8.5.17

Capitulo 14

CAPITULO 14

Joseph

Há uma coleção de estudos científicos sobre o sono; os benefícios, efeitos colaterais, a melhor forma para adormecer, quantas horas, em que posição, que tipo de cama, que tipo de travesseiro, a temperatura ideal do quarto. Os pesquisadores concordam que é melhor despertar naturalmente, quando o seu corpo lhe diz que já teve o suficiente. Se você trabalha para ganhar a vida, que provavelmente isso é impossível.

O segundo melhor é ser despertado gradualmente, que é por isso que existem relógios com ondas, música clássica e sinos tibetanos de alarme. Mas qualquer que seja a porra do som, suave é sempre melhor.

Esta não é uma teoria em que minha mãe acredita.

Ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding...

Demi disparou para fora da cama, com seu cabelo voando e balançando os braços.

— O quê? Que aconteceu? Onde...? Estamos sob ataque?

Ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding...

Apenas reúno energia para gemer: — É um triângulo. — O despertador favorito da minha mãe. — Estamos sob ataque... pode-se dizer.

Merda. Eu sinto minha testa, eu corro minha mão pelo meu cabelo, buscando a marreta que obviamente está partindo a porra da minha cabeça, dividindo-a em dois.

Ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding...

— Está ficando mais forte... — Demi choraminga antes de envolver o travesseiro em torno de seu rosto. — Por que está ficando mais forte?

Olhando pego meu telefone na mesa de cabeceira e verifico as horas.

Porra.

— Está ficando mais forte, porque é domingo. — Meu próprio sussurro faz ranger os meus ouvidos.

— E porque estamos no Mississippi.

Deixa cair à metade do travesseiro, levanta a cabeça e olha para mim através de um olho. — E isso quer dizer alguma coisa?

— Sim. Significa que vamos ir à igreja.

Deixa cair o rosto de volta para o travesseiro.

Eu sei como você se sente.

Nem todas as igrejas Batistas do Sul são iguais. Elas são contemporâneas, com os seus edifícios modernos e às vezes "mega" anfiteatros gigantes, rock cristão, sistemas de som avançados, e fiéis agitando os braços dizendo amém, às vezes em milhares. Então, há os tradicionais; como a Primeira Igreja Batista do Sul de Sunshine, Mississippi, construída antes da Guerra Civil, sem ar-condicionado ou calor, bancos de madeira, silenciosos congregados cujas bundas estão nos assentos a cada semana, que a coisa mais próxima de um sistema de som é o órgão, que a senhorita Bea, minha antiga professora da nona série toca.

Sentamos no banco na metade de trás da sala, ladeado por meus pais, a minha irmã Eva, escrevendo tão rápido quanto pode antes de minha mãe vê-la, e Nicholas, que está caindo no sono. Demi causou agitação suficiente quando nós entramos primeiro. Não porque não está devidamente vestida para a igreja, mas porque é um rosto novo, uma porra de um rosto bonito, com seu cabelo escuro em um coque alto, com um vestido roxo profundo destacando seus olhos castanhos, e sandálias de tiras que me fazem pensar em amarrá-la a uma confortável e agradável cama.

Estará estrelando fantasias de masturbação de cada adolescente neste lugar, e vários de seus pais.

Pouco antes de o serviço começar, vejo a parte de trás das cabeças de Jenny e Mary algumas fileiras na frente ... e do homem de cabelos escuros sentado ao lado delas.

Minha. Eu quero gritar, escrever na parede, tatuar testa de Jenny em letras maiúsculas.

Ele se inclina, sussurrando, e Jenny cobre a boca, fodidamente rindo. Cerro os dentes e expiro como um dragão de fogo, pronto para cuspir em toda a sala, lançar-me e convertê-lo em fuligem burro do caralho.

Provavelmente sentindo meu olhar, Mary vira e me dá um sorriso que envolve mais de metade de seu rosto. Eu lanço um beijo em troca. Trinta segundos depois, ela está chegando, depois de obter a permissão de Jenn. Ela fica entre nós, sussurrando feliz com Demi, a distração perfeita do homem que eu estou ansioso para bater.

Quando o Pastor Thompson inicia o serviço, eu escuto minha filha dizer a Demi: — Esse é o Pastor Thompson, tem cento e vinte anos.

Eu ri. — Tem noventa e dois.

— Ele parece bem para noventa e dois. — Demi diz, balançando a cabeça.

O Pastor Thompson tem sido pregador a minha vida inteira, todas as vidas de quase todos nesta igreja. Conhece os nossos nomes, os nossos aniversários, foi lá para confortar aqueles dias terríveis e devastadores e leva-nos a regozijar em dias incríveis.

E pela primeira vez em muito tempo, a ideia de ser conhecido tão bem por tantos não me incomoda. Me sinto... bem, sabendo que eu nunca vou ter de explicar. Dizer onde eu estou, onde eu estive, onde estou indo, simplesmente não é necessário.

Eu sou um deles. E todos sabem.

É por isso que quando o pregador começa seu sermão, olha ao redor da igreja — e o velho bastardo pisca direto para mim — abre a Bíblia e conta a história do Filho Pródigo.

Fora da igreja, vi Jenny e o homem de cabelos escuros pelo gramado. Com uma melhor visão, eu posso ver que é poucos centímetros mais baixo do que eu, mais magro, mas ainda em forma. Tem a aparência normal com um nariz reto, sobrancelhas espessas e lábios inchados como uma menina. E tem aquele queixo cheio com covinhas como John Travolta.

Um queixo como uma bunda.

A partir deste momento em diante, eu sempre pensarei nele como cara de bunda.

— É esse? — Sussurra Demi, dirigindo o olhar para a mesma direção que eu.

— É. — Rosno. Como um cachorro que vê seu osso favorito nas mandíbulas de um outro canino.

— Ah. — Exclama suavemente. — É bonito! Poderia ser um modelo para a Calvin Klein ou Armani.
Franzo a testa, me virando em direção a ela. — Por que você diz isso?

Olha para trás, sorrindo. — Você quer que eu minta?

— Sim. Eu quero.

Dá a cara de bunda outro olhar. Então, cobre os olhos. — Meu Deus, é horrível! Eu não posso suportar olhá-lo. Dê um passo para o lado, Quasimodo, Jimmy Dean está em casa.

Suspiro. — Demi?

— Sim, Joseph? — Ela diz docemente.

Eu me curvo, de modo que os meus lábios estão perto de sua orelha.

— Minta melhor.

Quando o casal feliz está caminhando em nossa direção, viro meu rosto em direção a eles, perguntando para Demi a partir do canto da minha boca: — Como devo fazer isso? Assustá-lo com ameaças, ou simplesmente chutar sua bunda?

Por favor, escolha chutar sua bunda.

— Você deve ser educado. Charmoso, mostrar que você é o maior homem.

— Maior é melhor e sua fodida salsicha, espere só para ver.

Isso consegue um sorriso dela. — Você deve virar seu amigo, tão rápido quanto puder. Sair para beber ou caçar, matar alguma coisa juntos. Mantenha seus amigos próximos e seus inimigos ainda mais.

Não é a primeira vez que me congratulo pela decisão de trazer Demi comigo. Ter uma linha direta de contato com o cérebro de uma mulher é o melhor tipo de recurso. Sem ela aqui, apenas teria batido no bastardo, e chateado Jenny ao invés de impressioná-la. Poderia tê-la enviado correndo para Las Vegas para se casar com o cara de bunda.

Dou uma rápida olhada em Demi e quero dizer cada palavra quando digo: — Não sei o que eu faria sem você.

Me dá um olhar engraçado, juntando as sobrancelhas.

Mas então eles chegam até nós.

Eu estou de pé do lado oposto da Jenny, olhando para a Salsicha. Ele me dá sua mão. — Tem sido um longo tempo, Joseph. Bom vê-lo.

Olho em seus olhos, sua expressão e não tenho certeza se está sendo honesto. Mas tudo que eu vejo é um sorriso amigável e espontâneos olhos marrons.

E eu percebo algo: a porra da Jenny não lhe disse nada. Ela não disse sobre a nossa visita ontem ao rio, ou como descobri sua existência em sua vida.

Aperto sua mão. Com força. — JD.

Ele faz uma careta, e o homem das cavernas dentro de mim sorri com dentes podres.

Em seguida, coloca o braço em volta Jenn. — Estamos felizes porque você pôde voltar para casa para o casamento, não teria sido o mesmo sem você.

Meus olhos encontram o olhar nervoso de Jenny e sorrio; apenas um pouco entre os dentes.

— Pode dizer isso de novo, definitivamente não seria o mesmo.

Eu apresento a Demi, e o sorriso de Jenny é leve. Mentalmente cerca uma a outra, assim como fazem as mulheres e os gatos, perguntando se você vai precisar usar as garras em algum ponto.

— Nós vamos fazer um churrasco na casa Monroe esta tarde. Vocês vêm certo? — JD pede.

Jenny abre a boca, mas antes que ele possa dizer qualquer coisa, respondo: — Não iríamos perder. Eu levo o meu molho especial. Sempre amou o meu molho, lembra-se, Jenny? Você não podia ter o suficiente.

Me dá um olhar mal.

Grunho.

— Mãe. — Mary salta, pegando a minha mão. — Posso ir para casa da vovó e vovô Shaw com o papai e Srta. Demi?

Jenny sorri suavemente. — Claro. Mas não suje o vestido. — Com um suspiro, me olha. — Então, nos vemos mais tarde.

— Conte com isso.

De volta para casa dos meus pais, eu estou na cozinha, tentando tomar a maior parte do meu tempo — misturando o Worcestershire, vinagre e açúcar mascavo — ainda que a branca fosse melhor. O molho barbecue é importante para um homem do sul, é uma coisa de orgulho. O meu tem uma reputação lendária e não quero decepcionar os fãs.

Através da janela vejo que Mary leva Demi perto de onde os cães de pastoreio estão presos, conversando. — Esse é Bo, essa é Rose; oh, e este é Lucky. Ele foi pisoteado por um cavalo quando ele era um filhote de cachorro. Ele quebrou a metade de sua cabeça, você vê?

Olho para cima e vejo Demi acariciando a pele dourada do cão, em seguida, franzindo os lábios rubis e mandando beijos para o cão.

Esse é certamente um sortudo.

— O vovô achou que deveríamos colocá-lo para dormir, mas meu pai disse para lhe dar uma chance, ele parecia forte. E ele se recuperou.

Quinze minutos mais tarde, eu tenho panelas borbulhando no fogão como um experimento de química. Demi entra enquanto Mary permanece nos balanços. Observa como eu misturo os ingredientes em uma lata retangular. — Eu pensei que você disse que não sabia cozinhar.

Aponto para as panelas e potes. — Isto? Não é o cozinhar. É assar. Totalmente diferente.

Ela sorri. E dá um passo mais perto. — Encantador de júri, herói de filhotes feridos e agora, churrasqueiro. Existe alguma coisa que você não pode fazer bem?

Eu sorrio, olhando para aqueles olhos. E sou possuído pela súbita vontade de beijá-la. Conscienciosamente.

Mas descarto, beijar na cozinha não é o que fazemos Demi e eu. Em vez disso, eu respondo a sua pergunta sobre os meus talentos ilimitados. — Não.

— Porque você nunca faz assados em DC?

— Eu não sei, eu acho que não há nenhum tempo. E ele esquece o quão divertido é. — Mexo o pote um par de vezes, em seguida, puxo para fora um pouco na colher. Demi olha para a minha boca enquanto sopro.

— Prove isto.

Sua suave língua rosada se aventura em sair, mostrando-se hesitante, seguido por seus lábios que cercam a cabeça da colher. Quando geme, Cristo, vai direto para o meu pênis; o que me faz pensar em outros gemidos e outras cabeças.

— Mmm ... felizmente eu lamberia esse molho em qualquer coisa que você coloque.

Palavras perigosas. Agarro o cronômetro par evitar que a deite de costas na mesa.

Talvez beijar na cozinha é algo que deveríamos começar a fazer.

— Isso não seria uma boa ideia. — Eu digo. — Há pimenta picante. Poderia queimar a pele.
Sorrindo como uma diabinha, me devolve a colher. — Então eu acho que vou ficar com molho de chocolate. — Ela se vira e vai embora, balançando os quadris.

Hmm... um pouco de queimadura poderia valer a pena ver.


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