4.5.17

Capitulo 10

CAPITULO 10

Demi

— Na verdade, eu tenho que ir. — Me movo sobre o assento como uma criança que... bem, tem que ir ao banheiro.

Joseph grunhe: — Nós vamos estar em casa logo.

— Logo é muito tempo... pare no próximo Starbucks.

Me olha como se eu tivesse sugerido que fosse para o oceano, ou a lua.

— Não temos um Starbucks aqui.

Olho da esquerda para a direita, suspeitando que esteja brincando comigo. — Que tipo de lugar desolado é isso?

Durante a nossa viagem de dois dias por todo o país, shopping centers e edifícios altos são cada vez mais escassos à medida que nos afastamos, substituídos por campos de milho e casas isoladas assentadas atrás da estrada. A poucos quilômetros daqui, Joseph mostrou-me uma placa escrita Bem-vindo à Sunshine, mas tudo que eu vi desde então foram árvores e campos vazios. De repente me sinto desesperada o suficiente para usar uma das árvores.

Nós estacionamos em uma rua tranquila, com poucos carros. — Um restaurante então. — Rogo, tentando pensar em algo mais do que a pressão implacável na minha bexiga. — Quando passarmos pelo centro da cidade.

Isso o faz rir, mas não entendo a piada.

— Ah, Dem? Estamos no centro da cidade.

Eu olho. Há apenas alguns edifícios de dois andares. O resto é pequenas estruturas de um andar, uma estação de correios, uma farmácia, um cabeleireiro, uma livraria, cada um com toldos pitorescos, sem um nome à vista.

— Como sabe?

Joseph para na luz vermelha em frente de nós. — O semáforo.

— O semáforo.

Seu sorriso se espalha. — Sim... o único.

Nós passamos pela rua e eu estou surpresa com o quão vazia que parece, especialmente no sábado de manhã. Eu tremo quando penso em Crianças do milho¹, um filme dos anos oitenta que me matou de susto quando eu tinha dez anos. Eu não comi milho novamente por meses.

1 Filme de terror baseado em uma história de Stephen King.

Joseph para em um estacionamento e faz um gesto em direção à porta em frente a nós. — É um restaurante. Você pode urinar aqui.

Estou fora do carro antes que ele possa abrir a sua porta. — Vou esperar aqui. — Ele diz. — Se eu for com você, vou ser preso em uma dúzia de conversas diferentes e pode levar uma década antes de que vá para minha casa.

Lanço-me pela porta, uma campainha sobre a minha cabeça anuncia um bem-vindo. E os olhos de cada cliente fixam em mim.

Existem alguns homens de meia-idade com bonés, um par de chapéus de cowboy, duas mulheres idosas em vestidos florais com óculos de lentes grossas, e uma jovem de cabelos castanhos, lutando com duas crianças pequenas que saltam brincando com um carrinho.

Levanto minha mão em saudação. — Olá a todos.

A maioria me cumprimenta com um aceno de cabeça, e pergunto a morena com cabelo curto atrás do balcão onde é o banheiro. Indica o único banheiro unisex no fundo.

Sentindo o doce alívio por ser cinco libras mais leve, eu lavo minhas mãos, pego uma folha de rolo de papel toalha para seca-las e jogo-os fora. Deixo o banheiro e eu topo com uma pessoa esperando para entrar.

Um cara com um chapéu, barriga de cerveja, camisa preta de vaqueiro, com cheiro de mofo rapé, e sujeira escura sob suas unhas. Agarra meus braços, para evitar que eu balance como uma bola de pinball depois de bater na massa gelatinosa de seu torso. Uma temporada de vida na cidade me faz automaticamente dar um falso: — Desculpe.

Mas quando eu tento passar, seus movimentos, imitam os meus.

— Desculpa querida. Qual é a pressa? — Suas palavras se arrastam me examinando dos pés à cabeça diante de seus olhos detendo-se nos meus peitos.

— Hey, vaqueiro. — Retruco. — Perdeu alguma coisa? Meus olhos estão localizados aqui em cima.
Lambe os lábios lentamente. — Sim, eu sei onde seus olhos estão.

Mas não olha.

— Bem. Muita hospitalidade do sul.

Dá um toque em seu chapéu, finalmente olhando para cima. — Você está de passagem? Precisa de transporte? Meu lugar é muito hospitaleiro.

— Não... e eca.

Usando meu ombro, eu faço o meu caminho para superar cowboy lascivo e saio para a calçada. Joseph se encontra no carro, conversando com uma pequena mulher velha, com cabelos grisalhos. Bom... escutando pode ser mais exato, parece que apenas balança a cabeça; aparentemente incapaz de dizer uma palavra.

Quando chego, ele parece aliviado; mas seu rosto tem um tom de rosa que não estava lá antes e as pontas das orelhas são vermelhas brilhante. —Senhorita Bea — nos apresenta — essa é Demi Ludwig.

— Olá.

— É tão bom conhecer você, Demi. Você é muito bonita!

Eu sorrio. — Obrigada.

— E tão alta. Deve ser bom para se destacar da multidão. — Eu nunca senti isso.

— Eu não pensava assim, mas, sim, eu acho que é.

Joseph pigarreia. — Bem, temos que ir.

— Oh sim. — Concorda senhorita Bea. Mas, em seguida, ainda fala: — Sua mãe vai ficar muito feliz em vê-lo. Eu tenho que seguir meu caminho também, passar pela farmácia para comprar o laxante do Sr. Ellington. Sua constipação é algo feroz. Ele não move suas entranhas em quatro dias, o pobre. É um grande urso mal-humorado.

Joseph acena. — Tenho certeza.

— Foi bom conhecer você, Demi.

— Também você Senhorita Bea, espero vê-la novamente.

Dá cerca de três passos, então ela se vira, gritando: — E Joseph, não se esqueça de dizer a sua mãe que levarei frango assado para o jogo de cartas na quarta-feira.

— Sim, senhora, eu vou lhe dizer.

Uma vez que estamos no carro, pergunto: — E sobre o seu rosto? Você está... corando?

Eu nunca conheci um cara que usa a sua boca suja como Joseph e ainda era capaz de corar.

Acena confessando: — Srta. Bea foi minha professora na nona série.

— Ok.

—Um dia, alguém acendeu o alarme de incêndio e entrou no banheiro para se certificar de que estava vazio; olhando sob todas as portas para ter certeza.

Eu acho que sei onde isso vai. Se não me engano, é hilário.

— Eu estava em um desses cubículos... me masturbando.

Meu queixo cai. — Não!

Rosna. — Desde então, eu não tenho sido capaz de olhar sem corar como rabo de um babuíno.

Eu cubro minha boca, rindo. — Isso é hilário!

Ele ri, esfregando a testa. — Estou feliz que você se divirta. Minha mãe também pensou que era engraçado quando a Srta Bea chamou naquela tarde para dizer a coisa toda.

E eu ri mais alto. — Você está brincando.

— Eu desejo que estivesse.

— Oh não! — Eu rio, passando a mão no seu pescoço, esfregando-o em simpatia. — Pobre de ti. Você deve se sentir tão traumatizado.

Sorri meu sorriso favorito. — Bem-vindo a Sunshine Dem... o lugar onde a privacidade morre.

Joseph e eu tomamos o nosso caminho para a fazenda de seus pais, quando eu vejo o cowboy arrogante pela calçada. — Quem é esse?

Os olhos de Joseph endurecem e seu maxilar fica rígido.

É muito quente.

— Dallas Henry. — Rosna antes de olhar para mim da cabeça aos pés. — Te incomodou?

— Me comeu com os olhos... nada que eu não poderia lidar.

Com uma maldição, ele me diz: — Se ele se aproximar de você, diz que está comigo. Então ele não vai olhar novamente.

— Amigo seu?

Dando de ombros, ele me diz: — Eu quebrei o maxilar dele um par de anos atrás.

— Por que você faria isso?

Joseph pousa seu olhar no meu. — Ele tentou pegar algo que não era dele.

Quando Joseph me disse que ele cresceu em uma fazenda, eu tinha certa imagem na minha cabeça. 

Uma grande fazenda, um celeiro vermelho, árvores. Mas essa imagem mental empalidece em comparação com o real; pela magnitude e grandeza do rancho da família Shaw. O Porsche levanta sujeira e nós atravessamos o caminho arborizado que é tão longo, que você não pode ver a casa da estrada. A casa, branca, é grande, com um telhado pontiagudo, uma varanda aconchegante, venezianas verdes e enormes janelas. Dez dependências vermelhas estão espalhadas atrás dela, intercaladas com grandes marrons galinheiros de madeira. O declive suave para a casa, além do que atinge meu ponto de vista, as pastagens são cobertas com uma camada de grama verde esmeralda exuberante.

Eu estou ao lado do carro, girando em um círculo lento. — Joseph... é lindo.

Sua voz animada contém orgulho quando responde: — Sim, é.

— Quantos acres têm os seus pais?

— Três mil setecentos e oitenta e seis. (3.786)

—Incrível. — Meus irmãos mal conseguiam cuidar das plantas que minha mãe tinha na varanda. — Como cuidam de tudo?

— Desde o amanhecer ao anoitecer.

Juntos, andamos pelo caminho de cascalho até a porta. Antes de chegar, um jovem vem pelo lado da casa, interceptando-nos. — Parece que alguém se lembra de onde vivemos, afinal.

Durante a nossa viagem, Joseph falou de sua família — ambos fizemos. Este cara moreno bonito seria Nicholas, um dos gêmeos, de dezoito anos de idade e no último ano do ensino médio. Eu sorrio quando eles se abraçam, riem e batem um no outro nas costas.

Quando Joseph apresenta seu irmão mais novo, timidamente, ele olha para mim com desconfiança, cumprimentando-me com simplicidade: — Olá.

A semelhança é impressionante; os mesmos olhos verdes brilhantes, a mesma mandíbula forte e o cabelo escuro. Nicholas não tem ombros largos, o pescoço é mais fino com a juventude, mas se você quiser ver como ele vai ficar em dez anos, só tem de olhar para o homem ao seu lado.

Joseph levanta o queixo, perguntando: — Onde está meu caminhão?

Nicholas descansa a mão sobre o peito aberto. — Quer dizer o meu caminhão? — Em seguida, ele aponta para perto de um dos celeiros para uma van preta com chamas alaranjadas pintadas na traseira: — Está lá.

Joseph faz uma careta. — O que diabos você fez?

Nós nos aproximamos.

— A arrumei, irmão. Pintura personalizada, novas colunas, tem que ouvir o ronco do motor. — Nos mostra ligando o carro na mesma hora que um som começa a tocar fazendo o chão abaixo de nós tremer.

— Isso é Jay-Z. — Nos diz no caso de que sejamos velhos demais para saber.

Nesse momento uma caminhonete velha azul e branco para na frente da casa, com vários rapazes da idade de Nicholas, na traseira. A música é desligada. — Devo ir, tenho treino. — Golpeia ligeiramente o braço de seu irmão. — Vamos conversar mais tarde.

Joseph acena com a cabeça e eu digo: — Prazer em conhecê-lo.

Depois que seu irmão some, Joseph permanece observando o caminhão por um minuto, balançando a cabeça.

Nós caminhamos ao redor da casa, e atravessamos a porta da cozinha enorme e brilhante. Bancadas de madeira, móveis brancos e paredes cor de sálvia fazem o cômodo acolhedor, mas simples. Na parede há um relógio antigo e um pedaço de crochet enquadrado que diz: Lar é onde o coração está.
A mãe de Joseph é uma bela, magra, alta e mais jovem mulher do que eu havia imaginado. Seu cabelo cor de mel está amarrado, alguns fios balançando enquanto esfrega uma panela preta na pia. 

Seu nariz é pequeno, e o ponto de seu queixo deixa seu rosto em forma de coração. Quando nos ouvi entrar, vira e eu percebo que Joseph e Nicholas devem ter os olhos de seu pai, porque os de sua mãe são de cor marrom quente.

O sorriso dela é enorme, e não se incomoda em secar as mãos quando envolve seu filho em um abraço. Joseph levanta e gira com ela. — Oi, mãe.

Grita quando ele a abaixa e ela se inclina para trás. — Deixe-me olhar para você. — Acaricia sua testa, queixo e ombro com carinho. Em seguida, dá um passo atrás. — Você parece bem. Cansado, mas bem.

— Foi uma longa viagem.

Joseph faz gestos em direção a mim.

— Mãe, esta é a minha... esta é Demi.

Antes que eu possa estender a minha mão, a senhora Shaw envolve seus braços surpreendentemente fortes em torno de mim. — É tão bom conhecer você, Demi. Joseph falou de você, a advogado talentosa que você é e quão bem os dois trabalham juntos.

— Obrigada, Sra Shaw, é ótimo te conhecer também. Sinto-me tão feliz por estar aqui.

E o que me surpreende é que estou realmente feliz. Ver onde cresceu, o orgulho das pessoas que fizeram dele o homem que é agora me enche de alegria. Uma emoção tão doce que faz meus pés balançarem e traz um sorriso permanente nos lábios.

— Chame-me de mãe como todo mundo faz. Se você me chamar de Sra Shaw, nem mesmo vou olhar.

— De acordo.

Nos empurra até a mesa. — Sentem-se, sentem-se, devem estar com fome.

— E assim começa. — Sussurra Joseph. Sua respiração no meu pescoço eriça minha pele.
Enquanto sua mãe quebra e bate ovos, Joseph pergunta pelo seu pai.

—Ele está no campo ao norte. — Ela explica. - Pelo o resto do dia e alguns mais. Emendando a cerca que foi derrubada na última tempestade.

Quinze minutos mais tarde, há pratos de ovos, bacon e biscoitos amanteigados quentes. — Isso é delicioso, minha senhora... mãe. — Eu corrijo com uma risada desconfortável.

— Obrigado, Demi.

— Agora que você já fez isso — Joseph sorri com a boca cheia de cookies — ela vai te engordar todo o tempo que estiver aqui. Você já ouviu falar dos sete do primeiro ano²?

Prepare-se para os dez dos Shaw. — Santo céu! — Da escada dos fundos, a irmã de Joseph, Eva, gêmea de Nicholas aparece na cozinha. Com cabelos loiros até os ombros, e olhos cor de xerez como os de sua mãe, sem dúvida que é parte do clã Shaw.

² Expressão comum nos Estados Unidos e Canadá, que refere-se à quantidade de peso ganho pelos estudantes em seu primeiro ano do ensino médio.

Sendo a mais nova de três irmãos, eu sinto uma afinidade imediata com ela.

Eva se inclina e beija a bochecha de Joseph, brincando: — Vou começar a chamá-lo de fantasma cinzento, porque você jogou futebol, e você não aparece aqui mais do que um fantasma, além de que seus bigodes estão se tornando cinza.

Joseph aperta seu queixo delicadamente, em seguida, o esfrega. — Meus bigodes não são cinza.

— Ainda não. — Concorda Eva. — Basta esperar até que Mary tenha a minha idade, ela vai colocá-lo mais cinza do que o do meu pai.

Apresenta-se, e então, imediatamente, professa seu amor por meu esmalte. E meu batom. E meu top prateado e minhas calças pretas.

— Mamãe — se queixa — podemos ir às compras? Por favor?

A mãe de Joseph começa a limpar a mesa. — Você ainda tem a sua mesada da semana passada?

— Não, eu gastei no cinema.

Dá Eva um encolher de ombros. — Então, tem a sua resposta.

— Estou indo para a casa de Haddie. — Ela anuncia com um beicinho.

— Não o fará até que alimente esses bezerros no pasto.

Eva abre a boca para reclamar... logo morde o lábio com esperança. — A menos que... o melhor irmão mais velho do mundo faça isso por mim?

— Seu irmão acabou de chegar em casa. — A repreende a Sra Shaw. — Acaba de comer, dê ao homem um minuto para descansar.

Dobra suas mãos e revira os olhos como Sherman.

A boca de Joseph encolhe e move a cabeça em direção à porta. — Vá embora, eu vou alimentar os bezerros por você.

Eva se lança sobre ele com um grito. — Obrigada! — E então ela chega na porta, antes que possamos nota-la. — Adeus, Demi!

Uma vez que a mesa está limpa e os pratos estão secando, Joseph, sua mãe, e eu terminamos os nossos cafés.

— Logo que eu instale Demi em meu quarto — diz Joseph — vou à casa de Jenn.

Sua mãe fica ligeiramente tensa. Em seguida, balança a cabeça e toma um gole de café. Joseph morde o lábio inferior. — Seria bom ter tido um aviso sobre essa coisa de casamento. Um telefonema...

Sra Shaw olha nos olhos do filho. — Isso é entre você e Jenny, eu não sou ninguém para interferir. A menos que tenha a ver com Mary, suas coisas são suas coisas.

Joseph parece estar satisfeito com isso. Poucos minutos depois, nós tiramos as malas do carro e caminhamos para o antigo quarto de Joseph. "Nós saímos", porque o seu quarto está localizado em uma das dependências, no último andar do celeiro. É aquecido, e compartilha um banheiro com um quarto do outro lado. Painéis e pisos de madeira, cartazes e troféus em abundância, o sonho de qualquer adolescente.

— Meu irmão Carter e eu construímos estes quartos em um verão. — Diz Joseph, os olhos passando ao redor da sala. — Meu pai nos disse que se ficassem bons, poderíamos viver aqui, e assim se fez.

Isso é quando percebo as fotos na mesa de cabeceira: um magro jovem Joseph em um uniforme de futebol, com o braço em torno de uma pequena Jenny em um uniforme de torcida, e um retrato de sua filha na escola, vestindo um suéter vermelho sobre uma blusa branca, seus dois dentes da frente adoravelmente em falta.

— Porque Nicholas e Eva não se mudaram para aqui quando você e seu irmão se foram?

Acena, antecipando a pergunta. — Depois que Jenny ficou grávida, minha mãe não iria deixar. Ela pensa que Mary foi concebida aqui e não queria que qualquer outro neto logo.

Com uma risada, pergunta: — Foi concebida aqui?

— Não.

Meia hora depois termino de desembalar e estou pronta para trabalhar um pouco na enorme cama de Joseph. Desde que cruzamos a fronteira do estado de Mississippi e para a área de "amigos sem benefícios", Joseph se ofereceu para ficar no antigo quarto de seu irmão. Sai do banheiro já vestido. 

Usa um par de jeans, botas de couro, uma camisa branca e um chapéu marrom de vaqueiro. A camisa mostra os braços perfeitamente, acentuando os músculos de seu bíceps. E a calça jeans molda sua bunda, seu estômago liso, e o melhor de suas coxas fortes, de uma forma que tem me babando.

Eu fecho a minha boca, mas ele pega me observando. — Tire uma foto, durará mais tempo.

Eu sorrio. — Eu não preciso, só precisaria cortar um anúncio de revista com o Homem da Marlboro.

Você se parece com ele.

Ele joga a cabeça para trás e ri. Eu vi seu pomo de Adão, e algo tão sexy e viril sobre isso me faz querer puxar a camisa, as calças para baixo e deixar-me foder com suas botas.

— Você vai ficar bem aqui por um par de horas?

Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo, enquanto ele observa cada movimento meu. — Claro. Eu tenho e-mails para responder. Oh, eu só preciso a senha para o Wi-Fi.

Ele parece preocupado. — Não temos Wi-Fi, Demi.

— O que você quer dizer que com não temos Wi-Fi? Como pode você não tem Wi-Fi?!

— Temos um radar para rastrear o tempo.

— Um radar? — Eu grito. Então eu pego o meu laptop e mantenho-o sobre a minha cabeça, andando pela sala em sinal de pesquisa. — Como é que eu vou fazer minha pesquisa? Para ler meus e-mails? 
Eu me sinto tão primitiva, de modo offline.

Como Sigourney Weaver³ no espaço, ninguém pode me ouvir gritar.

3 Atriz e produtora de cinema, televisão e teatro. Conhecida por suas intervenções como tenente Ripley em todos os filmes de Alien.

— Eu estou no inferno! Você me trouxe para o inferno, uma zona morta! Como você pôde fazer isso? Que tipo de…

— Demi. — Diz suavemente, como uma brisa, mas chama minha atenção e corta meu discurso.
Segura um pequeno retângulo preto, e depois lança-o para mim. Eu o peguei com uma mão.

Wi-Fi portátil.

— Obrigada.

Me dá uma piscadela. Em seguida, ele olha para os meus pés, em saltos altos de couro. — Não te ocorreu trazer botas, certo?

— É claro que eu trouxe botas. — Abro o armário e tiro um par de botas de couro preto Gucci até o joelho com saltos sete centímetros.

Deixa escapar um longo suspiro desapontado. — Tudo bem, isso é o que vamos fazer. Quando voltar, vamos ir para a cidade para obter um bom par de botas.

Simplesmente não consigo resistir.

— Você realmente disse isso? Ao povoado? Eva e o pequeno podem vir também, Joe? — Eu digo em um ataque de riso.

— Vá rindo garota. Vamos ver o se é divertido quando seus sapatos de grife estiverem cobertos com lama e merda.

Estremeço, pensando. — Isso não seria divertido.

— Seria um pouco estranho. — Com um sorriso, ele se aproxima e traçar minha bochecha com o polegar, e depois o meu lábio inferior. O gesto é tão íntimo e doce que eu quase esqueci por que estou aqui.

Mas então eu me lembro.

Eu sou Goose. O companheiro. O ajudante pequeno de Santa.

Aplaudo. — Então, um conselho de última hora: Fale para ela, não ela, nenhuma mulher gosta que gritem. Pergunte como as coisas deram errado, o que ela acha que pode ter com de James Dean você não pode dar. Então diga como você está indo para fazer as mudanças que você tem que fazer para dar o que ela precisa.

Ele balança a cabeça, pensativo.

— Lembre-a de sua história, todos esses anos que passaram juntos. — Uma gota de sarcasmo escorre em minha voz. — E o mais importante, mostre o incrível cara que você é.

Joseph sorri. — Essa última parte não é difícil em tudo.

Levanto a aba do seu chapéu com mais entusiasmo do que sinto. — Consiga a garota, cowboy.

Vai, mas então para no limiar. — Obrigado, Demi. Por tudo.

E, em seguida, desce as escadas. Com um suspiro, eu me sento na cama e começo a trabalhar, o tempo todo imaginando o que teria acontecido se ele tivesse ficado.


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