26.5.14

Capitulo 3 - Mini-Fic

 
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A MULHER tinha farinha nos cabelos. Tinha cheiro de amêndoas. O avental estava manchado com cobertura e chantili. Corante alimentício sujava a ponta de dois de seus dedos.

E ela estava absolutamente deliciosa.

As notas de sabor exalando de Demi não eram capazes de competir com o perfume inato, cálido e feminino do corpo dela, que tomou os sentidos de Joe de assalto de um jeito que nenhum ataque direto conseguiria. Embora estivessem em um restaurante lotado, cercados por clientes e membros da família dele, Joe só sentia a presença dela. Ele havia sido atraído para ela, capturado em um mundo íntimo que ambos criaram no instante em que seus olhares se encontraram.

– Seu nome é Joe – disse ela, como se estivesse se certificando. A voz foi um pouco áspera, os olhos se semicerrando.

Preocupado com a possibilidade de ela ter um ex de mesmo nome, ele respondeu:

– Atenderei a qualquer coisa da qual você quiser me chamar.

Qualquer coisa?

Ele assentiu, incapaz de desviar a atenção daquele bocadinho de farinha nos cabelos dela. Gostaria de erguer e mão e limpá-lo. E então enterrar os dedos naqueles cabelos castanhos volumosos, soltar o rabo de cavalo, formando uma cortina sobre os ombros dela. Ele cerrou os dedos em punho junto às laterais do corpo face à necessidade de enveredar aquelas madeixas em suas mãos e puxar o rosto dela para o dele para um beijo enlouquecedor.

Ela possuía o tipo de boca que implorava para ser beijada. Uma que prometia prazer. Deus, fazia muito tempo desde que ele realmente beijara uma mulher do jeito como gostava de fazer.

 Lentamente. Profundamente. Como uma exploração exaustiva de todas as curvas e fendas.

Recentemente, a vida sexual dele estivera limitada pela proximidade e sua condição de militar na ativa. Ele não tivera qualquer tipo de relacionamento em anos. E o sexo que tinha feito normalmente era rápido, coisa de uma noite só, em que o beijo lento e indulgente não entrava em pauta.

Ele poderia beijar a boca daquela mulher por horas.

Joe não compreendia por que estava tão atraído por ela. Tudo o que ele sabia era que estava atraído por ela de um jeito que não ficara por ninguém há muito tempo. Não apenas porque ela era linda com o avental e aquele rabo de cavalo desgrenhado. Mas por causa do olhar saudoso e solitário que ela ostentara mais cedo, que dizia que ela não pertencia àquele lugar e sabia disso. Exatamente o mesmo olhar que ele exibia ultimamente.

– Você é solteira? – perguntou ele, desejando uma confirmação.

Ela assentiu, o movimento fazendo o rabo de cavalo dela balançar. Os cabelos captaram o reflexo de uma vela na mesa mais próxima, os fios brilhando em um véu de marrons e dourados que fizeram o coração dele tinir de encontro aos pulmões.

– Qual é o seu nome? – perguntou ele finalmente.

Ela arqueou uma sobrancelha fina.

– Ainda não entramos em acordo sobre o modo como vamos chamar você.

Ele se virou, ficando mais perto dela, quando um grupo adentrou o restaurante. A morena deslizou ao longo da parede, ficando longe do restante das pessoas. Joe a seguiu, irresistivelmente atraído pelo perfume e pelo mistério nos olhos dela.

– Acho que você tem um Joe no seu passado…?

– Aham.

– E não deu certo?

– Acho que posso dizer que não.

– Um término ruim?

– Não. Nós nunca namoramos. – Ela deu um meio-sorriso. Não havia alegria nele, apenas uma diversão enfadada. – Ele mal notava minha existência.

– Então ele era um idiota.

O outro canto da boca de Demi se arqueou; desta vez a diversão genuína reluziu claramente.

– Ah, sem dúvida.

– Ele não merecia você.

– Com certeza não.

– Você está melhor sem ele.

– Ninguém sabe disso melhor do que eu. – Ela soava mais divertida agora, como se estivesse baixando a guarda.

– Chega de falar dele – disse Joe. – Se você não gosta do meu nome, chame-me pelo meu sobrenome. É Jonas.

Ele a observou aguardando um arroubo de surpresa, um mirar de olhos para a placa na janela, anunciando o nome do lugar.

Estranhamente, ela não reagiu de jeito algum.

– Acho que já determinamos como eu deveria chamá-lo. Você mesmo se autodenominou.

Confuso, Joe apenas aguardou.

– Idiota – falou ela, batendo a pontinha do dedo no próprio rosto, como se pensando no assunto. – Embora, honestamente, o título não capte sua essência totalmente agora. Poderia ter bastado anos atrás, mas, hoje, acho que vamos ter que ficar com… completo babaca.

Joe ficou boquiaberto. Mas a morena sensual não tinha terminado:

– A propósito, aquele número de telefone que você queria? Aqui está, você pode querer anotar… 0-800-não-vai-rolar.

E, sem mais uma palavra, ela empurrou o peito dele, afastando-o de seu caminho, e então saiu pela porta. Joe ficou parado ali, encarando as costas dela em choque total.

– Eu diria que isto não deu muito certo. – Nick parou atrás dele, observando, assim como Joe, enquanto a morena marchava rua abaixo como se tivesse acabado de dar uma surra em alguém.

Bem, tinha dado mesmo. A saber, nele. Ele só não sabia por quê.

– Não me diga.

– Vejo que você não perdeu seu jeito com as mulheres.

– Cale a boca. – Balançando a cabeça em espanto, ele ergueu uma das mãos e esfregou o queixo. – Não sei como consegui estragar tudo.

– Mas com certeza conseguiu.

Ouvindo seu irmão rir, Joe o encarou.

– Pelo menos não estou usando uma aliança. Ainda posso tentar conquistar uma linda estranha.

Nick apenas riu com mais intensidade, o que fez Joe cogitar socá-lo. Só que Mamma estava bem atrás do balcão, olhando curiosamente para os dois enquanto aguardava os clientes. Se Joe partisse para cima do irmão, ela viria e acertaria os dois na cabeça com uma concha de sopa.

– Linda estranha… Ai, cara, você vai se odiar quando perceber o que acabou de fazer.

Estreitando os olhos, Joe aguardou para que o irmão continuasse.

– Você realmente não a reconheceu, não é?

Ai, diabos. Ele deveria tê-la reconhecido? Ele a conhecia?

– Ainda não está sacando?

– Diga-me qual é o tamanho da encrenca na qual me meti – murmurou ele, rezando para não ter dado em cima de uma prima que não via há anos. Se eles fossem parentes, e ele não pudesse tê-la, isso seria um crime digno de um tribunal militar. Então ele rezava ainda mais para que ela fosse alguma garota que ele havia conhecido na época de escola.

– Uma encrenca enorme.

Ele aguardou, sabendo que Nick estava gostando de vê-lo suar.

– Ela é da família, você sabe.

Droga. Todo o sangue no corpo dele desceu aos pés de constrangimento… e decepção.

– Por que você não me impediu?

– Você saiu da baia como se seu traseiro estivesse pegando fogo.

Esfregando os olhos e balançando a cabeça, Joe murmurou:

– Quem é ela? Do lado da Mamma ou do Papà? Por favor, diga que ela não é uma das 30 netas do nosso tio-avô Vincenza. Do contrário, eu posso ter de me realistar e me esconder dele e de seus companheiros de máfia pela próxima década.

Os olhos de Nick brilharam de diversão. Ele estava gostando daquilo.

– Não é do lado do nosso tio-avô Vincenza. Pense em alguém mais próximo.

Mais próximo. Jesus Cristo.

– Ela não tem como ser uma prima de primeiro grau…

– Não é uma prima.

Ai, graças a Deus.

– Então quem?

– Vou lhe dar uma pista. Você por acaso notou toda a cobertura de bolo e farinha no avental dela?
 
Notou. Ele não sabia se já havia sentido cheiro mais gostoso do que daquela bagunça açucarada combinada à essência natural da morena.

– Sim. E daí?

– Você normalmente não é tão concentrado assim.

– E você normalmente não fica assim tão perto de ser morto.

– Pense… a confeitaria…

– A Lovato’s? É do pessoal da Danielle? – E de repente ele se deu conta. – Não.

– Ah, sim.

Não. Impossível. Estava fora de questão.

– Não é a irmã caçula de Danielle. Diga-me que não era aquela doçura rechonchudinha.

– Ela não está rechonchuda e acho que, se você a chamasse de doçura, ela o surraria. – Nick passou um braço consolador em torno dos ombros de Joe, o peito vibrando de tanto rir. – Para responder à sua pergunta, sim, meu irmão, aquela era Demetria Lovato.

Joe não conseguia falar. Estava chocado demais, pensando no quanto ela havia mudado. Fazia pelo menos nove, dez anos talvez, desde que a vira pela última vez. Ela ainda estava no Ensino Médio, e ele dera de cara com ela em uma festa de natal na casa de Danielle e Kevin, quando estava de licença do serviço militar. Ela ainda corava e gaguejava perto dele. E ainda estava femininamente cheinha, bonita, mas com um rosto tão infantil que ele nunca levara a paixonite dela por ele a sério.

Ah, ele sabia da paixonite. Todo mundo sabia da paixonite. Seu irmão Kevin ameaçara lhe quebrar as pernas caso ele a olhasse torto durante o casamento.

O quê? Ele não a havia olhado torto. Simplesmente pousara em cima dela sobre uma pilha de biscoitos. E fora incapaz de se levantar porque ela entrelaçara os membros em volta dele como se estivesse se afogando e Joe fosse um salva-vidas tentando salvá-la.

Ele começou a sorrir.

– Demi.

– Demi. A ex-gordinha irmã de nossa cunhada se transformou em uma mulher muito sexy, que agora está de volta à cidade, trabalhando na confeitaria.

– Na confeitaria dos pais dela, logo acima no quarteirão?

– A própria.

– Ela está aqui em definitivo? – perguntou ele, já imaginando como as coisas de repente poderiam ter se tornado tão perfeitas.

– Não sei. Ela está de volta ao lar há alguns meses, desde que o pai de Danielle sofreu um derrame. Com a chegada do bebê, Danielle não pôde ajudar muito, e a irmã do meio é advogada.
 
– Então a caçula voltou para casa para tomar conta de tudo. – Não era surpresa. Os Lovato se assemelhavam muito aos Jonas: a família significava tudo.

Quase parecia bom demais para ser verdade. Ele finalmente encontrara alguém que não apenas fazia seus nervos faiscarem e seu jeans ficar apertado, mas que também vinha com um selo de pré-aprovação da vizinhança. Ela estava linda. Estava agressiva. O sorriso dela quase fez o coração dele parar. Ela fora apaixonada por ele desde sempre, e ele obviamente ainda a afetava, a julgar pelo modo como ela fora embora bufando.

E ela não era uma stripper sem rosto, escondida atrás de uma máscara.

Chega disso. A Rosa Escarlate era a fantasia de todos os homens. A essa altura da vida, Joe desejava a realidade. Ele estava pronto para o mesmo que seus irmãos possuíam. E havia acabado de tropeçar em uma mulher de verdade que, ele sentia, podia enlouquecê-lo totalmente de desejo e ser alguém de quem ele poderia verdadeiramente gostar.

– Acho que estou com vontade de comer um docinho fresco – murmurou ele, sorrindo enquanto olhava pela janela, para o céu riscado de alaranjado pelo sol poente. Demi já não estava mais visível… Ela obviamente não estava desesperada para comer pizza.

Talvez ele entregasse uma para ela.

– A julgar pelo jeito como ela disparou daqui, é melhor você pensar duas vezes.

Joe deu de ombros. Ele não estava preocupado. Afinal, Demi tivera uma paixão por ele certa vez… Ela praticamente o perseguia. Ele só precisava lembrar-lhe disso.

E informá-la de que estava pronto para ser fisgado por ela.
 
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 Eu iria deixar para postar esse capitulo mais tarde, mas como vocês são uns amores, eu vou postar agora e mais um de noite, ok?? e talvez eu poste o próximo de "A Sexóloga", que eu ainda não terminei pq aconteceu umas coisas aqui comigo não muito legais, depois eu explico o que foi. :)

Beijoos e depois eu respondo os comentários, prometo!! agora preciso correr para terminar o capitulo de "A Sexóloga". AMO VOCÊS <3


4 comentários:

  1. Kkkkkkk cara q divooo
    toma na cara joe
    MENINA VOCE TEM QUE POSTAR MAIS POSTA LOGO TA PERFEITO
    AMEI MUITO O EEPP

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    1. fico muito feliz em saber que vc esta gostando da fic :D
      já esta postado, amanha tem mais dessa fic e hoje eu ainda posto de "A Sexologa" <3

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  2. ameeeeeeeeeei ... gostei da demi rsrsrs sambou na cara do Joe ^^
    posta logoo

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    1. fico muito feliz em saber que vc amou o capitulo!!! Demi ainda vai sambar e brincar muito com o Joe akshdkasd esta postado :)

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