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MEIA-NOITE. E Joe estava acordado.
De novo.
Em geral, ele não tinha problemas para dormir. Principalmente quando estava no mar. O ruído suave das ondas costumava acalmá-lo. Mas, naquela noite, as coisas estavam piores do que na noite passada, porque ele beijara Demi.
Já que não conseguia dormir, talvez fosse melhor se levantar e velejar. Velejar durante a noite o levaria para mais perto de Key West. Mais perto de tirar Demi do barco e colocá-la a caminho do destino dela. Mas o vento providencial que os levara a ultrapassar o plano de navegação também provocara um bando de nuvens pesadas. Naquela noite, a lua estava escondida, aparecendo apenas breve e ocasionalmente, e o ar cheirava a chuva. Ele queria mesmo se arriscar a navegar e a ser apanhado por uma tempestade?
Seria melhor não desafiar a sorte. Com o progresso que haviam feito naquele dia, ainda que enfrentassem atrasos inesperados, ele chegaria a Key West antes do casamento de Taylor, no sábado, às 16h.
Para distrair a cabeça, Joe começou a calcular as coordenadas. Adorava exercitar a mente com matemática. Longitude, latitude, mudanças de altitude. Diabos, de repente ele estava cantarolando Jimmy Buffett.
Era melhor do que pensar em Demi.
Mas, ali estava ela outra vez, sem sair da cabeça dele.
Argh!
Ele arrancou a manta com que se cobria e levantou bruscamente, fazendo com que a rede ficasse balançando feito louca. Andou pelo convés, ouvindo os ruídos do barco – o gemer das correntes e das cordas, o suspiro da água batendo no casco, o martelar do próprio pulso nos ouvidos.
Joe se encaminhou ao convés inferior e desceu a escada. Parou. Xingou a si mesmo. Subiu a escada.
Esperou um minuto. Ele vira luz por debaixo da porta da cabine? Demi estaria acordada? Ele se voltou e desceu de novo.
Sim. Havia luz.
Ela estaria acordada? Ou dormira com a luz acesa? Estaria com medo do escuro?
O impulso de protegê-la foi mais forte. Impelido por uma força à qual não conseguia resistir, Joe se aproximou. Chegou à cabine. Levantou a mão para bater na porta, com a respiração acelerada e ofegante.
Ele abaixou a mão, colou a orelha à porta e imaginou tê-la ouvido respirar do outro lado.
Demi.
Ele colocou a mão na maçaneta. O corpo todo latejava e se retesava, cada nervo vibrava com uma energia que fazia com que marteladas lhe soassem na cabeça.
Demi.
E se ela estivesse com a cabeça encostada do outro lado da porta? E se estivesse com o coração batendo loucamente, como o dele?
E se não estivesse?
Joe encostou os lábios na porta e sussurrou silenciosamente o nome dela.
Demi.
O que diabos ele estava fazendo? Joe trincou os dentes, deu meia-volta, colocou-se na ponta dos pés – para ser mais silencioso e não correr o risco de que ela o ouvisse e abrisse a porta – e correu de volta à bendita rede.
Ele balançou a rede feito louco, colocou a mão na cabeça, inalou o ar com força, lembrou-se de ter beijado Demi e ficou excitado. Idiota. O que diabos havia com ele? Ele não era daquele jeito. Não mais. Deixara de viver o momento e sacrificar o futuro. Havia vantagens em se controlar, em se negar, em suplantar a autoindulgência em nome de algo maior e melhor, blá, blá, blá… Guarde as suas fantasias para si mesmo, Jonas. Contenha-se.
Um ano é muito tempo para passar sem sentir o corpo de uma mulher sob o próprio. Lembre-se de por que você resolveu se manter celibatário.
Demi.
Que diabos? Não, Demi, não. Apague isso. Você confundiu os nomes. Taylor.
Taylor, Taylor, Taylor. Era ela que ele desejava.
A-hã, Taylor é aquela que está prestes a se casar com outro homem. Ela não está ansiando por você. Sim, era por isso que ele tinha urgência de chegar a Key West e corrigir os erros passados.
Redenção. Este era o objetivo de Joe.
Bem, ele não iria conseguir isso se fosse à procura de Demi.
Isso mesmo. Sim. Ele sabia disso. Estava preso. Não ouse sair da rede até o amanhecer. Não importa o que aconteça. Entendeu?
Ao longe, brilhou um raio amarelado. Um trovão ressoou. Até o tempo o advertia.
Entendido. Ele saudou o céu. Estava todo suado.
Poucos minutos depois, algumas gotas atingiram o convés e caíram levemente no rosto dele. Joe puxou a manta e cobriu a cabeça.
O vento soprou mais forte, balançando a rede. Joe se arrepiou de frio e tentou se aninhar na rede. Se pelo menos a manta fosse mais grossa e de lã…
Um raio caiu, agora em um tom vivo de azul, em formato de garfo e com a mobilidade da língua iluminada de uma cobra. O ressoar do trovão foi forte como uma batida de carro.
Joe se assustou.
A chuva ficou mais pesada e o encharcou rapidamente.
Aquele não era o lugar mais seguro durante uma tempestade, mas ele consultara a previsão do tempo. A tempestade deveria durar pouco e ser levada pelo vento.
Porém, o vento parecia ter parado e deixado as nuvens negras exatamente acima da cabeça dele, ensopando-o. Joe se virou de bruços – uma manobra nada fácil em uma rede – e se encolheu sob a manta molhada.
Não estava dando certo.
Ele jogou a manta de lado, cambaleou até o cockpit, pegou uma lona impermeável e voltou. Abriu o encerado sobre a rede e se enfiou debaixo dele.
Melhor. Pelo menos, ficaria seco.
A chuva pingava no encerado e fazia um ruído enlouquecedor.
Joe resmungou. Ridículo. Vá para o convés inferior. Tentado, ele contemplou a ideia. Gostoso, quente e seco. A salvo de ser atingido por raios.
Sem essa, marujo.
Se ele descesse, com Demi tão perto, sabia que bateria à porta dela. E a maneira como ela o olhara durante o jantar e reagira quando ele a beijara lhe dizia que, se ele batesse, ela abriria a maldita porta e o convidaria para entrar de braços abertos.
Demi. Com os cabelos cheirando a morango e os lábios doces. Demi passando os braços pelo pescoço dele, puxando-o contra o peito. Demi… Não!
Ele soltou o ar sonoramente e tossiu. A garganta parecia arranhada. Através do encerado, ele viu a claridade do raio seguinte e sentiu a vibração da trovoada sacudir o barco. Sério, cara. Você pode ser atingido por um raio. Sem brincadeira.
Certo, tudo bem. Ele saiu da rede, foi até o cockpit e se enrolou nos encerados como se fosse uma bola. Não era muito, mas a superfície o protegia contra a força da tempestade.
Passaria. Tinha de passar. As tormentas sempre passavam.
A chuva escorria pelo encerado e molhava o rosto de Joe, escorrendo pelo nariz dele como lágrimas copiosas. Se ele fosse para o convés inferior, poderia se esticar no chão. Não precisava da cabine. Demi jamais saberia que ele estava lá dentro. Mas ele saberia.
Ora, vamos, você não é tão fraco. Pode ficar no mesmo convés que ela, sem se sentir compelido a seduzi-la.
Este era o problema: toda vez que estava perto dela, não conseguia pensar direito. Não era mais ele mesmo. Só desejava tocá-la.
Não: aquela era uma mentira descarada. Ele queria fazer muito mais do que tocá-la. E fora isso que o deixara enrolado.
As coisas mudariam quando ele visse Taylor de novo. Fazia muito tempo que ele não a via. Assim que fitasse os olhos de Taylor, esqueceria Demi por completo e não se arrependeria de ter mantido as mãos longe dela.
Só precisava chegar ao fim daquela noite.
Mais raios. Mais trovões. Mais chuva.
Joe fungava e tremia. Os pulmões pareciam pesar dentro do peito. Estaria mais seco se tivesse mergulhado de cabeça no oceano. Ele deu uma olhada para a escada que levava ao convés inferior. A dez passos de distância. Doze, no máximo.
Não. Ele apertou o encerado em volta do corpo. Não iria descer. A chuva iria passar.
Com o tempo. Tinha de passar. Não chovia durante quarenta dias e quarenta noites desde os tempos da arca de Noé.
Quinze minutos depois, não havia trégua. Ele não sabia dizer se era o nariz dele que estava escorrendo ou se era a chuva, mas se sentia mal como o diabo. Não iria descer. Estava determinado a provar que podia se controlar.
Enquanto isso, os dedos engelhavam como ameixa seca, e a cabeça latejava, mas ele aguentaria. Não era covarde. Não ele. Um verdadeiro marujo era capaz de enfrentar os elementos, certo?
Os dentes de Joe batiam, e ele tremia tão violentamente que não conseguia parar. Os olhos ardiam, os ossos doíam, e a pele parecia encharcada e esticada. Ele nunca fora acusado de ser teimoso, mas, naquela noite, se aferrara à decisão.
Uma hora depois, Joe não conseguiu mais suportar. De qualquer maneira, estava exausto demais para tentar fazer qualquer coisa com Demi, Ele resistira o máximo que pôde. Com um gemido gutural, Joe tentou se colocar de pé, mas cambaleou, a cabeça girou e os joelhos cederam. O piso se aproximou para recebê-lo.
Parabéns, Capitão, você está oficialmente ferrado.
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Oi meus lindos... me desculpem por demorar a postar, tanto essa quanto "A Sexóloga", eu não queria demorar, mas é que eu estou fazendo o máximo que eu posso, eu estou doente e isso não ajuda muito para escrever, vou tentar escrever alguma coisa aqui, ok??
Beijoos e não se esqueçam de comentar e lembrem que vocês podem dar sugestões para "A Sexóloga" ok??? <3
Divulgações:
Jemi - Uma nova História
histórias Jemi!!
Sigam, acompanhem e comentem no blog novo da minha xará Mari e da Brunna <3
Oi meus lindos... me desculpem por demorar a postar, tanto essa quanto "A Sexóloga", eu não queria demorar, mas é que eu estou fazendo o máximo que eu posso, eu estou doente e isso não ajuda muito para escrever, vou tentar escrever alguma coisa aqui, ok??
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Ahhhh primeira a comentar! :D
ResponderExcluirCara to amando essa mini fic ela ta muito diva
Coitado do Joe
Super curiosa
Posta logo
Beijos com glitter!!!
Amo muito vc !!!!
By - Milena
Boa tarde Mari!! Adoro essa mini fic!! Ela vicia rsrs muito perfeita!!!
ResponderExcluirComo assim doente??!? Não sei do que se trata mais espero que melhore o mais rápido possível, flor!! Nós esperamos que você melhore para postar os caps. Não se preocupe!! Se cuida linda! Bju!
Mari, espero que você melhore logo. Essa mini fic tá tão, mas tão incrível! Você diva muito. Posta logo, beijos beijos <3
ResponderExcluirQue perfeitoooo
ResponderExcluirtadinho do joe...
poosta looogoooo
beijoss
Gente que dó do Joe... Quer ser o orgulhoso isso que da querido.
ResponderExcluirEntendo sim. Posta quando der :)
Melhoras ... :)
Fabíola Barboza