26.5.14

Capitulo 4 - Mini-Fic (1/2)

 
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– JURO, MILEY, você devia ter visto a expressão dele. Foi como se uma mulher tivesse dado um fora nele pela primeira vez. – Demi nem mesmo olhava para a prima enquanto falava. Ela estava ocupada demais socando uma imensa bola de massa, imaginando o rosto de Joe Jonas enquanto o fazia.

Embora já tivessem passado quase 24 horas desde que ela o encontrara, Demi não tinha parado de pensar nele. Que desgraçado por invadir o cérebro dela outra vez, quando ela se esforçara para esquecê-lo ao longo dos últimos anos! Desde que fora embora de Chicago para seguir seus sonhos de bailarina, ela ficara se convencendo de que a paixão por ele tinha sido uma coisa boba, infantil.

Vê-lo outra vez a fizera se lembrar da verdade: ela desejava Joe antes mesmo de compreender o que era aquilo que ela queria. Agora que ela sabia o que significava o formigar entre as pernas e a lassidão nos seios, o desejo era quase doloroso.

– A vovó não dizia sempre que o segredo da massa folheada era não sová-la demais? – observou a prima, soando silenciosamente divertida.

Demi a fuzilou, sentada do outro lado da cozinha da confeitaria, com um olhar.

– Você quer fazer isto?

Miley, que tinha um visual delicado e era bonita, colocou uma mecha de seus longos cabelos castanho-claros atrás da orelha.

– Você é a confeiteira. Eu sou a contabilista. – Ela deu um gole em sua enorme caneca de café. – Então, por que você foi embora? Você o desejava desde sempre.

– Talvez. Mas eu não quero o sempre de um modo geral – lembrou à prima, enquanto enfarinhava o balcão e começava a trabalhar a massa com um rolo. – Você sabe que não quero isto por mais tempo além daquele que sou obrigada. – Ela olhou ao redor da cozinha, onde estava trabalhando sozinha para finalizar os pedidos de sobremesas para os restaurantes clientes. Incluindo o dos Jonas.

Não que fosse ela a pessoa a entregar os pedidos deles… de jeito nenhum. O sujeito das entregas ficaria a cargo disso em breve.

– Eu sei. Você vai embora outra vez assim que o tio Eddie estiver bem o suficiente para voltar ao trabalho. – Miley não soou muito feliz a respeito, o que Demi compreendia. A prima doce e bem-humorada era filha única e praticamente fora adotada por Demi e as irmãs. Elas cresceram muito próximas.

Demi sentia falta dela também. Mas não o suficiente para permanecer ali. Assim que o pai se recuperasse, e a mãe não precisasse mais ficar cuidando dele em casa em período integral, Demi iria embora para sempre. Se ela iria retornar a Nova York e tentar recuperar a carreira na dança, disso não sabia ainda. Mas seu futuro não incluía um cargo de longo prazo como a Garota da Farinha da Rua.

E também não incluía se tornar a amante de qualquer sujeito que os pais dela enxergassem como o motivo perfeito para Demi ficar por ali e gerar bebês. Até mesmo um amante tentador como Joe.

– Então… como vai a vida? – perguntou ela à prima, desejando mudar de assunto. – Como está o trabalho?

Miley se inclinou para frente, apoiando os cotovelos no balcão.

– Acho que não sou muito boa. Meu chefe obviamente não confia em mim; há alguns arquivos que ele não me deixa nem mesmo olhar.

– Você não foi contratada para manter a contabilidade em dia?

Miley, que tinha ido trabalhar há três meses em uma loja local de carros usados logo ali na vizinhança, assentiu:

– Eles fazem uma bagunça. Mas, toda vez que peço para ter acesso aos registros antigos, ele praticamente dá tapinhas na minha cabeça e me manda voltar para minha mesa como uma boa garotinha.

Demi presumia que a prima estivesse dizendo que o chefe lhe dava tapinhas na cabeça figurativamente. Porque, embora Miley não fosse esquentada como Demi e as irmãs dela em nenhum aspecto, ela também não era fácil. Podia levar um tempo para perder a paciência, mas Demi já havia vistos lampejos de raiva em sua prima irlandesa-italiana doce como açúcar. O chefe dela obviamente não tinha conhecido a verdadeira Miley ainda. Porque ela era a pessoa mais silenciosamente obstinada que Demi já conhecera… conforme qualquer pessoa que já tentara vencê-la em uma partida de Banco Imobiliário já havia atestado.

– Por que você não pede demissão?

A prima ergueu a caneca, inclinando a cabeça de forma que suas longas franjas caíram por sobre os lindos olhos cor de oceano. Parecia que ela estava escondendo alguma coisa. E, se Demi não estava enganada, aquilo era um rubor nascendo nas bochechas dela.

Um rubor. Caramba, Demi nem mesmo sabia se ela se lembrava de como era corar. A última vez em que as bochechas dela ficaram coradas por qualquer coisa além de maquiagem fora quando ela se queimara depois de ficar muito tempo se bronzeando no deck de um navio de um cruzeiro, há um ano.

Tentando esconder um sorriso, ela murmurou:

– Quem é ele?

A prima quase deixou a caneca cair.

– Hein?

– Ah, qual é, eu sei que tem um cara nessa história.

– Hum… bem.

– Pelo amor de Deus, você está olhando para uma mulher que costumava marcar dois encontros por noite, então simplesmente conte.

Rindo, a prima contou.

– Há esse novo vendedor.

– Um vendedor de carros usados? – perguntou Demi ceticamente.

Franzindo a testa, Miley questionou:

– Você quer ouvir ou não?

Demi fez uma mímica de “lábios selados” sobre a boca.

– O nome dele é Dean – continuou Miley. – Dean Willis. E Marty o contatou há cerca de um mês. Ele é tão fofo, tem cabelos louros desgrenhados e imensos olhos azuis… bem, presumo que sejam grandes. Eles parecem maiores por causa dos óculos grossos que ele usa.

Ela observava Demi, como se esperando por um comentário. Demi de algum modo deu um jeito de evitar fazer algum.

– Ele já vendeu mais carros do que qualquer um porque ele é simplesmente tão… calado. Fácil de conversar. Modesto. – Suspirando um pouco, Miley acrescentou: – E tem o sorriso mais lindo do mundo!

Demi nunca tinha ouvido a prima falar assim sobre um homem. Devia ser sério mesmo.

– Então… você saiu com ele?

Miley balançou a cabeça e suspirou novamente, só que muito mais alto.

– Ele nunca nem mesmo notou que estou viva.

Bufando, Demi respondeu:

– Eu duvido disso. Você é adorável.

Miley exibiu o lábio inferior em um beicinho.

– Ursinhos de pelúcia fofinhos são adoráveis. Eu quero ser… outra coisa.

Sexy. Era obviamente o que Miley tinha em mente. Demi espiou a prima, cogitando fazer uma transformação nela. Miley tinha o básico, só precisava destacá-lo um pouco. Mas Demi não achava que Miley precisava de muita coisa. Ela era tão discretamente bela, tão delicada e feminina… e o sujeito seria um idiota por querer mudá-la.

Então, mais uma vez, ela havia conhecido uma tonelada de caras, e poucos deles eram inteligentes de fato.

– Então o convide para sair. Faça com que ele note você.

– Eu não conseguiria.

– Só para tomar um café.

A prima mordeu o lábio.

– O que foi?

– Bem, ele me convidou para sair de fato uma vez, mas fiquei tão afobada e nervosa que disse a ele que eu não bebia café.

Erguendo uma sobrancelha e olhando diretamente para a caneca de tamanho industrial diante do rosto da prima, Demi resmungou:

– Mas não era um encontro – acrescentou Miley. – Pelo menos, eu acho que não. – Soando frustrada, ela completou: – Talvez eu devesse fazer injeções de colágeno. Eu soube que homens gostam de lábios fartos.

Ridículo. A beleza de Miley era do tipo natural e não precisava de porcarias falsas como aquelas que Demi vira outras dançarinas fazerem consigo mesmas. Mas, antes que pudesse dizer isso, ou ameaçasse arremessar a mão lotada de recheio de cheesecake de ricota em Miley caso ela fizesse algo tão estúpido, ela ouviu a campainha da porta da frente tocar.

Olhando para o relógio, Demi conteve um xingamento. Eram quase 17h, uma hora depois do horário de fechamento. Ela deveria ter se esquecido de trancar a porta depois que seus funcionários de meio período foram embora, e algum cliente aparecera para fazer um lanchinho.

Ela duvidava que houvesse muita coisa sobrando para servir. As manhãs eram o período mais movimentado, com clientela e transeuntes entrando para comprar doces e muffins. Durante o horário de almoço, quando a Lovato’s servia sanduíches leves e saladas juntamente a sobremesas clássicas, eles ficavam lotados também. Desde que Demi surgira com a ideia de oferecer internet wi-fi gratuitamente para todos com laptops, alguns clientes se sentavam a uma das mesinhas de café e permaneciam até a hora de fechar. Eles bebiam muito café… e comiam muitos doces. Por volta de 16h, normalmente o balcão do Lovato estava vazio, conforme esse cliente tardio logo viria a descobrir.

– Olá? – chamou uma voz.

Agarrando uma toalha, Demi limpou as mãos e a jogou sobre o ombro.

– Já volto – disse à prima, enquanto seguia pelo pequeno corredor até o café. – Desculpe, estamos fechados para… – As palavras morreram nos lábios de Demi quando ela viu quem estava do outro lado do mostruário de vidro, tão lindo que ela quase cobriu os olhos para se proteger de toda a glória dele.

– Eu sei. – Ele deu de ombros levemente. – Mas a porta estava destrancada, então pensei que poderia aproveitar a oportunidade para vê-la caso você estivesse aqui.

Joe estava parado dentro do café sombrio, iluminado pelo sol de fim de tarde que adentrava pela vitrine da frente. A luz refletia nos olhos escuros dele, conferindo-lhes um brilho dourado que parecia irradiar calor. Ela podia senti-lo dali.

– Você me encontrou – murmurou ela.

– Você não precisou exatamente deixar uma trilha de migalhas, doçura… este lugar está aqui há séculos.

– Não me chame de doçura – rebateu ela.

Ele estendeu as mãos, as palmas expostas.

– Desculpe. Mandando o próprio coração continuar a bater normalmente, Demi atirou a toalha no balcão, então cruzou os braços para encará-lo.

– Você está tentando me dizer que sabia que eu estaria aqui porque você sabia quem eu era? Tente outra vez.

Joe pigarreou, desviando o olhar. Encolhendo-se envergonhado de um jeito fofo, ele disse:

– Não, eu não reconheci você no início.

Então ele a reconhecera depois que ela fora embora?

– Nick me disse quem você era.

O babaca.

– Desculpe por não ter reconhecido você. Faz muito tempo.

Não tempo suficiente para que ele fosse apagado da mente dela, isso era certo. Ela reconheceria Joe Jonas se trombasse nele vendada durante um apagão. Porque o perfume dele estava gravado em seu cérebro. E o corpo dela reagia de um jeito instintivo toda vez que ele estava por perto, de um jeito que não reagia a mais ninguém, nem mesmo a homens de quem ela fora íntima.

Ele a deixava trêmula, desejosa, fraca e ávida, tudo ao mesmo tempo. Sempre deixara, por algum motivo desconhecido.

– Sim. Faz muito tempo – murmurou ela, passando para lavar as mãos na pequena pia atrás do balcão.

Droga, ela odiava o fato de ele deixá-la perturbada. Já havia conhecidos outros homens bonitos. Havia ido para a cama com outros homens bonitos. Talvez nenhum deles fosse tão forte e másculo, ou tão sensual. Mas ela havia saído com atores e milionários lindos que desejavam mostrar que saíram com uma dançarina profissional capaz de levar a perna acima da cabeça. Nenhum deles a afetara do jeito como este, que ela nunca nem mesmo beijara, a afetava.

– Preciso correr, Demi – disse uma voz. – Não quero… atrapalhar.

Demi quase tinha se esquecido de que Miley estava na cozinha. Ao ver o sorriso no rosto da prima, ela suspirou de maneira frustrada e longamente. Pretendia utilizar Miley como um pretexto ou, no mínimo, como um cinto de castidade de 1,65 metro, para mantê-la longe de atitudes estúpidas, como espalhar recheio de cheesecake sobre o corpo inteiro de Joe e então lamber tudo lentamente.

Mas a prima a estava socorrendo, antes de seguir em direção à saída.

– Bom ver você, Joe – disse ela.

Os três caíram então em uma conversa breve e casual, como a maioria das pessoas que havia crescido na vizinhança normalmente fazia. Exceto que Demi ainda não tinha redescoberto aquela camaradagem com todas as pessoas com quem tinha crescido. Enquanto os dois conversavam, Demi tentava recuperar a tranquilidade, obrigando-se a olhar para aquele sujeito do mesmo jeito que olhava para todos os outros. Como nada especial.

Sem chance. Ela não conseguia fazê-lo. Ele era especial.

Aquilo tinha que ser porque ele havia sido o primeiro homem que ela desejara. E o fato de nunca tê-lo fizera a intensidade da atração crescer. Sem um ápice, sem a explosão quando finalmente o possuísse e então o tirasse da cabeça, ela permaneceu em um processo lento de fervura do desejo por Joe durante anos.

Então o possua e tire-o da sua cabeça.

Ah, a ideia era tentadora. Muito tentadora. Parte dela desejava desesperadamente convida-lo para ir com ela ao hotel mais próximo e tomá-la até ela não conseguir nem fechar as pernas mais. Se ela tivesse garantias de que ele o faria, e que então se esqueceria do ocorrido, sem nunca esperar um repeteco e que nunca, nunca, contaria uma palavra a ninguém, ela cogitaria seriamente.

Mas não seria assim. Nem em um milhão de anos. Ela sabia que ele nunca nem mesmo a beijaria quando ela era menor de idade, nem mesmo se ela o sequestrasse e o mantivesse preso. O que, para ser honesta, ela havia feito… no casamento.

Ele era um Jonas. Com toda a carga que o nome ostentava. A criação dele, a família e o próprio código moral significavam que ele nunca teria um encontro sexual descompromissado com a irmã caçula de sua cunhada. A filha do amigo do pai dele. A garota que morava no fim do quarteirão. De jeito nenhum.

Ele era o tipo de sujeito que teria de estar namorando a mulher com quem dormia. Namoro, no estilo da vizinhança, com mãozinhas dadas, partidas de minigolfe, pizza no restaurante da família dele e doces no restaurante da família dela. Pacote completo. Que piada! Não que ele a tivesse convidado para sair de fato. E se convidasse? Bem… aquilo poderia tê-la empolgado certa vez… anos atrás, quando ela realmente achava que a confeitaria, a família e o bairro de Little Italy eram todo o mundo do qual precisava. Agora, no entanto, aquilo só a deixava triste porque, conforme ela já havia percebido, namorar Joe era igual a se amarrar. E amarras poderiam muito bem sufocá-la.

– Bem, vejo você amanhã – disse Miley, assim que saiu.

Demi nem mesmo notou que Miley e Joe tinham acabado de conversar. Amaldiçoando a prima para que continuasse a socorrê-la, Demi pigarreou, prestes a dizer a ele que precisava voltar ao trabalho.

Ele falou primeiro:

– Então… você me perdoa?

– Sim, claro, não foi nada de mais – respondeu ela, dando de ombros de maneira forçada.

Um sorriso ínfimo se formou nos lábios maravilhosos dele e os olhos escuros brilharam.

– Nada de mais? Você pareceu bem furiosa.

Droga. Ele percebera.

– Eu não estava furiosa. Estava mais para… divertida.

– Claro. Foi por isso que fiquei com um hematoma no peito bem onde você me empurrou.

O queixo dela caiu e ela imediatamente começou a cuspir negações. Então viu o enorme sorriso dele.

– Você é um idiota.

– E um babaca – respondeu ele, o sorriso desaparecendo, embora a piscadela tenha permanecido. – Eu realmente falo sério, Dem, desculpe por não ter reconhecido você. – Dando a volta no balcão para vê-la melhor, ele lançou um olhar vagaroso sobre ela. De baixo para cima. E então para baixo outra vez. – Mas você precisa me dar um desconto. Está bem diferente.

– Não sou mais viciada em bolinhos – rebateu ela.

– Você não era gorda.

– Eu era uma bolinha de meias cor-de-rosa.

Ele balançou a cabeça.

– É que você estava com rostinho de criança da última vez que a vi. Uma menina. Agora você está… crescida.

– Absolutamente certo.

Ele não disse nada por um momento, ainda a observando enquanto se inclinava contra o balcão. A posição fazia a camiseta cinza dele se grudar mais aos ombros e peito, destacando o tamanho dele. Deus, ele era grande! Mas, ainda assim, era estreito nas cinturas e esbelto nos quadris. Foram os quadris que capturaram a atenção dela, o jeito como o jeans desbotado e sem o cinto caía, o tecido macio abraçando os ângulos e contornos do corpo dele.

Realmente não era justo um homem ser tão perfeito.

– Então… sobre nossa conversa na noite passada.

Quando olhava para ele, dominada pelo calor dele, ela mal conseguia se lembrar do próprio nome. Muito menos de qualquer conversa.

– Hein?

– O que você diz? Vai me dar seu telefone?

Deus, o que ela não teria dado para ouvir aquelas palavras dele há dez anos! Ou, diabos, até mesmo dois meses atrás… se ela por acaso tivesse dado de cara com ele na Times Square e ele tivesse proposto um encontro sensual de uma noite só em nome dos velhos tempos. Ninguém em Chicago jamais teria de saber o que houvera. Ela teria pulado sobre a oferta como um apostador em cima de um bilhete de loteria gratuito.

– Acho que não.

– Vamos lá, você sabe que pode confiar em mim. Não sou um estranho perseguindo você. Nós nos conhecemos desde que éramos crianças.

Diabos, ele a conhecia desde que ela era criança. Desde a época em que o conhecera, Demi só enxergara o homem sensual, quente e glorioso. Mesmo que ele não tivesse mais do que 14 anos.

– Só uma noite, em nome dos velhos tempos?

Ele era tão tentador. Porque os velhos tempos dos quais ela se recordava eram aqueles quentes das fantasias dela. E o incidente no casamento. Ele acabara entre as pernas dela em ambos os casos.

– Bem…

Ele se movimentou novamente, aproximando-se mais, como se percebendo que ela estava vacilante. Repousando a mão sobre o balcão, perto da dela, ele murmurou:

– Sem pressão. Podíamos simplesmente pegar uma pizza.

Ela se remexeu, acabando com qualquer hesitação em potencial. A última coisa que pensaria em fazer seria uma refeição em público com Joe Jonas no restaurante da família dele. Não quando a irmã dela poderia ficar sabendo e contaria aos pais deles, que começariam a criar esperanças a respeito de Demi permanecer segura junto ao ninho, do mesmo jeito que eles ansiavam desesperadamente quando ela tinha 18 anos.

Sair de casa depois de concluir a escola havia sido uma luta. Ela era adulta, legalmente livre, mas mesmo assim precisara praticamente fugir para correr atrás de seu sonho de dançar profissionalmente. Especialmente porque era a única das filhas dos Lovato que havia herdado o dom paterno na cozinha.

Provavelmente porque amava demais comida, conforme evidenciado por todas as fotos com cara de porquinho tiradas no jardim de infância ao Ensino Médio.

O pai dela ficara arrasado por ela não desejar trabalhar com ele. Mas ela sabia que precisava fugir e aproveitar a oportunidade enquanto podia, ou arriscar se arrepender pelo restante de sua vida.

Então Demi fora embora. Pegara um trem, determinada a permanecer longe até alimentar seu sonho de ser uma bailarina profissional com tudo que tinha a oferecer.

Conseguir fazê-lo no Radio City Music Hall não acalmara os temores dos pais por ela estar “sozinha no mundo”. Na verdade, apenas os aumentara, uma vez que perceberam que era improvável agora que ela fosse retornar um dia.

Se eles soubessem o quanto a vida dela havia sido louca nos primeiros anos que passara sozinha, todos os temores seriam justificados. Como qualquer garota boazinha mantida sob rédeas curtas, ela sentira enorme prazer em quebrar todas as regras, uma vez que estava livre e era capaz de tomar decisões por conta própria. Especialmente quando tinha homens ao redor e dinheiro para fazer o que quisesse.

Fora bem louco. E também imprudente… Então, nos últimos dois anos, ela sossegara. Parara de festejar, de namorar, de desperdiçar dinheiro. Ela agora tinha uma boa reserva de dinheiro… a qual esperava utilizar para reestabelecer a vida em Nova York. Havia sido abordada sobre voltar a trabalhar no Radio City, como coreógrafa dessa vez. E sabia que provavelmente receberia a mesma oferta de outra companhia de dança moderna.

Ou poderia dar aulas. Podia abrir a própria escola de dança… tinha dinheiro para, pelo menos, iniciar os negócios. Aquilo estava entre as coisas que ela andava cogitando fazer quando voltasse à realidade.

Os pais dela, entretanto, dariam qualquer coisa para que ela ficasse ali e nunca voltasse para a outra vida, aquela que não os incluía em ocasiões além dos telefonemas semanais e visitas duas vezes ao ano. Namorar abertamente um sujeito da cidade, um amigo da família, iria aumentar as esperanças deles de forma injusta e dolorosa. Então ela não podia fazer isso.

Antes que pudesse dizê-lo, no entanto, Joe se aproximou. Ficou próximo o suficiente para parar o coração de Demi.

– Você está uma bagunça – murmurou ele. Ele ergueu uma das mãos, tocando uma mecha de cabelo que havia caído sobre o rosto dela. Cerrando os dedos em volta dos fios, ele tirou lentamente o bocado de farinha, creme ou o que quer que, por acaso, estivesse ali.

O roçar das pontas dos dedos dele no maxilar dela quase a fez chorar. Quase a fez choramingar. Quase a fez se inclinar para frente e beijá-lo.

– Uma bagunça doce e deliciosa – completou ele, os dedos ainda entrelaçados aos cabelos dela. Ele lhe tocou o rosto, acariciando a pele como se nunca tivesse sentido algo tão delicado, tão macio.

Todos os músculos no corpo dela ficaram quentes e maleáveis, até Demi se perguntar como ainda poderia estar de pé. Como se sentindo a fraqueza dela, Joe se aproximou ainda mais, deslizando um pé entre as pernas dela, deslizando uma das mãos até os cabelos embaraçados dela para lhe abarcar a cabeça.

– Preciso conferir a doçura do seu sabor – murmurou ele, soando tão indefeso quanto ela. – Ao menos uma vez… eu preciso provar você.
 
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hum... as coisas estão esquentando heim?? tive que dividir esse capitulo em 2 partes pq senão ele iria ficar enorme... eu espero que vcs estejam gostando da mini-fic... Obrigada pelos comentários!!!
Beijoos!! AMO VOCÊS, MUITO <3


14 comentários:

  1. Posta mais pfvr diwa ,linda,maravilhosa gata gostosa etc.

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    1. daqui a pouco eu estou postando mais 1 minha linda <3
      Obrigada pelos elogios!! *--*

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  2. Perfeito u.u
    Posta logooo
    To adorando
    Beijos

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    1. Awn fico muito feliz em saber que vc esta gostando da mini-fic :)
      Beijoos <3

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  3. Eu terminei de ler o 3° e já tinha o 4° gente morri. Que capítulo foi esse? Que mini fic é essa? Tive um Heart Attack aqui.
    Preciso de mais capítulos por favoor
    Beijos , Fabíola Barboza

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    1. Ahh eu estou que nem uma doida, toda hora eu quero postar um novo capitulo da mini-fic, pq ela já esta pronta, ai eu fico muito ansiosa para vcs lerem jasgdjasgdd
      vou postar mais um daqui a pouco. beijoos <3

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  4. Masoq? Como isso que perfeição meu pai,scrr ai Deus senti um clima,será que tem hot vindo? Jsiajsi ai Deus essa fic é ótima bjos ♥

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    1. Demi não vai dar o braço a torcer, ela vai negar Joe até não aguentar mais agsdjsaasd o HOT esta vindo, mas acho que vai demorar um pouquinho, mas pode ter certeza de que quando vim, vai ser fodástico!!!!
      fico muito feliz em saber que vc esta gostando da fic Mand. beijoos <3

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  5. Senhoooor , que perfeito isso, você vai me matar asdfggjl
    sera que vem hot? Ai senhoor, poste logo antes que eu tenha um heart attack u.u haha ♥

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    1. Ahh muito obrigada!! essa mini-fic é muito perfeita, vcs vão ver :)
      o HOT vai demorar só um pouquinho, mas quando vim, vai valer muito a pena :))
      não tenha um heart attack não, please!! já posto daqui a pouco!!

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  6. Que perfeitoooo!! Essa mini fic tá diwa!
    Tomara que venha hot!!!
    Esse Joe ainda mata alguém um dia de tão sedutor! Ai meu corassaum!
    Posta logo,beijos!

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    1. Valeu!! eu tinha certeza de que vcs iriam amar!!
      o Hot esta chegando, vai demorar um pouquinho, mas vai valer muito a pena!!
      Joe a cada dia mais sexy e gostoso. asdgjsad
      Beijoos <3

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  7. Mari essa mini fic é incrível!! Estou amando!!

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    1. fico feliz em saber que vc esta amando a mini-fic Debora. beijoos <3

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