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UM ANJO tirara as roupas dele.
Não. Não um anjo.
Demi.
Certo, ela era uma espécie de anjo. Ele admitia. Anjo de misericórdia. Como em “tenha misericórdia”, ela está me torturando!
Ele sentira os dedos frios dela sobre a pele. E os cabelos! Tão lindo o jeito como lhe caíam sobre os ombros. Ela costumava usá-los presos em um coque, na maior parte do tempo. Aqueles cabelos nunca deveriam ser presos. Ele desejara tocar aqueles belos cachos cor de mel, mas os dedos dele estavam muito trêmulos.
Ela se inclinara sobre ele, recendendo a morango. Ele adorava morangos – tortas, geleias, morangos cobertos com chocolate, bolos de morango e drops. Aquela era Demi: a salva-vidas de morango dele.
Hum…
Joe lambeu os beiços. Ou, pelo menos, tentou. A boca estava seca, e os lábios se colavam.
Hidratante labial. Precisava de hidratante labial.
Ei? O que era aquilo? Um macio dedo feminino estava aplicando protetor labial nele. Que dedo leve. Ah, assim estava bem melhor. Tudo o que ele precisava fazer era pensar, e acontecia. Ótimo truque.
Melhor testá-lo.
Ele sorriu. Ele precisava de um anjo na cama, enroscado ao lado dele, com as nádegas macias encostadas na pélvis dele. Ele precisava passar as mãos nos quadris curvilíneos de Demi, traçar a cintura dela e encontrar o doce volume dos seios dela.
Ela passou a mão ao longo das costas dele, e ele estremeceu. Frio. Ele estava com muito frio. E calor. Calor e frio ao mesmo tempo. Havia camadas de cobertores em cima dele, e ainda sentia frio, mas, ao mesmo tempo, queria chutar as cobertas e sentir o ar fresco sobre a pele quente.
As cobertas levantaram. Ah, ali estava. Ar fresco. E o anjo!
Enfiando-se debaixo das cobertas com ele, enroscando-se junto ao corpo dele. A pressão dos seios firmes sobre os ombros dele.
Seria real? Ela estava na cama, com ele?
Ou, em parte ele desconfiava, aquilo não passava de um sonho vividamente sexual?
Fosse o que fosse, vamos lá. Fantasia, realidade, qualquer uma delas, ele queria mais.
Ela pressionou os lábios contra a nuca dele.
Joe resmungou em tom rouco. Estava a um passo de dar um soco no próprio peito e soltar um grito de triunfo como o de Tarzan ao vê-la na cama com ele. Ele se virou para ela, envolveu-a nos braços, beijou-a intensa e avidamente.
Ela riu.
Um raio quente o atingiu diretamente na virilha.
Sem fazer caso, ele agarrou as alças finas do vestido dela e arrancou-o do corpo.
O anjo perdeu o fôlego e emitiu um som doce e delicioso.
– Ah, homem das cavernas. Gostei.
– Espere só. – Ele arfou.
Ela se agitou nos braços dele, a renda do sutiã sem alça arranhava o peito dele. A minúscula calcinha, que fazia par com o sutiã, esticava-se sobre a pele branca. Ele agarrou o fecho do sutiã e conseguiu tirá-lo.
O sangue pulsava na garganta, e ele ficou excitado.
Atordoado pela febre, Joe respirou profunda e calmamente, e pousou a mão sobre o coração dela. Ele a queria. Maldição, como a desejava.
Ele não deveria estar fazendo aquilo. Não? Por que não?
Porque, porque…
A cabeça de Joe estava confusa, e ele não conseguia pensar em um só motivo pelo qual não devesse estar fazendo aquilo. O desejo o consumia. Precisava possuí-la.
Imediatamente!
Pela maneira como o beijava, o anjo também o desejava com um ardor e uma paixão que o surpreendiam. Ela o enganara. Ele achara que ela fosse controlada ao extremo, mas, viva, ele estivera errado.
Ela jogou a cabeça para trás e expôs o pescoço macio e sedoso; os cabelos caíam sobre o braço dele. Ela era, exatamente, como ele sonhara que fosse: o corpo era firme e macio, absolutamente feminino. Os seios nus se aninharam sobre o bíceps dele quando ele a envolveu com o braço.
A não ser que ele estivesse sonhando, parecia ser algo surreal.
Mas como ele poderia estar sonhando? Ela parecia bem concreta. Tinha um cheiro gostoso. Emitia sons reais.
Ele se afastou e olhou para ela. Nossa, ele adorava a maneira como ela olhava para ele, com os olhos enormes, compreensivos.
Ela abaixou um pouco as pestanas e fez uma expressão travessa. Um olhar de “venha cá”, e ele estava perdido.
Se ao menos ele pudesse capturar aquele momento especial, trancá-lo em um cofre e guardá-lo em uma cápsula do tempo… Joe sorriu, depois gargalhou e abraçou-a com força. Ele sentia o corpo todo, desde a cabeça até os pés, tremer.
Ela se ergueu, apoiou-se no cotovelo e passou a mão pelos cabelos, enfiando os dedos nos longos cachos soltos. Um deles lhe caiu sobre o olho, aumentando a aura sexual. Uma névoa branca etérea parecia envolvê-la.
Joe se perguntou se haveria algo de errado com os olhos dele. Ou ela simplesmente teria um halo muito brilhante? Impressionado, ele pestanejou.
Ela prendeu o cacho de cabelos atrás da orelha e bateu as pestanas. O olhar azul, iluminado como o Mediterrâneo, atraiu o dele.
– Estou aqui para abrandar a sua febre.
– Se sou eu que estou com febre, por que você está tão quente?
O olhar dela se nublou de desejo. Ela colocou a língua para fora, para lamber os lábios rosados, e Joe se esqueceu de tudo que não fosse o desejo de mergulhar naquele corpo incrível.
– Você vai ficar olhando para mim a noite inteira?
– Não, senhora. – Ele se ajoelhou na cama e engatinhou na direção dela.
Ela levantou o pé descalço e o empurrou pelo peito, detendo-o. A visão dos doces dedos cor-de-rosa só fez aumentar o desejo de Joe.
– Vou consumi-lo inteiramente, capitão. De uma forma que nenhuma mulher o consumiu. Está preparado para se render por completo? – Ela deu uma risada tórrida que ricocheteou nos ouvidos de Joe.
– Você está preparada para tudo o que eu vou lhe dar? – Ele franziu os olhos.
Ela encolheu os dedos no peito dele.
– Esta é uma ocasião única. Vamos fazer com que seja uma noite inesquecível.
– Ah, bastará me provar para não ser capaz de ir embora depois de apenas uma noite – brincou ele, encarando-a.
– Onde estão meus sapatos? – brincou ela também.
Ela deixou cair o pé, sentou e pegou-o pelos ombros. Joe resmungou.
– Hum… – Ela estendeu a mão e envolveu a incrível ereção de Jeb com os dedos. – O que temos aqui?
Ele estava com o rosto na altura dos seios dela. Eram lindos. Perfeitos. Volumosos, redondos, verdadeiros, mas não muito grandes. O ideal. Do tamanho de uma laranja. Ele adorava laranja. Ele não resistiu a tocá-los.
Joe abaixou a boca e envolveu um dos mamilos, lambendo-o e mordiscando-o.
Ela exalou o ar com um sussurro quente e, de repente, tornou-se sinuosa e agitada como um golfinho, puxando-o para cima dela. Beijando-lhe o rosto, o queixo e a ponta do nariz com avidez.
O desejo de Joe se igualava ao dela. Ele colou a boca nos lábios dela, e os dois se misturaram em uma confusão de pernas e de braços.
Ele tinha de tê-la. Tinha de possuí-la agora.
Não havia discussão.
Ele sentia o latejar da ereção. O sangue galopava nas veias, aumentando-a com intensidade. Joe sentia a cabeça girar. Não estava pensando com clareza. Não conseguia pensar. Um impulso primitivo dominava tudo.
Ele estava no comando dos lábios de Demi, mas ela estava pronta, esperando por ele. Ela enfiou a língua doce na boca de Joe, movimentando-a freneticamente para além dos dentes dele. Aquele momento rivalizava com o melhor dia de navegação de Joe. De fato, o movimento ondulado do sangue ao correr nas veias de Joe lhe lembrava o movimento das ondas do mar.
Ela passou os dedos pelas costas nuas de Joe. Cada toque aumentava um pouco mais o desejo que ele sentia. Como podia a temperatura de um homem aumentar tanto sem fritar o cérebro e ferver o sangue dele?
Ah, espere. Ele estava se consumindo em chamas. Em um foguete para Marte. Empacotado e firmemente amarrado.
Ela enfiou os dedos no cabelo dele e arqueou os quadris, deixando-o louco ao roçar os mamilos no peito dele e permitir a visão dos pelos cor de mel, mais abaixo… Ele precisava prová-los!
Aqui vou eu, baby. Não. Espere. Ela não gostava de ser chamada de baby, e ele não queria chamá-la assim. Precisava arranjar um apelido para ela. Um termo carinhoso que nunca tivesse usado com outra mulher, mas que se encaixasse perfeitamente.
Anjo.
Boa garota, sempre fazendo o que era correto.
Anjo de misericórdia.
Ele tinha de sentir o sabor dela. Cheirar e tocar cada centímetro daquele doce corpo. Deixar que o halo dela o iluminasse interiormente.
Ela entreabriu os lábios, de modo suave e impaciente, imitando cada gesto que ele fazia. Cravou os dedos nas costas dele, pressionando o peito dele contra os seios.
Eles estavam face a face. Joe prendeu-a contra o colchão e abaixou a mão até o meio das coxas de Demi, procurando o ponto mais quente e descobrindo que ela estava pronta para recebê-lo. Com delicadeza, ele passou o dedo sobre a carne macia.
– Anjo.
– Ah, e você é um demônio… – Ela suspirou.
– Pode acreditar – sussurrou ele ao encontrar o que procurava e mergulhar o dedo no corpo dela.
Ela estremeceu sob a mão de Joe.
Ele estremeceu e usou mais um dedo. Quando ele roçou o ponto mais delicado com o polegar, ela gemeu e arqueou os quadris.
Ela era a mulher mais sensível que ele já conhecera.
– Está certo, garanhão. Você está causando um terremoto. – Ela mordiscou o lóbulo da orelha de Joe. – Mas eu não quero fazer isso sozinha. Quero que você esteja comigo.
– Eu quero que isso se prolongue.
– Tudo o que é bom precisa ter um fim – disse ela sabiamente. – Vamos fazer com que seja maravilhoso.
Ela era esperta demais para o bem dele.
– Venha – sussurrou ela e fez um gesto enlouquecedor com a mão, tocando-o em um ponto que ele não sabia ter, e pronto! Ele perdeu a cabeça.
Joe não conseguiu mais se segurar. Entrou no corpo dela e, no momento em que sentiu que ela o acolhia no calor do corpo, sussurrou:
– Anjo.
Ela o agarrou pelos cabelos e balançou o corpo contra o dele, repetindo como um mantra: – Joe.
E, então, ela parou de respirar.
Estaria chegando ao clímax?
Não, não, não. Era depressa demais. Joe diminuiu o ritmo e se afastou.
– Ainda não, anjo.
– Não seja do contra. – Ela fez um beicinho.
Ele beijou a testa, as pestanas, o nariz, o rosto e o queixo de Demi enquanto ela resmungava com impaciência, debaixo dele.
– Você quer que eu a leve ao êxtase?
– Quero, agora!
– Como quiser, anjo. – Ele jogou os pés para fora da cama, puxou-a para a beirada do colchão e abriu as pernas dela.
Joe olhou para o corpo nu de Demi através de uma nuvem de encantamento. Ela estava com os lábios rosados e brilhantes, os cabelos em desalinho e os seios intumescidos. Maldição: ela era a mulher mais sexy que ele já conhecera.
Demi aproximou o corpo do dele.
– Então, capitão, é melhor me possuir agora, antes que esse barco aporte.
– Eu não posso lhe negar nada. – Ele mergulhou dentro dela.
Demi ergueu os quadris e o puxou.
Os dois suspiraram ao mesmo tempo.
O calor, o balanço do barco e o cheiro de sexo dos dois os levaram à beira do abismo. Alguns movimentos, e os dois se perderam no mar. Joe atingiu o orgasmo no mesmo instante em que Demi gritava de prazer.
Exausto, ele se agarrou a ela e carregou-a com ele enquanto rolava de costas sobre a cama. Ela ficou em cima dele, encarando-o.
Mágica.
Ele sempre gostara de sexo, mas nunca sentira algo de semelhante. Um verdadeiro abracadabra.
Os cabelos dela, sobre o rosto dele, cheiravam a morango. Ele aspirou o perfume e fechou os olhos. A melhor coisa. Ela era a melhor coisa que já acontecera com ele.
O calor diminuíra, mas a chama no coração de Joe ainda queimava e brilhava.
Ele tentou beijá-la, mas ela desaparecera. A mão dele tocou o lençol frio e vazio. Brincando de esconder, menina sedutora. Aqui vou eu.
O duplo sentido o fez sorrir. Ele abriu os olhos.
Demi estava parada na porta, totalmente vestida, carregando uma bandeja e com uma expressão preocupada que lhe franzia a testa.
Não franza a testa, anjo.
– Você está bem? Você estava dando gemidos terríveis. – Ela colocou a bandeja sobre a mesa e se aproximou da cama.
– O que está fazendo vestida? – perguntou ele, tentando dar um sorriso sedutor, mas desconfiando de que iria parecer o sorriso torto de um bêbado. O sorriso se apagou.
Ela deu de ombros.
– Como se eu fosse ficar nua com você.
– E estava. Há dois minutos. Como se vestiu tão depressa?
– Do que é que você está falando? – Ela se aproximou, mas, de repente, parou. – Espere um minuto!
Ah, droga!
Ela apertou os lábios, e os olhos brilharam.
– Você estava sonhando com sexo?
– Não, não – Ele negou.
– Sim, sim. – Ela estalou os dedos, claramente deliciada com o constrangimento de Joe. – Por isso, tantos gemidos. Se eu soubesse, não o teria interrompido.
Ele sentiu o coração se apertar. Toda a beleza de terem feito amor não passara de um sonho fabuloso. Ele forçou uma gargalhada de indiferença. Não estava constrangido. Por causa de sexo? Não, senhor. Não ele. Sexo era normal. Natural. Você pensou realmente que estava fazendo sexo com ela. Parecia tremendamente real. Como um sonho podia ser tão vivo?
– Você estava tendo um sonho erótico. Comigo. Conosco.
Ele ficou vermelho e abaixou a cabeça. Idiota. Pensar que um sonho sexual fosse real. Como pudera ser tão tolo?
– Tudo bem. – Ela riu baixinho. – Estou profundamente envaidecida por fazer parte das suas fantasias sexuais, mas tudo foi provocado pela febre. Não há nada de que se envergonhar. Acontece.
É simples biologia.
– Só uma febre. – Ele sentia o corpo pesado e o coração se encolher dentro do peito. – Nada mais do que uma febre.
Ela se inclinou e colocou a mão na testa dele. Ele não podia fazer mais nada, a não ser se encolher sob o toque dela.
– A sua febre cedeu. Não se preocupe. Tenho certeza de que seus sonhos indecorosos se foram com ela.
Sim. Joe engoliu em seco. Isso era exatamente o que ele temia.
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Começo de maratona!!!! muito obrigada a todos que comentaram, e eu só não fiz a maratona mais cedo pq eu só acordei 11 hahahahaha vocês estão gostando de "A Sexóloga" ou só da mini-fic??? pq comentaram mais na mini-fic do que em "A Sexóloga" :/
Beijoos, Amo vocês <3
Ta divoso, poderoso, lacroso e perfeito esse capítulo, como todos os outros, to amando essa mini fic, senhor, ta muito linda, socorro! Posta logo, beijoooos <3
ResponderExcluirlindo. posta logo bj
ResponderExcluirPosta logo
ResponderExcluirEu amo as duas
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ResponderExcluirPostaaaaaa maaaiss
ResponderExcluirEu to realmente amando as duas, são muito perfeitas!
ResponderExcluirJoe safadindo!
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Amo vc !
By - Milena
Posta logooo
ResponderExcluirBoa tarde Mari!!!
ResponderExcluirEstou amando as duas!! Tanto a mini fic quanto a fic!! As duas são maravilhosas!!
Mas eu tenho um carinho especial pela fic "A sexóloga". Acho que é porque você escreve!! É muito perfeita e viciante!! Parabéns!! Bju!!
Posta mais..as duas são maravilhosas!!!
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