17.5.17

Capitulo 23

CAPITULO 23

Joseph

Todo mundo sempre fala sobre como calmo e pacífico é o sul do país. Mas isso não é inteiramente correto. A cacofonia começa na escuridão: gafanhotos, mosquitos, grilos e insetos correndo mais forte do que você pensa que seja possível. E ao amanhecer, é o uivo dos animais, o clique da explosão de cigarras, o bater dos cascos, e a sonata ensurdecedora das aves.

São as aves que me tiram do sono, sono profundo de um homem que está em paz com a escolha que fez.

Mesmo antes de abrir meus olhos, eu sei que ela se foi.

Eu sinto isso no espaço vazio ao meu lado, a falta do perfume de seu shampoo, gardênia e Demi. Me levanto, apertando os olhos e olhando ao redor.

Bagagem? Não está.

Roupas do ambiente de trabalho? Nada a vista.

Vestido roxo no chão? Desapareceu.

Foda-se.

Como no inferno poderia dormir sem falar com ela primeiro? Sem dizer que...

— Filho da puta!

Eu entro em um par de jeans e corro sem camisa e descalço pelas escadas. Eu corro em casa, com esperança.

Mas quando eu chego lá, a única pessoa na cozinha é Brent, tomando uma xícara de café e comendo um Muffin Blueberry da minha mãe.

— Onde ela está? — Eu resmungo, chateado, mas muito disposto a acertar as contas com ele.

Come o bolo, olhando para mim com os olhos distantes, avaliando. — Ela ligou para o hotel a cerca de quatro horas. Pediu um táxi para o aeroporto. Jake não iria deixá-la ir sozinha e mudou seu bilhete para voar de volta com ela.

Meu peito está vazio. Eu estraguei tudo.

Mas então eu me lembro... — Demi não voa.

O olhar de Brent se aquece um pouco mais, com piedade. — Então eu acho que ela realmente queria sair, porque ela voou hoje.

Caio na cadeira, as rodas já girando, encontrando formas de rastreá-la, amarrá-la se necessário. — Por que você não me acordou?

— Ela nos pediu para não fazê-lo. Ela disse que tinha que se acalmar. Ela prometeu que quando voltarmos, tudo será como antes. — Ele faz uma pausa, e então acrescenta: — Desculpe, Joseph.

Bato na mesa. — Não quero que as coisas voltem ao maldito normal! Eu amo ela, Brent!

Passa a mão na sua barba por fazer. — Eu não sou Dr. Phil ou algo assim, mas provavelmente deveria ter mencionado isso para ela.

Chega um momento na vida de cada homem, quando dá uma olhada boa, muito boa dentro de si mesmo, e admite que tem sido um tolo. Um idiota egoísta.

Eu não sei se é o mesmo para as mulheres, mas se você tem um pau, é inevitável. Porque mesmo bons homens, homens corajosos, líderes mundiais, renomados cientistas, teólogos e estudiosos de Rhodes, tem um pedaço ganancioso, egoísta dentro deles. Um buraco infantil, necessitado de escuridão que é nunca satisfeito. Olhe para mim, me ouça, diz ele. Ele quer o que não pode ter, e todas as coisas que você pode. Ele quer para comer todos os fodidos bolos. Ele sabe que o mundo não gira em torno de nós, mas isso não o impede de tentar desafiar as leis da física e que seja assim.

Este é o meu tempo imbecil. Abandonado pela mulher que amo. A menina enormemente bonita que eu não posso nem pensar em perder.

A pior parte é que eu vejo como tudo deu errado. Cada erro. Cada escolha terrível.

Se eu tivesse tido a consciência de voltar atrás e avaliar a situação do lado de fora, nada disto teria acontecido. Mas eu estava profundamente em um buraco negro, com apenas eu, eu mesmo, e eu de companhia.

Minha mãe diria que minhas galinhas voltam para o poleiro³. É uma metáfora apropriada. As aves têm uma fonte infinita de merda orgulhosamente deixada para trás. Então, quando elas dormem?

3 É uma expressão que significa que você tem que enfrentar suas más decisões.

Apenas sugam.

Brent limpa a boca com um guardanapo e se levanta. — De qualquer forma, é nove e meia, o casamento começa em duas horas. Eu preciso voltar para o hotel para me vestir. JD convidou-me ontem à noite, que inferno de homem.

Eu bufei. — Sim, Quão Fodido JD.

Ele bate no meu braço. — Não se preocupe você ainda é o sulista mais legal que eu conheço.

Isso é quando eu percebo como a casa está. Esta casa nunca é tão silenciosa. — Onde estão todos?

Brent vai para a porta de trás, contando os dedos. — Sua mãe está fazendo seu cabelo, o seu pai, tirando uma soneca, aparentemente, raramente consegue fazer. Carter está desmaiado no sofá da sala, nu. E seu irmão mais novo não voltou para casa ainda. — Então aponta para mim. — Ah, e sua irmã, Eva? Assusta-me muito. Se esta noite eu desaparecer, prometa-me que seu gabinete será o primeiro lugar que você vá para olhar.

Eu rio. E eu me forço para enterrar meus sentimentos: pânico, ansiando por Demi. Beber, respirar... porque hoje... minha menina vai se casar.

A igreja está cheia até a borda. Srta. Bea interpreta a "Marcha Nupcial", com seu velho órgão. Mary joga pétalas de rosa até o altar. E Jenny... Jenny está linda, como eu sabia que ela estaria. O rosto de JD olha quando ela entra na igreja, cheio de admiração, gratidão e amor.

E não me faz querer bater nele, nem um pouco. Não me deixa triste.

Se sente... como se devesse ser assim.

A recepção é ao lado de fora, atrás da igreja, em tendas brancas com mesas de piquenique e elegantes cadeiras dobráveis estofadas. A grama é tão verde como a grama do meu pai, o céu quase tão azul como os olhos de minha filha. A cidade inteira está aqui, as pessoas que me conhecem, mesmo antes de eu nascer. Brent Thompson fala com o pastor. Nicholas inclina-se contra uma árvore, tentando conversar com uma menina. Eva está cercada por um grupo de mulheres risonhas, todos sussurrando e com os olhos arregalados. Carter é o centro da atenção na grama, pregando para uma gangue de crianças com cara de adoração, observando-o como Jesus Cristo na montanha. Meus pais dançam a música da banda.

A única coisa que falta ... é ela.

Eu tentei ligar um par de vezes, mas me leva direto para o correio de voz. Digo a mim mesmo que só acabou a bateria e esqueceu-se de carregá-lo, meus poderes de persuasão parecem ser mais fortes com um júri do que com minha própria cabeça, porra.

— Guardei uma dança para você. Quer tirar proveito?

Jenny está ao meu lado, com as mãos postas, sorrindo. Nós vamos para a pista de dança de madeira improvisada. A medida que balançamos, eu digo-lhe: — Você está incrível.

Ela bate os cílios. — Eu sei.

Nós rimos e depois cautelosamente me questiona: — Demi voltou a DC?

Concordo em silêncio.

— Eu gosto dela, Joseph. Espero que não pretenda deixá-la escapar.

— Não tenho nenhuma intenção de deixá-la escapar, ela só não sabe disso ainda.

Olho para os olhos claros de Jenny, segurando-a em meus braços, minha querida e doce amiga.

— Estou feliz que você não deixou JD escapar. Você merece estar com alguém que olha da forma como ele olha para você.

Empurra o cabelo da minha testa. — Você também merece isso. — Ela observa por cima do ombro por um momento, e então seu olhar se volta para mim. — Lembre-se do outro dia à beira do rio? Quando você disse que Mary e eu somos a sua família?

— Sim.

Seus olhos brilham de entusiasmo. — Sempre seremos sua família.

O calor aumenta no meu estômago, uma espécie de calor reconfortante e terno. A voz de Mary pega nossos ouvidos e, ao mesmo tempo, olhamos para a nossa bela menina, rindo.

— Nós fizemos bem, certo, Joseph? Considerando tudo.

Minha voz é áspera, sufocada com sentimento. — Ah, Jenn, fizemos muito bem. Basta olhar para ela.
E por um tempo, só observamos. Intimamente ligados pelas memórias e amor infinito para a mesma pequena pessoa.

— Se eu pudesse voltar e fazer tudo de novo com você, eu iria. — Sussurra Jenny. — Não mudaria nada.

Eu olho em seus olhos, e então pressiono os lábios em sua testa suavemente. — Eu também. Nem uma coisa.

E é assim que Jenny e eu dizemos adeus.

Mais tarde, eu sento no sofá de balanço de madeira com Mary, olhando o continuar da festa. — E então, quando você terminar a escola, você vem para DC para o verão.

— Durante todo o verão, certo? Você promete?

— Todo o verão. — Eu digo, balançando a cabeça. — Dou-lhe a minha palavra.

— Será que a Senhorita Demi vai estar lá?

— Sim, estará.

Minha filha me olha de lado, os olhos astutos. — Você fez besteira, pai?

— Um pouco sim. Mas eu vou fazer as coisas direito.

Ela me dá sua aprovação com um aceno rápido. — Bom.

Um rapaz loiro com uma camisa de botões, e uma gravata solta, a chama de alguns metros de distância. — Hey, Mary! Estamos indo para o rio, você vem?

— Eu estarei lá. — Grita.

Minha testa franze. — Isso foi Ethan Fortenbury, certo?

— Sim, é ele.

— Eu pensei que era o ano de cavalo.

— Bem — ela suspira — ele disse que se arrependeu de ter dito que eu tenho mãos de homem. Ele me disse que só fez isso porque seu irmão mais velho o levou a fazê-lo.

Isso soa desconfortavelmente familiar.

— Esses irmãos certamente podem ser um problema.

Em seguida, ela sorri timidamente. — Ele acha que eu sou bonita. E gosta de como jogo futebol.
Oh, merda.

— Tem boa vista então.

— Sim.

Ela se levanta, alisando o vestido de cetim azul. Antes de fugir, imploro: — Ei, pequena, pode me prometer uma coisa?

— Claro.

— Apenas me dê mais alguns anos antes de começar a deixar minha barba grisalha, certo?

Ela ri e me beija na bochecha. — Tudo bem, papai, eu prometo.

Em seguida, ela vai saltar.

E eu balancei minha cabeça. — Ethan fodido Fortenbury. Filho da puta.


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