biquíni vermelho, molhado e ensaboado com espuma, se infiltra em meu cérebro. E eu não posso conter o sorriso lascivo que adorna meu rosto. — Você vai ter que lavar a Porsche a mão, uma vez por semana durante um mês.

Não hesita. — Feito.

Antes de dar as mãos para fechar o negócio, eu olho em seus olhos e deliberadamente cuspo na palma da minha mão. Nossa aderência é escorregadia. Seu nariz se enruga, mas seus olhos, seu olhos de uma forma divertida tem chamas de fogo que só eu posso ler.

Ela gosta disso.

Depois de soltar meu aperto, limpa a mão com um guardanapo. Brent Mason, em seguida, sai do banheiro para se reunir conosco. Brent é um associado de nossa empresa, que começou no mesmo ano que Demi e eu, mesmo que ele parece muito mais jovem. Seus redondos olhos azuis, cabelo castanho ondulado e uma personalidade despreocupada invoca sentimentos semelhantes ao de um irmão protetor. O ato de coxear, que acompanha o seu pé aumenta a impressão juvenil, mas, na verdade, é o resultado da prótese na perna esquerda, resultado de um acidente na infância. O evento pode ter levado a sua integridade física, mas o clima amigável e jovial de Brent permanece completamente intacto.

Como todos os parceiros da nossa empresa, Brent compartilha o escritório com Demi. Eles são próximos, mas de uma forma estritamente platônica, o tipo de zona de amigo.

Ele também tem mais dinheiro do que Deus, ou pelo menos a sua família. Dinheiro velho, o tipo de riqueza abundante cujas férias são sempre no sul da França ou que são capazes de retirarem-se para sua casa de campo no Potomac² quando eles precisam de uma pausa da cidade. O pai de Brent tem aspirações políticas para o seu único filho e acredita que um registro impressionante como promotor estabelece as bases para essas ambições. Que é precisamente a razão pela qual Brent se revelou e se tornou um advogado de defesa criminal.

2 Potomac é uma região localizada no estado americano de Evaland, no Condado de Montgomery.

— Olá, Shaw. — Saúda.

Gesticulo com a cabeça. — Mason. — Gesticulo de volta para Drew. — Brent Mason, este é Drew Evans, um velho amigo. — Meus olhos caem sobre ele. — Brent é outro advogado em nossa empresa.

Dão-se as mãos com firmeza, em seguida, Drew diz. — Jesus, há alguém em DC que não é um advogado?

Eu ri. — A maioria per capita no país.

Antes que ele possa responder com o que eu apostaria minha vida que teria sido um insulto, Brent solta: — Demi está pronta para ir? Eu tenho um cliente que vem em vinte minutos.

— Estou pronta. Drew foi um prazer conhecê-lo. Joseph, eu vou ver você em breve no tribunal.

Finjo confusão. — Quer dizer no escritório?

Com um aceno de cabeça, deixa que Brent a conduza em direção à porta.

Eu vejo como ela sai. E aproveito cada maldito segundo.

O que não passa despercebida. — Você realmente acha que é sábio?

Minha atenção é arrastada de volta para ele. — O que é isso?

— Sexo com sua colega. — Esclarece Evans. — Você acha que isso é sábio?

Eu paro por um momento, me perguntando como ele sabia... e então eu rio de mim mesmo por perguntar ... porque é claro que ele saberia.

— Isto vem do homem que se casou com sua colega de trabalho alguns meses atrás?

Drew se inclina para trás, descansando um braço na cadeira atrás de mim. — Isso é completamente diferente. Kate e eu somos especiais.

Eu bebo minha água. — O que faz você pensar que Dem e eu transamos?

— Ah... porque eu tenho olhos. E orelhas. E a tensão sexual que testemunhei não está resolvida. Por certo, você ficou aquém com a aposta. Minhas palavras teriam sido primeira foda no capô do carro, em seguida, eles lavá-lo. — Ele encolhe os ombros. — Mas esse sou eu. Agora, de volta à minha pergunta original...

Na verdade, não há razão para negar. — Demi é, sem dúvida, a mulher mais sábia que eu já estive.
Não aprova. — Shaw, você anda por um caminho perigoso. Um campo minado de desconforto feminino e desprezo.

Eu compreendo as suas preocupações, mas não são necessárias. Demi é uma mulher em todos os lugares importantes, mas com a praticidade de um homem. Não há minivans ou cercas brancas no futuro, só escritórios e horas trabalhadas. É franca, direta, mas também divertida. Uma mulher que eu considero uma amiga, alguém com quem desfruto sair tanto quanto desfruto foder.

Nosso arranjo começou há seis meses. A primeira vez foi espontânea, imprudente. Eu sabia que a queria, mas eu não tinha percebido o quanto até a noite em que estávamos sozinhos no porão da biblioteca da empresa. Ambos trabalhando até tarde, tensos e duramente pressionados pelo tempo, em um dado momento, nós estávamos discutindo os pontos mais delicados de Miranda contra o Arizona e no outro estávamos arrancando a roupa um do outro, contra as pilhas de grossos volumes encadernados em pele, no cio como animais selvagens.

Também soávamos como eles.

Eu fico animado toda vez que penso nos sons que Demi fez naquela noite, uma sinfonia de suspiros, gemidos e grunhidos que resultou em nós fazendo três vezes. Um triplo. E quando meu orgasmo finalmente tomou conta de mim, merda, eu não consegui sentir minhas pernas por cinco minutos completos.

Depois disso, quando estávamos suados e descabelados como soldados depois de uma batalha, falamos. Nós concordamos que isso era algo que ambos desejávamos fazer novamente, e novamente, um apaziguador do stress necessário que se encaixaria perfeitamente em nossos horários.

Não é tão frio quanto parece. Mas é... fácil.

Eu sorrio. — Não, cara, Demi é como... um dos caras.

— Você foderia com um dos rapazes?

Eu franzi a testa. — Não parece quente quando você diz assim. O que quero dizer é que ela vive para o trabalho, como eu. Tentar se tornar um sócio não deixa muito tempo para mais nada. É conveniente e, porra, bonito. Eu sei que você é casado e tudo isso, mas você tem que encontrar um meio morto para não notá-la. E mesmo assim, as mamas dela convenceriam um cadáver a ter uma ereção.

— Oh, eu notei, acredite em mim. — Diz. — Ela sabe sobre a sua amiga sexual em Mississippi?

— Jenny não é minha amiga sexual. ¬— Reclamo. — Imbecil.

— Bem, não é sua namorada ou sua esposa. É a garota que você fode quando passa rapidamente pela cidade. Eu odeio dizer, mas essa é a definição de amiga sexual.

Às vezes a propensão de Drew chamar as coisas como vê, coloca suas bolas em grave perigo de serem atingidas.

— Demi sabe tudo sobre Jenn e Mary.

— Interessante. — Em seguida, vem o conselho. — Só estou dizendo que, numa situação como esta pode tornar-se complicada para você. O arrependimento é uma mordida na bunda que morde como um bastardo. Eu estive lá, não é divertido.

— Obrigado pelo aviso. Mas eu posso lidar com isso.

— Últimas palavras famosas. Basta lembrar que, no momento em que você perceber que não pode lidar com isso, será tarde demais. — Verifica o relógio e levanta. — E por falar nisso, eu tenho que ir, eu tenho que pegar o trem.

Levanto-me e atinjo seu braço. — Ei, por que você não fica esta noite em DC? Organizarei um jogo de poker com os caras, será como nos velhos tempos.

Levanta suas mãos, pesando as opções. — Vamos ver... tirar dinheiro de Shaw... ou ir para casa com a mulher deslumbrante que me mandou mensagens sexys toda a tarde? Não há competição. Gosto de você, mas nunca será tanto assim.

Nós nos abraçamos rapidamente, batendo nas costas um do outro, ambos comprometendo-nos a fazer isso novamente em breve.

Foi quando meu telefone tocou. Levantei-me da mesa, e li a mensagem.

Enquanto de Drew pega a sua mala debaixo da mesa, eu mostro o meu telefone.

— O Júri está de volta.

Ele ri de mim. — Para o seu bem, espero que ela seja tão boa com a caixa de marchas como disse. — Ele faz uma pausa, então sorri. — Mas eu acho que você já sabe que ela é.

Com um golpe final para o meu braço, ele se dirige para a porta. — Até, cara.

— Dê a Kate as minhas saudações. — Grito atrás dele. — E o meu cartão!


Não se vira, nem não para de andar, apenas levanta a mão, o dedo médio estendido alta e claramente acima da cabeça.


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