~
A MULHER tinha farinha
nos cabelos. Tinha cheiro de amêndoas. O avental estava manchado com
cobertura e chantili. Corante alimentício sujava a ponta de dois de
seus dedos.
E ela estava
absolutamente deliciosa.
As notas de sabor
exalando de Demi não eram
capazes de competir com o perfume inato, cálido e feminino do corpo
dela, que tomou os sentidos de Joe de assalto de um jeito que nenhum
ataque direto conseguiria. Embora estivessem em um restaurante
lotado, cercados por clientes e membros da família dele, Joe só
sentia a presença dela. Ele havia sido atraído para ela, capturado
em um mundo íntimo que ambos criaram no instante em que seus olhares
se encontraram.
– Seu nome é Joe –
disse ela, como se estivesse se certificando. A voz foi um pouco
áspera, os olhos se semicerrando.
Preocupado com a
possibilidade de ela ter um ex de mesmo nome, ele respondeu:
– Atenderei a
qualquer coisa da qual você quiser me chamar.
– Qualquer coisa?
Ele assentiu, incapaz
de desviar a atenção daquele bocadinho de farinha nos cabelos dela.
Gostaria de erguer e mão e limpá-lo. E então enterrar os dedos
naqueles cabelos castanhos volumosos, soltar o rabo de cavalo,
formando uma cortina sobre os ombros dela. Ele cerrou os dedos em
punho junto às laterais do corpo face à necessidade de enveredar
aquelas madeixas em suas mãos e puxar o rosto dela para o dele para
um beijo enlouquecedor.
Ela possuía o tipo de
boca que implorava para ser beijada. Uma que prometia prazer. Deus,
fazia muito tempo desde que ele realmente beijara uma mulher do jeito
como gostava de fazer.
Lentamente. Profundamente. Como uma exploração exaustiva de todas as curvas e fendas.
Lentamente. Profundamente. Como uma exploração exaustiva de todas as curvas e fendas.
Recentemente, a vida
sexual dele estivera limitada pela proximidade e sua condição de
militar na ativa. Ele não tivera qualquer tipo de relacionamento em
anos. E o sexo que tinha feito normalmente era rápido, coisa de uma
noite só, em que o beijo lento e indulgente não entrava em pauta.
Ele poderia beijar a
boca daquela mulher por horas.
Joe não compreendia
por que estava tão atraído por ela. Tudo o que ele sabia era que
estava atraído por ela de um jeito que não ficara por ninguém há
muito tempo. Não apenas porque ela era linda com o avental e aquele
rabo de cavalo desgrenhado. Mas por causa do olhar saudoso e
solitário que ela ostentara mais cedo, que dizia que ela não
pertencia àquele lugar e sabia disso. Exatamente o mesmo olhar que
ele exibia ultimamente.
– Você é solteira?
– perguntou ele, desejando uma confirmação.
Ela assentiu, o
movimento fazendo o rabo de cavalo dela balançar. Os cabelos
captaram o reflexo de uma vela na mesa mais próxima, os fios
brilhando em um véu de marrons e dourados que fizeram o coração
dele tinir de encontro aos pulmões.
– Qual é o seu nome?
– perguntou ele finalmente.
Ela arqueou uma
sobrancelha fina.
– Ainda não entramos
em acordo sobre o modo como vamos chamar você.
Ele se virou, ficando
mais perto dela, quando um grupo adentrou o restaurante. A morena
deslizou ao longo da parede, ficando longe do restante das pessoas.
Joe a seguiu, irresistivelmente atraído pelo perfume e pelo mistério
nos olhos dela.
– Acho que você tem
um Joe no seu passado…?
– Aham.
– E não deu certo?
– Acho que posso
dizer que não.
– Um término ruim?
– Não. Nós nunca
namoramos. – Ela deu um meio-sorriso. Não havia alegria nele,
apenas uma diversão enfadada. – Ele mal notava minha existência.
– Então ele era um
idiota.
O outro canto da boca
de Demi se arqueou; desta vez a diversão genuína reluziu
claramente.
– Ah, sem dúvida.
– Ele não merecia
você.
– Com certeza não.
– Você está melhor
sem ele.
– Ninguém sabe disso
melhor do que eu. – Ela soava mais divertida agora, como se
estivesse baixando a guarda.
– Chega de falar dele
– disse Joe. – Se você não gosta do meu nome, chame-me pelo meu
sobrenome. É Jonas.
Ele a observou
aguardando um arroubo de surpresa, um mirar de olhos para a placa na
janela, anunciando o nome do lugar.
Estranhamente, ela não
reagiu de jeito algum.
– Acho que já
determinamos como eu deveria chamá-lo. Você mesmo se autodenominou.
Confuso, Joe apenas
aguardou.
– Idiota – falou
ela, batendo a pontinha do dedo no próprio rosto, como se pensando
no assunto. – Embora, honestamente, o título não capte sua
essência totalmente agora. Poderia ter bastado anos atrás, mas,
hoje, acho que vamos ter que ficar com… completo babaca.
Joe ficou boquiaberto.
Mas a morena sensual não tinha terminado:
– A propósito,
aquele número de telefone que você queria? Aqui está, você pode
querer anotar… 0-800-não-vai-rolar.
E, sem mais uma
palavra, ela empurrou o peito dele, afastando-o de seu caminho, e
então saiu pela porta. Joe
ficou parado ali, encarando as costas dela em choque total.
– Eu diria que isto
não deu muito certo. – Nick parou atrás dele, observando, assim
como Joe, enquanto a morena marchava rua abaixo como se tivesse
acabado de dar uma surra em alguém.
Bem, tinha dado mesmo.
A saber, nele. Ele só não sabia por quê.
– Não me diga.
– Vejo que você não
perdeu seu jeito com as mulheres.
– Cale a boca. –
Balançando a cabeça em espanto, ele ergueu uma das mãos e esfregou
o queixo. – Não sei como consegui estragar tudo.
– Mas com certeza
conseguiu.
Ouvindo seu irmão rir,
Joe o encarou.
– Pelo menos não
estou usando uma aliança. Ainda posso tentar conquistar uma linda
estranha.
Nick apenas riu com
mais intensidade, o que fez Joe cogitar socá-lo. Só que Mamma
estava bem atrás do balcão, olhando curiosamente para os dois
enquanto aguardava os clientes. Se Joe partisse para cima do irmão,
ela viria e acertaria os dois na cabeça com uma concha de sopa.
– Linda estranha…
Ai, cara, você vai se odiar quando perceber o que acabou de fazer.
Estreitando os olhos,
Joe aguardou para que o irmão continuasse.
– Você realmente não
a reconheceu, não é?
Ai, diabos. Ele deveria
tê-la reconhecido? Ele a conhecia?
– Ainda não está
sacando?
– Diga-me qual é o
tamanho da encrenca na qual me meti – murmurou ele, rezando para
não ter dado em cima de uma prima que não via há anos. Se eles
fossem parentes, e ele não pudesse tê-la, isso seria um crime digno
de um tribunal militar. Então ele rezava ainda mais para que ela
fosse alguma garota que ele havia conhecido na época de escola.
– Uma encrenca
enorme.
Ele aguardou, sabendo
que Nick estava gostando de vê-lo suar.
– Ela é da família,
você sabe.
Droga. Todo o sangue no
corpo dele desceu aos pés de constrangimento… e decepção.
– Por que você não
me impediu?
– Você saiu da baia
como se seu traseiro estivesse pegando fogo.
Esfregando os olhos e
balançando a cabeça, Joe murmurou:
– Quem é ela? Do
lado da Mamma ou do Papà? Por favor, diga que ela não é uma das 30
netas do nosso tio-avô Vincenza. Do contrário, eu posso ter de me
realistar e me esconder dele e de seus companheiros de máfia pela
próxima década.
Os olhos de Nick
brilharam de diversão. Ele estava gostando daquilo.
– Não é do lado do
nosso tio-avô Vincenza. Pense em alguém mais próximo.
Mais próximo. Jesus
Cristo.
– Ela não tem como
ser uma prima de primeiro grau…
– Não é uma prima.
Ai, graças a Deus.
– Então quem?
– Vou lhe dar uma
pista. Você por acaso notou toda a cobertura de bolo e farinha no
avental dela?
Notou. Ele não sabia
se já havia sentido cheiro mais gostoso do que daquela bagunça
açucarada combinada à essência natural da morena.
– Sim. E daí?
– Você normalmente
não é tão concentrado assim.
– E você normalmente
não fica assim tão perto de ser morto.
– Pense… a
confeitaria…
– A Lovato’s? É do
pessoal da Danielle? – E de repente ele se deu conta. – Não.
– Ah, sim.
Não. Impossível.
Estava fora de questão.
– Não é a irmã
caçula de Danielle. Diga-me que não era aquela doçura
rechonchudinha.
– Ela não está
rechonchuda e acho que, se você a chamasse de doçura, ela o
surraria. – Nick passou um braço consolador em torno dos ombros de
Joe, o peito vibrando de tanto rir. – Para responder à sua
pergunta, sim, meu irmão, aquela era Demetria Lovato.
Joe não conseguia
falar. Estava chocado demais, pensando no quanto ela havia mudado.
Fazia pelo menos nove, dez anos talvez, desde que a vira pela última
vez. Ela ainda estava no Ensino Médio, e ele dera de cara com ela em
uma festa de natal na casa de Danielle e Kevin, quando estava de
licença do serviço militar. Ela ainda corava e gaguejava perto
dele. E ainda estava femininamente cheinha, bonita, mas com um rosto
tão infantil que ele nunca levara a paixonite dela por ele a sério.
Ah, ele sabia da
paixonite. Todo mundo sabia da paixonite. Seu irmão Kevin ameaçara
lhe quebrar as pernas caso ele a olhasse torto durante o casamento.
O quê? Ele não a
havia olhado torto. Simplesmente pousara em cima dela sobre uma pilha
de biscoitos. E fora incapaz de se levantar porque ela entrelaçara
os membros em volta dele como se estivesse se afogando e Joe fosse um
salva-vidas tentando salvá-la.
Ele começou a sorrir.
– Demi.
– Demi. A ex-gordinha
irmã de nossa cunhada se transformou em uma mulher muito sexy, que
agora está de volta à cidade, trabalhando na confeitaria.
– Na confeitaria dos
pais dela, logo acima no quarteirão?
– A própria.
– Ela está aqui em
definitivo? – perguntou ele, já imaginando como as coisas de
repente poderiam ter se tornado tão perfeitas.
– Não sei. Ela está
de volta ao lar há alguns meses, desde que o pai de Danielle sofreu um derrame. Com a chegada
do bebê, Danielle não pôde ajudar muito, e a irmã do meio é
advogada.
– Então a caçula
voltou para casa para tomar conta de tudo. – Não era surpresa. Os
Lovato se assemelhavam muito aos Jonas: a família significava tudo.
Quase parecia bom
demais para ser verdade. Ele finalmente encontrara alguém que não
apenas fazia seus nervos faiscarem e seu jeans ficar apertado, mas
que também vinha com um selo de pré-aprovação da vizinhança. Ela
estava linda. Estava agressiva. O sorriso dela quase fez o coração
dele parar. Ela fora apaixonada por ele desde sempre, e ele
obviamente ainda a afetava, a julgar pelo modo como ela fora embora
bufando.
E ela não era uma
stripper sem rosto, escondida atrás de uma máscara.
Chega disso. A Rosa
Escarlate era a fantasia de todos os homens. A essa altura da vida,
Joe desejava a realidade. Ele estava pronto para o mesmo que seus
irmãos possuíam. E havia acabado de tropeçar em uma mulher de
verdade que, ele sentia, podia enlouquecê-lo totalmente de desejo e
ser alguém de quem ele poderia verdadeiramente gostar.
– Acho que estou com
vontade de comer um docinho fresco – murmurou ele, sorrindo
enquanto olhava pela janela, para o céu riscado de alaranjado pelo
sol poente. Demi já não estava mais visível… Ela obviamente não
estava desesperada para comer pizza.
Talvez ele entregasse
uma para ela.
– A julgar pelo jeito
como ela disparou daqui, é melhor você pensar duas vezes.
Joe deu de ombros. Ele
não estava preocupado. Afinal, Demi tivera uma paixão por ele certa
vez… Ela praticamente o perseguia. Ele só precisava lembrar-lhe
disso.
E informá-la de que
estava pronto para ser fisgado por ela.
~
Eu iria deixar para postar esse capitulo mais tarde, mas como vocês são uns amores, eu vou postar agora e mais um de noite, ok?? e talvez eu poste o próximo de "A Sexóloga", que eu ainda não terminei pq aconteceu umas coisas aqui comigo não muito legais, depois eu explico o que foi. :)
Beijoos e depois eu respondo os comentários, prometo!! agora preciso correr para terminar o capitulo de "A Sexóloga". AMO VOCÊS <3
Beijoos e depois eu respondo os comentários, prometo!! agora preciso correr para terminar o capitulo de "A Sexóloga". AMO VOCÊS <3
Kkkkkkk cara q divooo
ResponderExcluirtoma na cara joe
MENINA VOCE TEM QUE POSTAR MAIS POSTA LOGO TA PERFEITO
AMEI MUITO O EEPP
fico muito feliz em saber que vc esta gostando da fic :D
Excluirjá esta postado, amanha tem mais dessa fic e hoje eu ainda posto de "A Sexologa" <3
ameeeeeeeeeei ... gostei da demi rsrsrs sambou na cara do Joe ^^
ResponderExcluirposta logoo
fico muito feliz em saber que vc amou o capitulo!!! Demi ainda vai sambar e brincar muito com o Joe akshdkasd esta postado :)
Excluir