11.6.14

Suave - Capitulo 14


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DEMI ESTAVA animada.

Ela estava no cockpit, ouvindo Joe explicar as partes do veleiro, dando nomes a elas. Havia muito para aprender. Havia o mastro – o poste vertical, que suportava as velas. Ficava no centro do veleiro e dele saía um mastro horizontal, chamado retranca, que suportava a parte inferior da vela principal.

– Do que você gosta mais em velejar? – perguntou ela.

– A área de jogo está sempre mudando. Não existem dois dias iguais.

– A área de jogo?

– Nos outros esportes, a área de jogo é sempre a mesma: formato de diamante no baseball, quadra no basquete, o campo de futebol, mas no veleiro a área é determinada pelo vento e pela água, pelo capricho da mãe natureza, que nunca se pode controlar ou prever. – Ele olhou para ela. – Assim como você.

Demi ficou corada com o comentário.

– A retranca é o mastro horizontal que passa de um lado a outro quando a vela muda de bordo – disse Joe, voltando à lição. – Portanto, tenha cuidado para não ficar na frente quando ele gira ou você acabará dentro d’água.

– Então agora eu sei o que “mudar de bordo” significa.

– Esta é a vela mestra. Também é chamada de principal. A vela nada mais é do que o pano que apanha o vento para ajudar a mover o barco mais rapidamente através da água.

Ela torceu as mãos.

– Eu deveria estar tomando notas?

– Você vai aprender enquanto faz. O Segunda Chance tem uma headsail ou vela grande. Os veleiros menores não costumam ter.

– O que é uma vela grande?

– É a vela atrás do mastro. Existem diferentes tipos de “headsails”. Um deles é o jib.

– Jib. Joe. Fácil de lembrar.

– Esta outra vela é uma spinnaker ou balão, usada para velejar a favor do vento… Vamos usá-la hoje, já que estaremos velejando com o vento.

– Entendi.

– Cada parte da vela tem um nome.

– Caramba. A minha cabeça está sobrecarregada.

– Você conhece a terminologia médica. Comparada a ela, a linguagem náutica é muito fácil.

– Para você, é fácil falar. Você sabe de cor e salteado. Mas estou pronta. Quais são as partes da vela?

– A cabeça é o topo da vela. – Ele apontou o topo.

– Aposto que esse nome faz com que os adolescentes achem graça.

– E alguns adultos imaturos também. O punho de amura ou tack é o ângulo inferior da frente da vela.

– Cabeça, o topo, como deve ser. Punho de amura, ângulo da frente. Entendi.

– Punho de escota ou clew é o ângulo inferior da parte de trás. A esteira ou foot…

– Deixe ver… – interrompeu ela. – É a base da vela.

Ele sorriu.

– Eu sabia que você era esperta. A valuma ou leech é a superfície posterior da vela e a testa ou luff é a superfície da frente, junto ao mastro.

– Pensei que você tinha dito que a testa ou luff era uma espécie de freio.

– A palavra luff tem vários usos. Quando usada como substantivo se refere à superfície fronteira da vela. Quando usada como verbo, refere-se ao panejar da vela, quando ela não está esticada. Luff também pode ser usado como adjetivo, como para definir velas panejadas que não dão velocidade. E estas são as talas… – Ele mostrou as tiras reforçadas embutidas ao longo da valuma para ajudar a vela a manter a sua forma.

– Acho que entendi.

– Não se esqueça dos cabos.

– Cabos?

– Cordas com finalidades específicas.

– Isso está começando a parecer um filme sobre masoquismo – brincou ela.

Joe deu um sorriso malicioso.

– O que você sabe sobre isso?

– Só porque eu trabalho o tempo inteiro não significa que não sei o que acontece no mundo.

– Hum. – Ele lhe deu uma olhada que a deixou ruborizada.

– As cordas – lembrou ela, mas de repente se encolheu, porque parecia que ela estava ansiosa para saber mais sobre cordas.

– As cordas – falou ele em um tom sedutor. – A Cunningham é aquela linha de controle perto do punho de amura da vela, é usada para controlar a tensão da testa.

A palavra tensão reverberou no ar, formando uma linha tênue entre os dois.

– Creio que deve ser para esticar ou soltar um pouco a vela. Aumentar ou diminuir a velocidade?

– Algo parecido. – Ele olhou para o meio do mastro. – Esta é a halyard ou adriça. – Ele puxou a corda grossa que corria paralela ao mastro. – É usada para içar a vela. É o que você vai fazer em um minuto.

– Eu?

– Você.

– Sozinha?

– Sozinha.

– E se eu estragar tudo?

– Começamos outra vez. Esta corda que está em cima da retranca – ele mostrou –, chama-se outhaul e é usada para controlar a tensão da valuma.

– É preciso ter dez mãos para ser um marinheiro.

– Não dói. – Ele continuou a dizer os nomes dos cabos restantes e suas utilidades; depois lhe mostrou os equipamentos que ajustavam as cordas, incluindo os blocos de polias e instrumentos para esticá-las e prendê-las. Quando ele acabou, ela estava completamente confusa.

– Bem, eu não estou preparada para um concurso de perguntas.

– Mas agora você sabe o suficiente para erguer a vela.

– Sei?

– Sabe.

– Fico feliz por um de nós acreditar nas minhas habilidades.

– A primeira coisa a fazer ao preparar a vela é inserir as talas, o que eu já fiz. Depois, você prende o punho da amura. Venha, vou lhe mostrar como se faz. – Ele fez um gesto, e ela se aproximou.

– Isso está começando a parecer uma lição sobre o esqueleto humano. O osso do quadril se conecta com o da coxa…

– Uma apropriada analogia – disse Joe. – Agora, prendemos o canto com o gancho e aplainamos o luff.

– Cordas, ganchos, aplainar o luff, esse esporte é bizarro. – Ah, nossa, por que ela dissera aquilo? Estava literalmente balbuciando bobagens. Ele iria pensar que ela estava flertando com ele. Não estava.

Estava?

Pare. Pare de dizer coisas que pareçam sugestivas.

Joe simplesmente riu e continuou a dar instruções. Quando tudo estava montado e no lugar, eles voltaram a checar as velas.

– Certo – Ele disse. – Vou nos colocar a sotavento e, então, içaremos a vela mestra.

– Estou nervosa. E se eu fizer errado? Esse é um barco muito caro.

– Eu estou aqui para ajudá-la. Você é corajosa como o diabo, Demi Lovato. Já a vi em ação.

Comparado a dirigir um campo de desabrigados do furacão, navegar é canja.

Assim que ele posicionou o barco, colocou-a diante da catraca e passou os braços em volta da cintura dela, para mostrar como enrolar a corda que içava a vela em torno do cilindro, acionando a manivela.

– Só as voltas suficientes para prender a linha sem que ela se solte, mas, enquanto a vela sobe, você precisa dar mais uma volta ou duas – explicou ele.

Ela sentiu a respiração de Joe na orelha. Fazia cócegas, e ela sentiu vontade de dar uma risada, mas engoliu-a com um som abafado.

– E agora? – perguntou ela, resistindo ao impulso de recuar e de se encostar nele só para sentir o peito musculoso contra as costas.

– Você precisa pular depressa.

– Do barco?

– Não, para puxar a adriça. Lembra o que ela faz?

– Levanta a vela.

Ele afagou o queixo dela.

– Bom trabalho.

– Diga-me o que fazer.

– Fique ao lado do mastro, bem debaixo da adriça.

– Já sei. Eu pulo e puxo a corda para baixo.

– Exatamente. Eu estarei no cockpit, reduzindo a frouxidão da linha e puxando o cabo que está enrolado no cabrestante.

– Acho que começo a perceber como isso funciona.

– Quando a vela esticar totalmente, a carga vai aumentar. Portanto, puxar a corda não vai mais adiantar. Nesse ponto, eu aciono o cabrestante, até que a vela tenha atingido o topo.

– Ah – disse ela. – Lá vem você outra vez, com palavras de duplo sentido.

Benditos biscoitos, Lovato. Quer parar com esse flerte? O homem está ligado em outra mulher.

Apenas feche a boca.

O mais desconcertante era o fato de que ela nunca se comportara daquele jeito. Nunca. O que Joe tinha que a transformava em uma colegial idiota? Ela estava agindo como uma garota de 11 anos em um show de Justin Bieber.

– Pronta? – perguntou Joe.

– Pronta – afirmou Demi.

Ela pulou para pegar a adriça, pegou-a e começou a puxar. Joe fora para o cockpit. Enquanto os dois trabalhavam juntos, a vela começou a se erguer.

A vela inflou de modo majestoso. Demi ficou aliviada. Aquilo era divertido. Ela conteve o impulso de dar uma risada. Mas, a meio caminho do mastro, a adriça se soltou e, por mais que ela puxasse, não conseguia movê-la.

– Ei, Joe – gritou ela. – Acho que fiz besteira.

– O luff emperrou. Isso é comum. É bom para você aprender. Pare de puxar a adriça. Vou lhe mostrar como desemperrar o luff. – Ele fez um sinal para que ela se aproximasse do lugar onde ele estava.

Assim que ela chegou perto dele, sentiu todos os poros se arrepiarem e animarem. Francamente, Demi? Isso está ficando ridículo.

Eles voltaram a descer a vela, e Demi meio que controlou o corpo. Eles puxaram, deram trancos, acionaram a manivela e soltaram, até que a vela atingiu o topo do mastro e inflou com o vento. Assim que estava totalmente inflada, Joe lhe mostrou como prender a adriça, e eles passaram à vela de genoa.

Assim que as velas estavam erguidas, ela e Joe juntaram as cordas espalhadas no convés. Quando acabaram, ela suava e estava sem fôlego por causa do exercício inusitado.

Joe assumiu o lugar ao leme, e Demi ficou livre para se sentar e colher os frutos do trabalho de ambos, e, ah, meu Deus, era estimulante. Ela nunca esperara que velejar desse uma sensação tão grande de liberdade.

O vento lhe soprava às costas, jogando os cabelos sobre o rosto; os pés descalços se apoiavam no piso liso e polido de fibra de vidro, o ruído das velas ondulando e dos cabos contra o mastro, e, na mão, a cerveja gelada que Joe lhe entregara.

Era tão tranquilo. A água era tão azul, e o sol era tão brilhante que iluminava tudo o que tocava. Ela tomou um gole de cerveja que lhe deixou um leve gosto amargo na boca. Os olhos dela fitavam o horizonte. Algumas nuvens brancas brincavam no céu, e, a distância, ela viu algo, e seu coração se encheu de alegria.

– Golfinhos! – gritou ela. – Joe, é um bando de golfinhos, nadando ao nosso lado.

– Eles são curiosos e costumam seguir os barcos.

– Mas estamos indo muito rápido, e eles conseguem nos acompanhar! É como se apostássemos uma corrida. – Ela sentiu o coração bater mais forte quando se debruçou sobre a beirada do barco e os golfinhos os ultrapassaram. – Eles são cheios de manchas.

– Golfinhos-pintados-do-atlântico.

Ela olhou para Joe, por sobre o ombro.

– Não é um nome complicado.

– Taylor os chamaria de Stenella frontalis.

Ali estava. O lembrete do motivo pelo qual Joe fazia aquela jornada. O momento perdeu um pouco da alegria. Santo Deus, Demi. Esqueça.

Ela se voltou para os golfinhos. O líder do grupo estava praticamente ao lado dela. Tinha quase 2,5m e o corpo coberto de manchas brancas. Um golfinho com poás. Demi deu uma risada.

– Eles não nascem manchados. Ficam assim à medida que crescem. É o contrário do que acontece com os cervos. Quando muito velhos, esses golfinhos ficam cobertos de manchas.

Ela apoiou a cabeça no braço, ficou olhando o mar azul e os golfinhos cinzentos malhados e sentiu uma sensação de felicidade. Fechou os olhos por um instante, saboreando a sensação, para que pudesse lembrá-la quando tivesse necessidade de algo que a animasse.

Quando Demi voltou a abrir os olhos, os golfinhos cheios de vitalidade haviam rodeado o barco.

Como nadadores sincronizados, eles saltavam e mergulhavam, davam reviravoltas e cambalhotas. Que atletas graciosos. Que criaturas gregárias.

O humor alegre e brincalhão dos golfinhos fazia com que ela se lembrasse de alguém que conhecia. Demi deu uma olhada para Joe.

O vento embaraçara os cabelos dele. As mãos seguravam a cana do leme. O sorriso dele era branco e largo, os olhos se enrugavam nos cantos. Nossa, ele era lindo.

Ela sentiu o coração fazer uma pirueta que rivalizava com as acrobacias dos golfinhos.

Demi voltou a olhar os golfinhos, dividida entre a beleza do mar e o homem bonito que controlava o leme.

O líder dos golfinhos fez contato visual com ela e emitiu um som agradável, que ela ouviu por entre o ruído do vento, e abriu a boca em um sorriso tão atraente como o de Joe, como se estivesse dizendo: “Venha brincar.”

A criatura parecia muito confiante, como se estivesse pensando algo de especial. Demi se sentiu admirada, grata e humilde. Grata pelo destino tê-la colocado naquele barco e ter lhe proporcionado aquela maravilhosa experiência. Valera a ansiedade de ter se tornado uma clandestina por acidente, depois de ter sido drogada por Wilmer Valderrama.

Ela nunca se sentira tão ligada ao mar, à terra, às marés e ao céu. Fazia parte da natureza; não apenas reagia contra ela ou nela transitava. Demi sentia que o ritmo do mar estava dentro dela. Sentia-se parte integrante de tudo, como nunca se sentira antes, e aquele momento lhe parecia muito comovente.

Joe riu.

– É engraçado vê-la tão entusiasmada por causa de algo tão simples como golfinhos.

– Pode ser simples para você – disse ela. – Mas, para mim, é um milagre.

– Eu sei que você já viu golfinhos antes, ao largo de St. Michael.

– Sim, mas nunca tão de perto. Nunca olhei um golfinho nos olhos e me senti…

– Conectada. – Ele terminou a frase.

Ah, ele compreendia.

O que ela perdera… Como não percebera que aquelas criaturas selvagens eram incrivelmente especiais? Como poderiam afetá-la com tamanha força? Demi,  imediatamente, sentiu pena das pessoas que ficavam em terra, de todos que nunca tinham passado por aquela experiência altamente libertadora.

Um dos golfinhos se aproximou do barco. Ficou tão próximo que ela esticou o braço e tocou as costas lisas e molhadas do bicho. O golfinho mergulhou, e, quando reapareceu, havia uma pequena surpresa nadando junto ao corpo dele. Ela era mãe!

– Ah, veja, é um filhote! – Demi levantou depressa, em êxtase.

– Demi! Cuidado! – gritou Joe.

Ela se virou para ver por que ele gritara.

Tudo pareceu acontecer em câmera lenta.

A retranca girou e foi na direção dela, mas a cabeça, desacostumada a velejar, não conseguiu registrar o perigo com a rapidez necessária. Quando ela contraiu os músculos para se esquivar era tarde. A retranca a atingiu na altura do estômago e a derrubou.

Uh!

Demi soltou todo o ar dos pulmões e ficou bufando no chão como um peixe, olhando o céu azul. Os ouvidos apitavam e o estômago latejava.

Então, um rosto escondeu o céu, e a única coisa que ela conseguia ver era Joe, com as sobrancelhas franzidas em uma expressão preocupada.

– Demi, você está bem?

Ela tentou dizer que sim, mas, como ainda não conseguia respirar, foi inútil.

Ele a envolveu nos braços acolhedores e reconfortantes, e puxou-a para fora do alcance da retranca.

– Tudo bem – murmurou ele. – Você vai ficar bem.

Ela era enfermeira e sabia. Fora apenas um espasmo do diafragma, nada mais, mas se sentir incapaz de inalar o ar era uma sensação muito apavorante. Ela sentiu o pânico despertar, preparando-se para atacar.

Joe se agachou ao lado de Demi e massageou as costas dela.

– Calma, calma.

O cheiro de algodão limpo da camisa dele se misturava ao de sol e de mar nas narinas de Demi. Ele estava à direita dela, e tudo o que ela precisava fazer era virar a cabeça para encostar o rosto no peito dele.
Demi ficou tão perturbada com o impulso, que não conseguia pensar. Não conseguia falar. Ainda não conseguira respirar além de duas lufadas de ar insuficientes e superficiais.

– Demi. – Ele sentou sobre os joelhos e aproximou a boca da orelha de Demi, apoiando a mão nas costas dela. A sensação não poderia ser mais agradável.

Sem saber conscientemente por que, ela voltou o rosto para ele. A boca de Joe ficou bem próxima dos lábios dela.

Os dois quase se tocaram.

– Joe – murmurou ela, e isso bastou.

Os lábios dele estavam sobre os dela, deliciosos como caramelos salgados. Ela sabia que, assim como acontecera com os golfinhos, aquela era uma experiência que nunca iria esquecer: o barulho das velas ondulando ao vento do Atlântico, a claridade quente e radiante do sol de verão espalhando milhões de luzes minúsculas nas cristas da água azul, o cheiro da espuma salgada do oceano e aquele belo homem de músculos fortes e cabelos castanhos, beijando uma mulher prática, que se esquecera de como se divertir.

Demi guardou aquela lembrança no cofre onde ficava o álbum de fotografias mental dela e jurou tirá-lo de lá sempre que precisasse se lembrar de como a vida podia ser doce.

Joe tinha uma boca expressiva, experiente, que beijara e saboreara coisas sofisticadas: as costas de uma mulher, a base do pescoço, os lóbulos das orelhas. Demi queria que ele fizesse o mesmo com ela, mas, embora a esperança batesse as asas no ombro dela, como um pássaro, ela sabia que o pássaro jamais iria voar.

Não com aquele homem. O coração dele pertencia a outra.

Ela deveria interromper o beijo. Sabia que sim. O cérebro dela gritava: Faça alguma coisa!

Qualquer coisa! Pare de beijá-lo!.

Mas ela não fez nada disso.

Pelo contrário: passou os braços pelo pescoço de Joe e puxou-o para cima dela.

Quem era ela? O que estava fazendo? Era como se estivesse servindo de canal para o espírito de alguma sereia que dera uma reviravolta em um belo pescador e o prendia na rede. A imagem era estranhamente excitante.

O sabor de Joe entrou na cabeça de Demi e ali se alojou. Champanhe borbulhante e fondue de morango, lagosta na manteiga e caviar. Não que ela já tivesse comido caviar, mas Joe tinha o gosto do que ela achava que o caviar iria ter.

Você se meteu em confusão, disse a cabeça de Demi.

Cale a boca, retrucou o corpo.

Os lábios de Joe minavam a energia de Demi, drenavam o arbítrio dela, como a onda que recuava depois de estourar na beira da praia, deixando para trás montinhos de resíduos, expondo coisas que seria melhor deixar escondidas, como algas e conchas quebradas e refugos produzidos pelo homem. Deixando-a vulnerável, exposta e incapaz de resistir ao toque de Joe.

O beijo era mais excitante que qualquer outra sensação. Ela se sentia madura, ansiosa e pronta para ser colhida. Racionalmente, não era o que desejava, mas estava ávida por isso. Ávida por ele.

Ela inclinou a cabeça para trás e agarrou o pescoço de Joe com um dos braços. Ele intensificou o beijo e deslizou a língua para dentro da boca de Demi, causando um abençoado dano ao autocontrole dela. As línguas de ambos estavam misturadas quando ela resolveu entrar no jogo e correspondeu da melhor maneira que conseguia.

Um som rouco saiu da garganta de Joe, reverberando dentro dele e dentro dela, e Demi se iluminou. Ela o deliciava!

Antes que o bom senso habitual pudesse despertar, antes que ela plantasse as mãos no peito dele e o empurrasse, antes que a sensação de vergonha a dominasse por ter se deixado anestesiar pela boca perfeita e pela língua ágil de Joe, ela aproveitou cada sinal da atenção que ele lhe dava, deleitando-se com a beleza do que jamais experimentaria outra vez.

Era maravilhoso.

E, como todo momento maravilhoso, acabou.

Joe se afastou, murmurou uma desculpa, sussurrou um palavrão e deixou um bloco gelado e oco no coração de Demi.

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Gente só digo uma coisa,eu leio essa fic e me apaixono cada vez mais,porque SIM eu também estou acompanhando e lendo kk <3 é perfeita *O* A Mari já vai começar a escrever o próximo capítulo de 
"A Sexóloga" eu acho que ainda essa semana ela posta okay? *--* 
Comentem amore...Bejos..XOXO!!

4 comentários:

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