15.6.14

Suave - Capitulo 26 - MARATONA 3/5

 
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– AGORA – DISSE Joe – vamos fazer do meu jeito.

– Hum… – murmurou Demi, traçando a linha do lábio inferior de Joe. – Como é?

– Devagar e suave, e quero que você deite para eu poder ver o seu rosto.

– Ora, Joe Jonas, no fundo, você é tradicional. Quem diria?

Lá fora, a tempestade estava recuando, os raios brilhavam por entre nuvens a distância e os trovões ressoavam abafados; mas, ali dentro, Joe estava em tumulto. Não conseguia tirar as mãos de cima de Demi. Só conseguia pensar em fazer amor com ela de novo, mas, dentro de algumas horas, se o tempo permitisse, estariam chegando à Flórida.

E depois?

Ele sentiu o coração se apertar e a pele formigar.

Demi enrolou os dedos nos pelos do peito de Joe e puxou-os com força, deixando-o louco. Ele fechou os olhos, respirou profundamente e tentou manter o que lhe restava de controle.

Demi.

Ela beijou o peito, o abdome de Joe, e chegou a um lugar que ele esperara que ela atingisse, mas que não quisera pedir. Um gemido misto de prazer e de desespero saiu dos lábios dele. Não havia mais volta. Ele já passara do ponto de retorno. Ela o reduzira a ruínas.

Os lábios doces de Demi o acariciaram, e ele precisou se segurar. Ela assumira o controle e não o soltava.

Droga, ele quisera fazer amor com ela, cara a cara, olhar para ela, mas, se ela continuasse com aquilo, ele acabaria antes que começassem.

Ele tentou afastá-la, mas ela resistiu, enlouquecendo-o com a língua. Ele a agarrou pelos cabelos e puxou-a com delicadeza.

– Anjo, eu quero estar dentro do seu corpo.

Ela deu uma risada maliciosa, fez uma pequena manobra que o levou às alturas. Sem aviso, ele teve um orgasmo.

Demi.

Joe contraiu o queixo, enquanto estremecia de prazer, dizendo o nome dela. Quando acabou, ela caiu ao lado dele, sobre a cama.

– Quem provocou também merece. – Ela riu.

Joe ouvia as batidas do próprio coração e sentia o gosto do escuro, das sombras misteriosas do quarto. Ele inalou o ar da noite, que cheirava a sexo e ao ozônio descarregado pelos raios.

Demi.

A mulher sensual que o desafiara a ser um homem melhor. A mulher que roubara o coração dele.

Ele a abraçou mais forte e beijou-lhe os cabelos.

Os dois dormiram assim por algum tempo. Ele a acordou com beijos, algum tempo mais tarde, pegou um preservativo e finalmente fez amor com ela da maneira como queria fazer há meses.

Face a face. Olho no olho. Só os dois, na silenciosa calmaria depois da tempestade.

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O QUE ela fizera?

Deitada ao lado de Joe, que dormia com o lençol enrolado na cintura, Demi olhava para o teto, enquanto a madrugada se tingia de rosa, do lado de fora da escotilha. Ela olhou para ele. O homem era tão bonito que, por um segundo, ela esqueceu tudo, a não ser como era maravilhoso estar com ele.

Demi imaginou quantas mulheres tinham estado no mesmo lugar.

E isso fez o coração dela se apertar.

Ela conteve a respiração e voltou a olhar para o teto. Ora. Era isso que estava errado com aquele cenário: por melhor que a noite tivesse sido – a quem ela queria enganar, a noite tinha sido incrível – ele estava preso à tal de Taylor.

O problema era esse. Ela não iria fantasiar com o que acontecera entre eles. A tormenta os jogara na cama, e os dois simplesmente não tinham sido capazes de tirar as mãos um do outro. A proximidade e a atração sexual os tinham inebriado de luxúria, não de amor verdadeiro.

Então, por que doía tanto?

Ela não conseguiu evitar e olhou para ele de novo. A boca generosa estava relaxada, sorridente. O queixo quadrado estava escurecido pela barba incipiente, e um cacho de cabelos lhe caía sobre a testa. Mesmo dormindo, ele parecia se divertir. Realmente, seria melhor que cada um seguisse o seu caminho. Eles não combinavam. Sinceramente, o que tinham em comum?

Biscoitos de chocolate recheados. Duplos. Guardados na geladeira.

Biscoitos gelados não eram suficientes para sustentar uma relação.

Como se ele estivesse pensando em manter um relacionamento com você. Deixe de sonhar. Acabe com isso. Você não pode deixar que ele saiba que espera algo que ele não pode lhe dar. Só vai fazer com que os dois se sintam constrangidos.

Além disso, ela violara o próprio código de ética, fazendo amor com um homem cujo coração pertencia a outra mulher. Era o que ela merecia. Sabia muito bem e permitira que acontecesse.

A tristeza a corroía.

Não havia outra maneira de lidar com aquilo, a não ser fingir que a noite anterior não fora mais do que satisfazer um desejo. Ele ficaria aliviado por ela nada esperar. Assim que chegassem à Flórida, ele procuraria Jackie, e ela voltaria para casa, em St. Michael.

Era a única maneira de lidar com a situação: negar os sentimentos. Afinal, o que eram sentimentos, além de emoções passageiras, sujeitas a mudanças? Era a solução mais sensata e iria protegê-la do sofrimento.

Ela resolveu que aquela seria a estratégia dela, virou-se na cama e enfiou a ponta do travesseiro na boca para evitar que Joe ouvisse os soluços.
 
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O VENTO estava brando e soprava do sul, fazendo com que a travessia da Corrente do Golfo até Key West fosse mais fácil do que o habitual. Com esta vantagem e a calmaria depois da tempestade, eles poderiam navegar livremente. Ele teria caminho aberto até Taylor.

O destino se manifestara. Ainda que passassem pela alfândega e ele levasse Demi até o aeroporto, para que ela pegasse um voo para St. Michael, Joe teria tempo de sobra para impedir o casamento de Taylor.

Porém, agora ele não sabia se queria fazer isso.

Taylor parecia estar muito distante e fazer parte de outra vida.

O que era real, verdadeiro, era a mulher parada ao lado dele, na ponte.

Demi.
 
Ele deu uma olhada para ela.

Demi parecia sossegada. Há uma semana, se alguém dissesse a ele que ela estaria no veleiro dele, que eles fariam amor e que ela ficaria tão calma depois, ele teria rido. Era uma imagem com a qual ele jamais teria sonhado.

Naquela manhã, ela levantara, fizera o café da manhã e, quando ele saíra da cabine, recebera-o com um sorriso acolhedor. Mas quando ele tentara abraçá-la pela cintura e beijá-la, ela se esquivara. Empertigara os ombros, e o sorriso se apagara.

Oh-oh. Ela estava lhe dando o chamado tratamento de indiferença do dia seguinte. Ele sabia, porque já usara o mesmo com outras mulheres. E também sabia que, se estivessem em terra, ela teria ido embora no meio da noite.

Ela virara o jogo e o fazia ter uma prova do próprio comportamento desprezível.

Entretanto, ele se esforçara para mudar. Queria desesperadamente se redimir. Talvez Demi fosse o instrumento da redenção dele. Ainda que tivesse cedido à tentação da noite passada, estava sentindo na carne o que era ser usado para o sexo.

O antigo Joe teria pulado de alegria, mas o novo Joe se envergonhava ao pensar que já fizera com que outras pessoas se sentissem do jeito que ele estava se sentindo naquele momento. Ter sido usado.

– A noite passada…

– Acabou – disse Demi com displicência, entregando a ele uma xícara de café. – Eu me diverti, mas não há motivo para discuti-la. As coisas saíram do controle, e nós ultrapassamos os limites, mas não há motivo para sentir culpa ou vergonha. Eu o libero de qualquer obrigação que você imagina ter em relação a mim.

– Eu… Eu… – Ele ficou sem fala.

– Se você pretende interromper um casamento, devemos partir – Ela se afastou, não lhe deixando escolha, a não ser segui-la.

Joe não hasteou as velas. Ligou o motor para a entrada em Key West.

Demi sentou na proa do barco e olhou para o mar, com os cabelos brilhando à luz da manhã. Parecia completamente indiferente ao que tinham partilhado na noite passada, e a atitude de desprezo dela fora um soco no estômago de Joe.

Ela não se importa. Você deveria estar feliz. Você tem um objetivo, um plano. E ela não faz parte dele.

Taylor. Era ali que estava o futuro de Joe.

Então, por que o coração dele se apertava e ele sentia um amargor na boca?

Por quê? Ele decepcionara Taylor, decepcionara Demi, mas, principalmente, decepcionara a si mesmo.

O problema era aquele. Ele quisera provar a Demi que era um homem honrado, ético. Os altos padrões de Demi haviam feito com que ele aumentasse as próprias expectativas, e ele falhara. Redondamente.

Joe conduzia o barco, mas a mente dele não estava concentrada em navegar. Estava enrolada em torno de Demi, tensa como uma linha de pesca. Ela deveria ter sentido que ele olhava para ela, porque se virou, olhou para ele e sorriu.

O coração de Joe se retorceu.

Havia dezenas de coisas que gostaria de dizer a ela, mas não sabia como começar. Obrigada pelo presente da noite passada. Sinto muito se a magoei de algum modo. Vou sentir a sua falta.

Ela olhou para o outro lado.

O que estaria pensando? Ele não conseguia imaginar. E era estranho. Em geral, com Demi, ele sabia exatamente onde estava.

Ele abriu a boca. Fechou-a. Colocou os óculos escuros.

Ela foi até o compartimento onde ele guardava suprimentos, pegou uma embalagem de protetor solar e derramou um pouco na palma da mão.

Eu não vou olhar para ela. Não vou.

Joe inclinou a cabeça de lado e olhou para ela de soslaio.

Demi espalhou a loção sobre os braços bronzeados.

Ele ficou com água na boca. Lambeu os lábios. Engoliu em seco.

Ela espalhava a loção na pele com movimentos lentos, em círculos ritmados.

Ele ficou excitado. Isso não era bom.

Demi esticou uma das longas pernas e a esfregou com a loção.

O suor começou a umedecer a testa de Joe. Ele exalou o ar e olhou para o outro lado. Concentre-se em dirigir o maldito barco. Ele contraiu o queixo e fez tudo para pensar em Taylor e fazer o Segunda Chance singrar na direção de Key West.

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Coloquei 3 capítulos de uma vez só pq pelo livro os capítulos estão muito pequenos :/
Beijoos <3

6 comentários:

  1. Ta perfeito, por favor, coloca o casamento jemi nessa mini fic, na outra, da Rosa Escarlate, eu queria tanto, mas não teve :( põe nessa, pleeeease! Ta perfeito como sempre, beijos

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  2. Ola olha, vais acabar a maratona quando? Diz que ainda postas mais um capitulo hoje pffff, estou a adorar e é a 1* vez que comento *-*
    leio-a desde a 2 messes e cada dia supera o dia anterior MAIS. 11111111

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  3. OMG essa situação entre eles está tensa rsrs O cap está perfeito Mari!!!
    Posta mais?!? Por favor!!!
    Bju!!

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  4. Aí caramba morri... Tadinho do Joe Dem ele gosta de você.... Eu dava bola pra ele e o que ele mais quisesse Kkkkkkkkk
    Aí meu Deus, perfeito posta mais :)
    Fabíola Barboza

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