3.6.14

Capitulo 29 - Mini-Fic

 
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JOE NÃO estava na plateia. Demi buscou pela multidão durante sua performance, perguntando-se se ele estaria à espreita nas sombras, cuidando dela.

Não estava.

Era o fim.

De algum modo, ela deu um jeito de não chorar enquanto girava ao som da música. Deu um jeito de não demonstrar aos homens ávidos na plateia que seu coração estava despedaçado.

Não deveria estar assim; afinal, ela sabia que entrar naquela relação louca e selvagem com Joe acabaria mal. Desde o primeiro dia, eles desejavam um ao outro em condições opostas. Ele desejava a irmã caçula bonitinha de sua cunhada que trabalhava na confeitaria todos os dias. Ela queria o guarda-costas sensual e atraente que cuidava do corpo nu dela todas as noites.

O fato de ele ter tentado brecá-la e proibi-la de dançar na primeira oportunidade em que tivera um pretexto conveniente enfatizava aquilo ainda mais.

Enquanto ela dançava até o chão, rebolava, dava impulsos e saltos no palco, quatro palavras seguiam o ritmo da música. Elas tocavam sem parar, seguindo o compasso quaternário.

Isso não vai funcionar.

Assim que Demi finalizou a dança, estava tão furiosa quanto magoada. Independentemente de ser amante dela, Joe deveria ser o guarda-costas da boate. E, mesmo quando ela estava mais vulnerável, exposta, ele não estava à vista.

No segundo em que o encontrasse, ela teria algo a dizer a respeito. Mas aquele instante chegou quase imediatamente… Ele estava sendo o guarda-costas dela de fato. Literalmente. Estava parado nos bastidores do palco, sombrio e predatório. Ele ficou observando enquanto ela saía… de uma linha reta com visão para o centro do palco. Então ele não a tinha visto dançar. E certamente não tinha passado pela experiência de vê-la junto ao restante da imensa plateia masculina.

Nada havia mudado.

– Vou acompanhar você até o camarim – disse ele, o maxilar tão tenso quanto os ombros –, Rosa.

Ela nem mesmo respondeu quando deslizou o roupão por sobre o corpo seminu, então passou por ele em direção à escadaria. Ela não precisava da ajuda dele, não precisava da aprovação dele.

Sim, ela precisava dele. Mas havia aprendido a se virar sem ele, exatamente do jeito que fizera durante todos aqueles longos e solitários anos de sua adolescência, quando ela ansiava por ele.

É claro, nunca tê-lo para si poderia ter ajudado até então. Mas e agora que ela o tinha?

Demi temia nunca ser capaz de superar Joe.

– Ahã. – Assim que chegaram ao pé das escadas, Harry saiu do camarim coletivo.

– Está tudo bem? – perguntou Joe, em alerta instantaneamente.

– Tudo bem – respondeu o sujeito mais velho, mas ele não soava convencido. Na verdade, a voz dele estava fraca; o rosto, um pouco pálido.

Demi colocou uma das mãos no ombro dele.

– Harry, o que houve? Leah está bem?

Ele cobriu a mão dela com a sua.

– Sim. Jackie telefonou mais cedo. Leah está bem. – Ele olhou por cima do ombro para o camarim silencioso. Saiu do cômodo e fechou a porta. – Mas preciso conversar com vocês dois. Podem vir comigo, por favor?

Ao ouvir a urgência na voz dele e ver a preocupação óbvia, Demi entrou em alerta imediatamente. Algo mais havia acontecido… talvez mais alguém estivesse machucado.

– O que foi? – perguntou Joe em voz baixa, obviamente percebendo a mesma coisa.

O homem apenas meneou a cabeça, indicando para que subissem as escadas rumo ao pequeno escritório do outro lado do saguão. Eles tomaram um corredor particular, nos fundos, o que foi bom; afinal, Demi estava usando apenas seu roupão longo de seda. O que quer que estivesse perturbando Harry devia ser sério, pois ele nem mesmo oferecera para aguardar enquanto ela vestia algumas roupas.

O escritório de Harry era despretensioso e simples. Confortável. Muito parecido com o sujeito auto depreciativo que o ocupava.

No entanto, Harry Black não parecia confortável agora. Quando ele gesticulou em direção às duas poltronas diante de sua mesa, sua mão estava trêmula.

Demi quase prendeu a respiração, observando-o se sentar atrás da mesa. Antes de ele dizer qualquer palavra, baixou a cabeça e a repousou entre as mãos.

– Não consigo nem mesmo olhar para vocês enquanto digo isso.

Demi não fazia ideia do que o sujeito poderia estar falando, mas ao lado dela Joe inalou profundamente. – Você…

O chefe deles olhou para cima imediatamente, balançando a cabeça.

– Não. Não fui eu. – Com os olhos úmidos, ele continuou: – Foi Delilah.

Demi compreendeu subitamente. Delilah era a pessoa atrás dela. Ela havia envenenado os chocolates… e talvez as rosas.

Joe murmurou um palavrão, mas Harry não veio em defesa da esposa. Ela merecia o desprezo deles. Não, ela não havia sido bem-sucedida em ferir Demi, seu alvo, mas certamente havia machucado Leah.

– Conte-nos – pediu Joe, recostando-se na cadeira e cruzando os braços.

Ele semicerrou os olhos, a expressão ameaçadora. Demi reconheceu aquela tensão em seu corpo musculoso. Que bom que Delilah Black não estava ali confessando pessoalmente. Muito bom. Porque, se Demi não a partisse em duas, Joe o teria feito.

– Pensei que ela quisesse se aposentar – disse Harry. A expressão dele estava aturdida, a mesma que muitos homens exibiam quando estavam tentando compreender suas esposas. Demi certamente a vira no rosto do pai. – Ela parecia feliz me ajudando na administração da boate.

– Há quanto tempo ela parou de dançar? – perguntou Demi, sentindo enorme pena pelo sujeito. Ela sentia que Harry necessitava se recompor para contar a pior parte.

– Há alguns anos, quando ela chegou à casa dos 40 anos. Logo depois de nos casarmos. – Abrindo a gaveta da escrivaninha, Harry pegou uma garrafinha prateada e um copo de dose. Serviu-se de uma bebida, erguendo uma sobrancelha em direção a Joe e Demi para saber se eles também queriam.

Nenhum dos dois o acompanhou. Demi já estava se sentindo enjoada com aquela história que Harry estava lhes contado. Joe… bem, provavelmente já estava em ponto de fervura sentado na poltrona ao lado dela. Jogar álcool em uma brasa poderia fazê-la explodir.

– E ela pensou que, se conseguisse se livrar de sua atração principal, você de repente a colocaria de volta no palco? Isso não faz sentido – disse Joe, o desgosto pingando das palavras dele.

– Não faz sentido para você. Nem para mim – falou Harry, com um suspiro. – Mas para ela faz. – Ficando ligeiramente corado, ele acrescentou: – Eu, bem… acho que posso ter influenciado um pouco nisso, no entanto. Creio que falo muito de você, Rosa… Demi – esclareceu ele, chamando-a pelo nome verdadeiro pela primeira vez desde que a havia contratado. – E acho que Dee ficou com um pouco de ciúme, pensando que meu interesse ia além do profissional. – Quase enrubescendo até a careca agora, ele acrescentou rapidamente: – De jeito nenhum que isso era verdade. Tenho orgulho de você como se fosse minha filha… mas Dee não entendeu isso.

O sujeito nunca nem mesmo olhara para ela de um jeito diferente. Demi não duvidava de que ele estivesse sendo sincero.

– Ela foi responsável pelas rosas?

Harry assentiu, dando um grande gole em sua bebida.

– Ela colocou algum tipo de inseticida nela. E, antes que você pergunte, sim, ela danificou a cadeira também. Eu a fiz confessar os dois atos, assim como a adulteração dos chocolates com xarope de ipeca.

Desta vez, foi Demi quem xingou a mulher baixinho. Ela simplesmente não conseguiu evitar.

Mais uma vez, Harry não fez qualquer esforço para defender a esposa.

– Por que ela abriu o jogo? – perguntou Demi.

– Eu suspeitei assim que vi a caixa de chocolates. Dee ama aquele tipo. E ela chegou em casa com o tal xarope há alguns dias, dizendo que queria deixá-lo à mão caso algum dos sobrinhos se intoxicasse com algum produto de limpeza ou algo assim.

Joe se remexeu um pouco, os braços ainda cruzados, o corpo ainda rígido. – Então você a confrontou?

Harry assentiu.

– E ela confessou. Quando viu o quanto Leah ficou mal, sentiu-se péssima.

– Pergunto-me se ela teria se sentido assim se fosse Demi deitada no chão – rebateu Joe.

Ele soou muito protetor, o que fez Demi se sentir querida e acolhida por dentro, embora ela tivesse dito a si mesma que era estúpido sentir aquilo.

– Sei lá – admitiu Harry. – Talvez não.

Uau, era bom ser apreciada por alguém.

Joe finalmente se aprumou e se inclinou em direção à mesa. Fixando um olhar firme sobre Harry, ele questionou:

– Você chamou a polícia?

O homem balançou a cabeça lentamente. Mas, antes que Joe pudesse confrontá-lo, ele acrescentou:

– Procurei Leah primeiro e contei tudo. Ela e Jackie resolveram prestar queixa e telefonaram para a polícia pessoalmente.

Joe relaxou. Um pouco.

– Compreendo o motivo de isso precisar acontecer. – Lágrimas rolavam dos olhos acinzentados de Harry, escorrendo um pouco pelas bochechas redondas. – Mas eu não podia entregar minha esposa.

Demi colocou a mão sobre a perna de Joe, sentindo que ele estava prestes a fazer mais um comentário sobre Delilah. Ela apertou a coxa dele, advertindo-o para não fazê-lo. Harry já estava sofrendo o suficiente. Ele não precisava ouvir que era um tolo por amar alguém tão detestável.

– Eu compreendo – murmurou ela.

– Espero que entenda. E espero que compreenda que vou acompanhá-la nessa empreitada. Ela estará enfrentando acusações de agressão.

– No mínimo – murmurou Joe.

– Eu sei que isso pode fazer com que você queria ir embora, Ro… Demi. Mas eu gostaria que você ficasse. – O homem sorriu ligeiramente. – Você é parte da família.

Hum. Se Delilah dava veneno aos membros da família, Demi detestaria ver o que ela fazia aos inimigos.

– Eu sei disso também – falou Demi, tirando a mão da coxa cálida de Joe lentamente, já sentindo falta do contato. Já sentindo falta dele. – Você a ama. É isso que as pessoas que se amam fazem… Elas se apoiam, mesmo quando tomam decisões ruins ou tolas aos olhos de terceiros. – Ouvindo um tremor na própria voz quando o assunto lhe atingiu em cheio, Demi ofereceu um sorriso tiritante.

E ela nem mesmo olhou para Joe.

– Obrigada por me contar, Harry. Vou me arrumar para minha próxima apresentação. – Sem dar mais nenhuma palavra para nenhum dos dois, Demi saiu e voltou ao trabalho. E Joe não se aproximou dela pelo restante da noite.
 
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Oii, eu estou na faculdade, mas antes de sair deixei esse capitulo programado para postar... eu espero que pelo menos alguém tenha lido o ultimo que eu postei né?? hahaha

Beijoos e não se esqueçam de comentar... irei programar outro para ser postado ás 22:30, tbm espero que até lá alguém tenha comentado esse hahaha e quando eu voltar da faculdade eu posto mais um da mini-fic e se vocês quiserem quando terminar essa mini-fic eu posto sinopses de outras fics para que vocês escolham :)

oops. sem querer eu tinha postado o capitulo 30 antes desse hahahaha já consertei e ele vai ser postado ás 22:30 :)

Beijoos <3

6 comentários:

  1. vish...mulher invejosa....
    tensoooo...mais perfeito
    ansiosa aquiii
    posta looogo
    beijos

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    1. muito invejosa essa velha hahahaha
      fico feliz em saber que vc gostou desse capitulo!!
      Beijoos <3

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  2. Ahhh primeira a comentar
    Que revelaçoes
    Coitado do Harry :(
    Perfeito!
    Posta logo!!!
    Beijos com glitter

    By -Milena :)

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    1. vc foi quase a primeira, mas sem problemas, eu não ligo para isso, o importante é que vc gostou do capitulo :D
      tadinho do Harry, se casou com uma psicopata :/
      Beijoos Milena <3

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  3. Aaaaah, ta perfeito! Posta logo, e sim, quando terminar essa, posta a sinopse das outras, por favor! Você é divaaaaaa <3

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    1. logo depois que eu postar o epilogo, eu irei postar a sinopse das outras para vocês escolherem :) beijoos minha linda <3

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