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O BALANÇO era muito gostoso, uma cantiga de ninar que amenizava a terrível dor de cabeça de Demi. Ela estava de olhos fechados, e a cabeça estava confusa. Deveria abrir os olhos e ver onde estava, porque esquecera, mas um perfume provocativo a distraía.
Que cheiro intrigante era aquele? Uma mistura de mar, de tecido de algodão e de homem. Joe.
Era o cheiro de Joe.
Hum… Joe.
Apesar da dor de cabeça, a mente de Demi conjurava sonhadoramente a imagem favorita de Joe Jonas.
Novembro.
Novembro passado, em Divers’ Beach, ao pôr do sol.
Depois de um exaustivo plantão de 24h no hospital improvisado que, na época, não passava de uma tenda, Demi resolvera dar uma longa caminhada para descansar a cabeça. Trabalhara sem parar, desde que chegara a St. Michael com a Cruz Vermelha no mês de junho, e estava atingindo o seu limite de resistência. Precisava passar um tempo sozinha, e Divers’ Beach era a praia mais sossegada de St. Michael, principalmente depois que a passagem do furacão levara algumas pessoas a deixarem a ilha definitivamente.
A praia fora limpa, mas ainda havia montes de galhos empilhados ao longo das árvores, à espera de serem recolhidos. Ela se entristecera ao ver os danos que seu lugar preferido sofrera.
Quando criança, Demi passava os verões na ilha. Seus pais eram professores e todo ano se ofereciam como voluntários para ajudar crianças carentes a obter a educação de que necessitavam. Todos ganhavam com isso. Ela, a irmã e o irmão tinham férias grátis, enquanto as crianças carentes tinham a assistência que lhes faltava. A experiência ensinara a Demi a capacidade de se doar aos outros.
E fora ali que ela encontrara Joe, enfiado até a cintura em uma onda, com os raios dourados do sol refletindo no peito nu. De início, ela achara perigoso que ele estivesse nadando sozinho – algo que ela esperaria de alguém que quisesse testar os próprios limites, mas ele nunca ia a algum lugar sozinho. E então ela percebera que havia uma gaivota se debatendo na água, ao lado dele.
Joe se aproximara, acalmara a ave apavorada e tirara uma embalagem de plástico que se enrolara na perna dela. Livre, o pássaro levantara voo. Joe ficara olhando e sorrira ao ver a gaivota subir cada vez mais alto, sem saber que estava sendo observado.
Quando ele se voltara e a vira, parecera ficar envergonhado por ter sido pego salvando a vida de uma gaivota, mas logo começara a se mostrar, flexionando os bíceps e se comportando como um idiota, quase estragando a cena comovente que ela acabara de testemunhar.
Ele saíra do mar, com a água pingando do corpo e usando um calção de banho preto, justo. Demi engolira em seco, percebendo que os dois estavam totalmente sozinhos na praia.
– Olá – cumprimentara ele, enfiando a embalagem de plástico no bolso do calção de banho. – É inesperado vê-la aqui.
No dia anterior, eles tinham brigado durante uma reunião do comitê de planejamento do hospital.
Ele queria construir um solário aberto no meio do novo hospital. Ela achava que o dinheiro seria mais bem empregado em equipamentos. Ele vencera, claro. Afinal, ele estava pagando pela construção. Mas ela precisava, pelo menos, respeitá-lo por tê-la escutado, e, naquele dia, o administrador dissera a ela que Joe tinha dado um cheque para cobrir também o preço do equipamento.
Ela ainda estava usando o uniforme do hospital. Não tivera tempo para trocar de roupa. A essa altura, a casa dela ainda era uma tenda coletiva no centro comunitário.
– Obrigada – Ela dissera, sempre pronta a admitir quando estava errada sobre algo. – Pela compra do equipamento.
– Obrigado a você.
– Por quê?
– Por garantir que as minhas prioridades fossem justas. Notou que ninguém mais do comitê contestou o meu projeto?
– Ninguém discute com você.
– A não ser você. – Ele sorrira, como se isso fosse bom.
Ela se sentira amolecer, mas também ficara apavorada porque se sentia atraída por ele como todo mundo. Não iria ceder. Já fizera papel de adoradora antes, e o resultado tinha sido desastroso.
– Onde está a sua comitiva? – perguntara ela.
– Eu escapei dela. – Ele dera uma piscadela de cumplicidade.
– Por quê?
– Às vezes, um homem quer ficar sozinho.
– Estou chocada – brincara ela. – Achei que você nunca se cansava de ser idolatrado.
– Nem tudo é como se pensa – respondera ele com uma sinceridade que a surpreendera.
– Bem… – Havia situação mais constrangedora? – Vou deixá-lo com a sua privacidade.
Ele a pegara pelo braço. Ela sentira a pele inflamar. Como acontece quando se joga gasolina no fogo.
– Não se vá – Ele dissera.
– Eu não quero incomodá-lo.
– Não está incomodando. – Ele sorrira de modo gentil e sedutor. Ela ficara extasiada. – Posso caminhar com você?
Ela concordara, e ele a acompanhara. Os dois tinham caminhado um pouco em silêncio ao longo da praia e parado para ver o sol se por no horizonte, desaparecendo e deixando uma trilha de estrelas no caminho.
– É tão sereno – dissera ele.
Ela respirara profundamente, consciente de que ele estava muito próximo, do perfume agradável dele e de como ele fora bondoso ao salvar a gaivota. Era a única desculpa que ela poderia alegar para o que acontecera a seguir.
– Demi – murmurara ele, inclinando a cabeça. – Você me enfeitiçou.
– O quê? – exclamara ela.
– Eu não consigo deixar de pensar em você.
– Em mim?
– Em você.
– Mas, por quê? Eu não tenho nada de especial.
– Você subestima a sua beleza.
Ah, com certeza. Ela estava sem maquiagem, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, usando o uniforme verde sem forma do hospital, e ele lhe dizia que ela era bonita. Sem essa!
– Eu tenho plena consciência dos meus atributos físicos. Admito que tenho pernas bonitas e um cabelo decente, mas não sou nenhuma supermodelo. Tenho uma falha entre os dentes e os meus olhos são um tanto pequenos demais, o meu queixo é muito estranho…
– Tudo isso se junta para criar um rosto interessante. Você sabe como as supermodelos são sem sal? Depois de um tempo, todas parecem iguais. Orgulhe-se dos seus traços marcantes. Você é única.
– Ah – Ela ficara constrangida demais com o elogio e não soubera o que dizer. Não estava acostumada a ser elogiada, e Joe era mais escorregadio do que sabonete. Ela deveria se lembrar disso.
– Mas, por mais bonita que você seja, não é a sua aparência que me deixa interessado. – Ele se aproximara ainda mais.
– Não? – Ela mal conseguira respirar.
– Não.
Ela engolira em seco.
– O que eu gosto mais em você é a sua ética.
– Ah, isso é muito sexy. Os homens sempre me dizem que eu tenho uma bela ética.
– Eles dizem isso?
– Eles dizem isso?
– Eu estou sendo sarcástica.
– E o seu senso de humor mordaz. Apesar de nem sempre eu ser esperto o bastante para entender suas piadas, eu gosto dele também.
– Você está sendo modesto? – Ela colocara a mão na testa e fingira estar desmaiando.
– Gosto da sua firmeza e de como você serve de exemplo para os outros.
– O que é isso, Jonas? – perguntara ela, desconfiada. – Por que está me elogiando?
– Não é elogio. Estou sendo sincero.
Ela olhara para ele com um ar de especulação.
– Eu sei que batemos de frente e quero facilitar as coisas entre nós.
– Ah, você está dizendo que quer me converter à sua maneira de pensar.
– Não – respondera ele. – Não é isso. Eu não disse que gosto da maneira como você me desafia?
Eu só queria dizer que um desacordo saudável é algo bem-vindo.
– Da próxima vez que discordarmos, eu lhe lembrarei disso.
– Faça isso – Ele concordara com vigor.
Ela não soubera o que fazer. Nunca vira aquele lado dele. Claro, nunca ficara sozinha com ele também.
As ondas beijavam a areia em um ritmo sussurrante e sedutor. A brisa sacudia as folhas das palmeiras, e o ar cheirava a coco. A lua começava a subir no céu.
Joe a fitara nos olhos, com os lábios a poucos centímetros da boca de Demi. O peito dele estava nu, mostrando a pele extremamente bronzeada. Ela sentira os joelhos amolecerem. Os lábios tentadores dele eram bem definidos e volumosos, mas não excessivamente. Qual seria o gosto dele?
Como seria a sensação de tê-los sobre a boca? Qual seria a reação que causariam nela?
Ela ficara presa ao olhar de Joe. Tentando escapar, abaixara as pestanas e o olhar se perdera na incrível visão dos músculos do peito de Joe. Ele era como um pirata preparado para abordar um navio carregado com ouro, cujo singular odor masculino invadira o espaço dela, atraindo-a. – É agradável estar aqui com você – murmurara ele.
– É agradável – ecoara ela.
– Você sabe – dissera Joe. – Se eu não…
Mas ele nunca concluíra a frase, porque, a despeito de si mesma, ela fizera algo que nunca tinha feito – ninguém podia acusá-la de ser impulsiva – e tomara a iniciativa. Naquele momento, ela saíra totalmente dos trilhos, passara os braços pelo pescoço dele e o beijara.
Demi não sabia quem ficara mais surpreso, se ela ou Joe.
Por um segundo, ele ficara imóvel, sem beijá-la, e ela pensara: “O que foi que eu fiz?”.
Então, ele soltara um gemido rouco, abraçara-a e a apertara contra o peito. O peito que ela tanto desejara tocar. Ele tinha o peito firme e forte, como ela imaginara.
Ele emitira um som profundo e contido, e os lábios dele pressionaram os dela com avidez, a língua vibrando como um raio em um dia claro, sem nuvens. Ela sentira o corpo se render e ficar agitado. Ele erguera a cabeça dela com delicadeza, puxando-a pelo rabo de cavalo, e enfiara toda a língua na boca de Demi.
Ela se pendurara nele.
Gemera. Puxara-o para o chão. A areia macia e levemente úmida estava fria e lhe provocara um arrepio quando ele se deitara sobre ela, com os joelhos fincados no chão. Joe olhara para ela com um ar surpreso e confuso. Estava excitado, e ela – aquilo era vergonhoso – implorava por mais.
Ela enfiara os dedos no cós do short de Joe.
O olhar dele escurecera.
Ela sentira o coração bater com um som abafado.
As mãos dele se movimentavam sobre a pele dela, incendiando-a, alimentando a exigência do corpo dela. Construção. Ele era um construtor, e ela, a estrutura que ele estava erigindo. Os lábios de Joe escavavam os dela, preparando as fundações, uma base sólida, as lajes de sustentação.
Ele lhe dera beijos curtos e beijos longos, ousados, que haviam durado alguns minutos. E quando Demi achara que ele não poderia fazer mais, Joe lhe dera um beijo de considerável duração. Um beijo que vibrara de energia e que, como uma torre feita de blocos sobrepostos que se erguia cada vez mais alto em direção às estrelas, além da lua, levara-a a alturas estonteantes que prometiam que ela nunca mais se sentiria daquele jeito outra vez na vida.
Quando ela estivera prestes a tirar a roupa, a despir-se para ele e pedir que ele a possuísse ali mesmo, sobre a areia, Joe se levantara e se afastara.
– Eu não posso fazer isso – dissera ele em voz rouca.
– Por favor – implorara Demi. Sim, ela implorara. – Você não pode me deixar assim.
– Demi… – Ele sacudira a cabeça. – Você merece muito mais.
Joe a rejeitava?
Ela ficara envergonhada. Não conseguia atrair nem um playboy? Ela se levantara e sacudira a areia do jaleco.
– Eu não quero magoá-la. Em outro tempo, outro lugar, eu teria ido até o fim. Mas existe outra pessoa, e…
– Dane-se, Jonas – resmungara ela, tentando esconder a humilhação.
– Demi…
A tristeza na voz dele parecera verdadeira, mas ela não iria ficar ali para descobrir. Saíra correndo tão rápido quanto podia.
Demi afastou as lembranças e abriu os olhos. Olhou para o teto e, por um segundo, ficou perturbada ao ver que não estava na cama dela.
Onde estaria ela?
De repente, ela se lembrou. Tijolos. Toneladas deles. Caindo em cima dela. A festa. Wilmer. O salty dog suspeito. A corrida para o banheiro.
Ela passara a noite na cama de Joe Jonas! Usando o vestido sexy de Selena e os sapatos de saltos agulha. Precisava dar o fora dali.
Imediatamente.
Demi pulou da cama, pisou errado e caiu contra a porta. Estranho. Parecia que o barco estava se movendo… Provavelmente fora uma onda provocada por algum iate que entrava velozmente na marina. Mas a sensação era mais forte do que a que teria sido provocada por uma simples onda.
Parecia que estavam navegando.
Mas era impossível. Joe não deixaria o cais com ela a bordo. Com certeza, ele sabia que havia mais alguém no barco. A porta do quarto dele fora trancada. Ele deveria saber que ela estava ali. As portas não se fecham por dentro sozinhas. Além disso, Selena não deveria tê-la procurado? Não estaria preocupada?
Alarmada, ela abriu a porta e saiu para corredor. Não havia ninguém por perto, mas o convés inferior estava um brinco, limpo e arrumado. Alguém fizera a limpeza e ela nem ouvira? Quanto tempo ficara apagada? Felizmente, aquele era o dia dela de folga, mas, ainda assim, aquilo era desagradável. Onde estaria Joe?
Ela subiu lentamente a escada que dava para o convés superior.
– Olá? – gritou ela. – Joe? Alguém…?
Não houve resposta.
Com uma pontada no estômago e a cabeça latejando como se houvesse um grupo de operários marretando uma parede, ela subiu o último lance da escada, que levava ao convés, e olhou ao redor.
De costas para ela, Joe manobrava o leme. Os cabelos cor de uísque esvoaçavam com a brisa, e os ombros dele estavam tensos.
A realidade a atingiu como uma bofetada. Eles não apenas estavam navegando como também já estavam no final da tarde, e não havia nada à vista em volta deles, a não ser quilômetros e quilômetros de oceano azul-turquesa.
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Capitulo Programado, estou na faculdade.... beijoos <3
Capitulo Programado, estou na faculdade.... beijoos <3
Ahhhh primeira a comentar
ResponderExcluirCap super perfeito!
Posta logo
Beijos com glitter
By - Milena
Amo muito vc!!!!
demi e joe no mesmo barco kkkkkkk...
ResponderExcluirtá perfeito
posta logoo
beijos
Ai caramba, sinto que o Joe vai apanhar feio. Demi vai acabar com a raça dele hsjshdhd menina posta mais, de "A Sexóloga" também, beeeeijos
ResponderExcluirOi Mari ,aqui é a Emy ,to sumida pq fiquei mal ,mas agr com as ferias eu espero q eu pare um pouco ,minha festa de quinze anos é agr dia 21 e ta tudo uma loucura ,enfim ,to amando como smp ,e tbm queria saber se vc sabe algum site pra postar fanfics ,to escrevendo uma ...
ResponderExcluirBjs Emy
Ai. Meu. Deus! Socorro, esse capítulo ta perfeito! Mal posso esperar pelo próximo. Você diva muito, baby. Posta logo please, pelo amor de Deus auhsua tá magnífico aishai beijos <3
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