5.6.14

Suave - Capitulo 1

 
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UM PAVÃO não poderia ter se exibido com mais pompa do que Joe Jonas, quando chegou a vez dele de subir ao palanque montado provisoriamente ao ar livre. Um sorriso satisfeito iluminava o belo rosto bronzeado, e os cantos dos olhos castanhos se enrugavam de modo sedutor, enquanto ele se juntava ao governador, no pódio. As mangas da camisa social branca, enroladas até acima dos cotovelos, revelavam antebraços fortes, sombreados por cabelos um pouco mais escuros do que os cachos cor de chocolate ao leite que lhe caíam displicentemente sobre a testa.

– Como reconhecimento pelo seu trabalho incansável, por sua dedicação e pela contribuição financeira em prol da reconstrução da ilha de St. Michael, nós lhe conferimos o primeiro prêmio humanitário Joseph Jonas – anunciou o governador Freemont, entregando o troféu dourado a Jonas.

No meio do público, Demi Lovato não conseguia acreditar. Jonas poderia ter enganado a todos na ilha, mas ela via além do sorriso charmoso e do jeito sexy dele. Ele não fora até ali para ajudar os habitantes de St. Michael. A vinda dele tivera como objetivo inflar o próprio ego. Onde houvesse uma câmera, Jonas estava na frente dela.

Flashes pipocavam. Jornalistas faziam perguntas. A multidão aplaudia.

A melhor amiga de Demi, Selena Gomez, deu-lhe uma cotovelada.

– Não seja antipática. Bata palmas.

Contrafeita, Demi aplaudiu, mas fez uma careta.

– Ele é um exibido.

Jonas começou a fazer um discurso aparentemente improvisado.

– Ele é um autêntico herói – Selena argumentou. – Sem ele, St. Michael não teria se recuperado tão depressa.

– Ele é um egocêntrico.

– Ah, sim. Pessoas egocêntricas abrem mão da própria vida durante um ano, para reconstruir ilhas com as quais não têm nada a ver.

– Esta é exatamente a questão. Ele não tem nenhuma ligação com St. Michael. Quem o designou como nosso salvador? Eu questiono as intenções dele. Você notou que ele sempre anda cercado de seguidores?

Selena deu de ombros.

– Ele é bonito, rico e divertido. Quem não iria gostar de andar com ele?

– Reconstruir uma ilha inteira destruída por um furacão não deveria ter nada de divertido.

– Você acha que não, mas, de alguma forma, ele conseguiu a ajuda de todos. É por isso que ele merece tanta atenção, para não falar do prêmio: pela habilidade em fazer com que todos trabalhem em perfeita harmonia.

– Ele está fazendo isso porque quer chamar a atenção. Afaga o ego dele.

– E daí se for verdade? – Selena perguntou. Tudo bem, Demi estava sendo muito dura, o que não combinava com ela, mas Jonas parecia provocar o que ela tinha de pior. – Os resultados são os mesmos. Graças à generosidade de Joe, as pessoas voltaram a ter onde morar e os serviços essenciais foram restaurados.

– Ele é impulsivo.

– Ah. – Selena deu um sorriso malicioso. – Entendi.

– Entendeu o quê?

– O motivo pelo qual ele a deixa irritada.

Demi cruzou os braços e inclinou a cabeça de lado.

– Daria para me explicar?

– Ele não corresponde às suas expectativas.

– Eu não espero nada dele.

– Não?

– Para mim, ele não é nada.

– Pensei que vocês dois…

– Claro que não! – disse Demi, ofendida.

– Mas, quase.

Demi corou. Sim, ela quase fizera sexo com Joe Jonas há alguns meses, quando os dois participavam do comitê de reconstrução do hospital. Graças a Deus, ela não chegara a tanto.

– Espere um minuto – disse Selena, estalando os dedos. – Não foi Joe quem não correspondeu às suas expectativas. Foi você. Você está furiosa com ele porque violou o seu próprio código de ética quando…

– Vamos parar de falar sobre ele, certo? – Para fazer com que Selena se calasse, Demi, deliberadamente, voltou toda a atenção para o palanque.

Joe segurava um microfone. Andava de um lado para o outro do tablado, animando o público com uma visão exaltada do que St. Michael poderia vir a ser. Demi sabia o quanto aquela exaltação era perigosa. Ainda que brevemente, ele a deixara encantada… Joe parou de repente, observou o público, e o olhar dele se deteve nela.

Durante um segundo tenso, os dois se fitaram, e Demi sentiu um nó na garganta. Droga, ela não conseguia desviar os olhos.

Joe parecia tê-la paralisado com o olhar. Abaixara as pálpebras levemente, e a voz adquirira um tom sedutor. Ou talvez fosse obra da imaginação dela, Demi pensou.

– Já que este é o meu último dia em St. Michael, todos estão convidados para a festa que eu vou dar no meu iate – anunciou.

Ouviram-se gritos de alegria na multidão.

Ele jogou o microfone para o governador e deixou o palanque com um andar confiante, sendo seguido pelo bando de aduladores. A multidão o cercou: as pessoas batiam no ombro dele, tentavam apertar sua mão, mas ele as ignorava, como se estivesse decidido a cumprir uma missão.

Demi levou alguns segundos para perceber que Joe caminhava na direção dela. Ah, que diabos, não.

Ela deu as costas para ele. Deveria ser fácil desaparecer naquela confusão. Tentou se apressar, mas enroscou o dedo do pé em um fio esticado no piso e tropeçou. Olhe por onde pisa, Lovato. Ela estendeu as mãos, tentando se segurar, mas acabou se estatelando no chão. Ah, ela odiava se sentir vulnerável.

Atrás dela, ouviu uma risada familiar. Joe já se inclinava e, antes que Demi conseguisse se mexer, segurou-a pela cintura. Enquanto a ajudava a se levantar, com delicadeza, ela sentiu um perfume cítrico a envolvendo.

– Calma, baby – disse ele em tom amável, abaixando-se para tirar a poeira que ficara no jaleco de Demi.

Ela tentou se afastar, recuando, arfando e se desprezando por ofegar. Tire a mão da mercadoria, cara. O pior é que ela não conseguia deixar de encará-lo.

Ele estava muito próximo, vestindo camisa branca, bermudas cáqui, quepe de marinheiro e mocassins, retratando, em cada detalhe, o iatista rico levado pelo vento. Era como se o resto do mundo tivesse desaparecido e só restassem eles dois.

Os olhos castanhos quase verdes de Joe a fitavam com um brilho bem-humorado. Aquele senso de humor fora a ruína dela. Ela não iria se deixar enganar. Não pela segunda vez. De jeito nenhum. Não havia como. Por fim, ele iria embora da ilha. Ufa! Ela nunca mais o veria de novo.

– Você vai à minha festa, não vai? – Ele passou os dedos levemente pelo braço de Demi.

Sem essa.

– Sem você a festa não vai ter graça – insistiu.

– Eu preciso lavar os cabelos – mentiu ela. Mas, pensando bem, por que mentir? Talvez ela realmente lavasse os cabelos para tirar aquele homem da cabeça.

– Você só precisa tirar alguns grampos. – Com um gesto muito íntimo, ele tocou os cabelos que ela prendera em um coque apertado e puxou, um a um, os grampos, deixando que os cachos caíssem sobre os ombros. – Assim está bem melhor.

Demi recuou bruscamente, com o coração acelerado. Ah, não. Você não pode gostar disso. Não se permita gostar disso.

Ele olhava para ela com um brilho no olhar. Sabia que a deixara constrangida e se divertia com isso.

– Eu sou defensora de cabelos limpos. Faço questão de lavá-los todos os dias. – Ela ergueu o queixo.

– Eu sei – murmurou ele em um tom carinhoso e acolhedor. – Você é apegada às próprias regras.

Quem era ele para agir como se a conhecesse? Só porque eles tinham quase… Não importa o que eles quase tinham feito, ela estava resolvida a esquecer. O que realmente a irritava é que fora ele que acabara com o encontro dos dois.

– Preciso ir. – Ela pensou em se afastar, mas, por algum motivo inexplicável, não se mexeu.

– Não sei por que eu achei que você fosse à minha festa – disse Joe. – Srta. Puritana.

– Só porque eu não quero ir à sua orgia, não quer dizer que eu seja puritana.

– Orgia? – perguntou ele, achando graça.

– É uma palavra. Procure no dicionário.

– Você está com medo.

Demi se empertigou.

– Eu não tenho medo de nada. – Cuidado. Quando se diz uma mentira, o nariz cresce.

– Discordo. Você tem pavor de se divertir.

Ela bufou.

– A minha ideia de diversão e a sua são muito diferentes.

– Eu sei. O autoflagelo não é o meu passatempo favorito.

Demi retorceu o lábio, resolvida a não sorrir para ele.

– Bem, divirta-se na festa e faça uma boa viagem. – Ele a pegara, no bom sentido. Não a pegara no sentido sexual. Melhor dizendo: ele a rotulara. Não fosse por outra coisa, deveria odiá-lo por isso.

– Quando eu for embora, você sentirá minha falta? – Ele se inclinou e deu um largo sorriso. A noite inteira.

– Nem um pouco.

– Acho que eu pedi por isso.

– Pediu.

Ele piscou para ela.

– Eu vou sentir saudade de você.

– Por que motivo?

– Você é a única pessoa na ilha que me faz sentir como se eu estivesse pisando em ovos.

Não, senhor. Ela não deixaria que aquele homem a transformasse em massa moldável. Ela era muito mais do que isso.

– Você quer andar sobre ovos? Use saltos altos.

Joe jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada.

– Eu também adoro o seu senso de humor.

– Eu não estava tentando ser engraçada. – Demi cruzou os braços.

– Você é a única pessoa que não gosta de mim, e eu não consigo imaginar por quê.

– Não é preciso que todos gostem de você. Por que se importa se eu gosto ou não?

– Porque eu gosto de você.

– Você gosta de todo mundo.

– É verdade – disse, aproximando-se. – Mas não tanto como eu gosto de você.

Ela levantou a mão, fazendo sinal para que ele parasse.

– Você não gosta de mim. Você gosta de um desafio.

Os olhos castanhos quase verdes de Joe brilharam.

– Devo admitir que gosto de um desafio. Quanto mais você resiste, mais eu desejo você… – Ele fez uma longa pausa que levou o coração de Demi às alturas, antes de acrescentar. – Na minha festa.

– Nem tudo o que se deseja acontece.

Joe deu uma enorme gargalhada, mostrando uma carreira de dentes muito brancos. O problema com aquele homem era esse. Ele era perfeito demais, e todas as mulheres o desejavam. Como a loura que estava parada ao lado dele e batia os cílios postiços.

– Os seus admiradores o esperam.

– O quê?

Demi indicou a loura. Joe mal olhou para a mulher e se voltou para Demi.

– Vá à minha festa.

– Acho que não. O meu cabelo realmente leva muito tempo para secar. – Ela brincou.

Ela não podia deixar que ele soubesse o quanto a provocava. Se ele soubesse que era o maior astro das fantasias sexuais dela, ela nunca se livraria dele. Ela se recusava a ser como as outras mulheres que se jogavam aos pés de Joe.

Sim, ele era bonito, era rico. Sim, ele tinha personalidade e exalava carisma pelos poros. Aqueles eram exatamente os motivos pelos quais ela não estava interessada. Joe Jonas era um homem extremamente superficial.

– Será a última vez que você vai me ver. – Ele fez uma cara de cachorro sem dono. – Não quer me dizer adeus?

– Adeus. – Ela agitou os dedos.

– A festa não será a mesma sem você.

– Você não sentirá a minha falta.

Ele inclinou a cabeça de lado e a olhou com um brilho intenso nos olhos. – Ah, é aí que você se engana.

– Não adianta, Jonas.

Ele deu de ombros.

– Um homem tem direto de sonhar, não tem?

– Contanto que fique no sonho…

Ele estendeu a mão e tocou as costas da mão dela. Demi sentiu um arrepio. – Vou sentir saudade de você.

– Nesse caso, é só você.

– Ai. – Ele riu e colocou a mão no peito. – Você joga duro.

– Nunca se esqueça disso.

A loura ao lado dele se aproximou mais um pouco e pigarreou.

– Sr. Jonas, eu sou da Metropolitan Magazine e gostaria de escrever um artigo a seu respeito.

Joe se voltou para a mulher.

– Pois não?

Com a mão ainda ardendo por ter sido tocada por ele, Demi se aproveitou do momento de distração de Joe e se misturou à multidão. Ótimo. Ela se sentia como o martíni de James Bond: mexida e não… Ah, a quem ela enganava?

Ela fora mexida e misturada.
 
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Capitulo 1 posto e pelo o que deu para perceber Demi não gosta de Joe... só pra avisar, se eu não me engano, essa fic não tem muito HOT, acho que só 1 ou 2, mas a historia é bem legal. não se preocupem que depois eu irei postar as outras fics, ok???
 
Beijooos e não se esqueçam de comentar!! alguém pode me dar ideias para capitulos de "A Sexóloga"??? eu estou sem ideias :/

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. amore,essa fic é otima,mas é que quando vc postou as sinopses haviam 2 fics com o nome de Suave,que no caso era a primeira e a ultima(que agora ta com o nome de emoção)
    E tenho quase certeza que o pessoal tava votando em Suave porem levando em conta a que agora é a ''Emoção''

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  3. ooi, você quer ajuda para a sexologa? eu posso tenta ajuda, vou te da meu whats -por aqui mesmo- 53 99489879 me ativa lá q a gnt pode troca umas ideias ta? -parece q to te trovando- ajjdas amei essa mini fic, bjss

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  4. Eu amei muito cara!! E tipo esse Jonas é um galina mesmo nunca muda! Dgujhjc
    Posta mais :)
    Fabíola Barboza

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  5. Oie, voltei
    Cara eu amei a outra mini fic e to super amando essa
    Posta logo linda!
    Beijos com glitter

    By - Milena ;)

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  6. To amando posta outro logo linda
    Bjss

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  7. eh tenho que admitir mari,ta muito boa,mais eu gosto de coisa mais ativa no sexo HAHAHAHAHA nossa q vergonha mas ta ne :)

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