10.6.14

Suave - Capítulo 12


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TALVEZ ELA estivesse abalada por descobrir que estava sozinha com Joe Jonas – no meio do oceano, a oito horas e meia de St. Michael. Talvez ela ainda estivesse sofrendo o efeito de ter sido drogada e da dor de cabeça que lhe causava pontadas por detrás dos olhos. Ou talvez fosse o fato de que o que ele estava fazendo lhe parecesse tão romântico que a desarmava.

– Taylor é o motivo pelo qual nós… Que você… Que nós não fizemos amor, naquela noite, na praia?

– É.

– Bem – Ela disse. – Isso faz com que eu me sinta um pouco melhor. Pensei que era eu.

– Ah, não, senhorita. Você, não. Nem de longe. Na verdade, foi a sua extrema sensualidade que me fez recuar e fugir. Eu não queria retomar velhos hábitos.

Isso deveria tê-la animado, mas não animou, e ela não sabia por quê.

Ah, corta essa. Você sabe o motivo. Está com ciúmes da tal Taylor.

Ele continuou a falar a respeito de Taylor, o que era particularmente desagradável, porque fora ela quem puxara o assunto. Então, ele disse que Taylor era filha do oceanógrafo mundialmente famoso, Scott Swift. Claro: Joe estava apaixonado por alguém da mesma classe… Uma celebridade rica.

Realmente fora idiotice achar que ele poderia se apaixonar por uma simples enfermeira.

Santo biscoito de chocolate!

Era isso que ela estivera esperando? Que Joe se apaixonasse por ela? Envergonhada de si mesma, Demi empurrou os óculos escuros mais para cima, no nariz, agradecendo por eles esconderem seus olhos de Joe. Não queria que ele visse o que ela pensava, estampado no rosto.

Deveria se conter e ficar feliz por ele. Bem, por outro lado, a mulher por quem ele estava apaixonado, aparentemente, amava outro. Isso não são coisas do amor? Caprichoso. Tolo. O amor deveria ser proibido.

– Bem… – disse ele. – Agradeço a sua paciência e a sua compreensão.

– Preciso telefonar para Selena. – Ela levantou de repente. – Ela vai ficar enlouquecida.

– Pode ser que você não consiga sinal no celular aqui. Estamos muito longe da costa.

– Preciso tentar. – Onde ela deixara a bolsa? Evidentemente, na cabine de Joe. – Eu volto logo – disse ela, correndo até a cabine. Encontrou a bolsa no chão do quarto, pegou o celular e ligou para Selena.

– Demi! – Selena atendeu ao primeiro toque. – Sua garota travessa.

– Travessa?

– Passando a noite com Joe Jonas depois de fingir que não gostava dele. Eu sabia que você tinha uma queda por ele.

– Eu não passei a noite com ele.

– Quando eu saí do iate, às 2h, o seu carro ainda estava estacionado na marina.

– Por que não me procurou?

– Procurei. Não consegui achá-la em lugar algum, e agora eu sei por quê.

A estática perturbou a ligação.

– Eu não sei quanto tempo a ligação vai durar, Selena, portanto, apenas me escute. – Ela explicou rapidamente a situação.

– Isso é terrível – disse Selena. – Eu sabia que não se podia confiar em Wilmer.

– De qualquer maneira, você diz à enfermeira-chefe que eu tive um problema inesperado? – Era verdade. – E que eu vou tirar uma semana de férias.

– Tudo bem. Sinto muito, Demi.

– Por quê?

– Você finalmente consegue ficar sozinha com Joe e descobre que ele gosta de outra mulher. Isso deve doer.

– Eu estou muito bem – disse Demi, mas seu coração estranhamente se encolheu.

– Seja…

A ligação foi cortada.

– Selena? Está me ouvindo?

Nada.

– Selena?

Silêncio.

Pelo menos, ela tivera tempo de dizer a Selena onde estava. Demi suspirou e desligou. Acabara de perder o último contato com o mundo. Quando percebeu que estava em mar aberto, ficou extremamente apavorada. Apertada em um vestido de festa minúsculo. Durante seis dias. Com Joe Jonas.

Seis dias.

E cinco noites.

Tudo bem. Pena que ela não podia ficar na cabine durante toda a viagem. O estômago roncava, lembrando-a de que este era um dos motivos pelos quais não podia ficar ali embaixo. Ela não comera nada depois dos canapés da noite anterior. Estava morrendo de fome.

Como se fosse mágica, Demi sentiu o cheiro de algo delicioso. Bacon. Hum.

Guiada pelo cheiro, ela encontrou a cozinha.

Joe estava diante do fogão, fritando bacon em meio à fumaça marrom. Opa. A fumaça não era marrom. Lentes marrons. Ela ainda estava usando os óculos escuros. Demi tirou os óculos e o viu claramente. Para dizer a verdade, claramente demais.

Ele estava descalço e tinha dedos sexy. Quem acharia que dedos do pé seriam sexy? Os cabelos estavam despenteados, o rosto, bronzeado. Ele era a imagem de um iatista rico.

– Conseguiu fazer a sua ligação?

– Por muito pouco tempo. Perdi o sinal, mas Selena vai transmitir minhas desculpas à enfermeira-chefe.

– Agradeço por você encarar tudo isso com bom humor, Demi,  mas isso não me surpreende. Você mostra o que tem de melhor quando está ajudando os outros.

– Ei, eu só estou seguindo o vento. Contra a vontade, eu admito, mas não há nada que se possa fazer. De fato, não posso esperar que você gaste mais de oito horas para me levar de volta à ilha, quando tem a missão de recuperar a mulher dos seus sonhos.

– Obrigado por compreender. – Ele empurrou um copo de chá gelado na direção de Demi. – Beba. É fácil ficar desidratada no mar. E, depois do que Valderrama a fez beber, é bom você limpar o seu organismo.

– Obrigada. – Ela pegou o copo. O chá estava gelado e era refrescante. Ela bebeu tudo em um instante.

– Pensei que você também estaria com fome. – Ele virou o bacon na frigideira.

– Eu seria capaz de roer o braço de uma cadeira.

– Não será preciso. Estou fazendo sanduíches de bacon, alface e tomate. Você come carne, não come?

– Eu tento não comer carne vermelha com frequência, mas adoro. – Incapaz de resistir ao aroma tentador, ela pegou um pedaço de bacon que estava no escorredor. Dourado, crocante, salgadinho. Perfeito. – Posso ajudá-lo?

– Você pode cortar o tomate. – Ele apontou para os tomates maduros e suculentos que estavam dentro de uma cesta sobre a mesa.

– Não acredito que você sabe cozinhar – Ela disse, pegando uma das facas que estava fincada em um bloco de madeira, em cima da bancada de granito.

– Por quê?

– Pensei que você tinha crescido cercado de cozinheiras e de empregados prontos para servi-lo.

– Cresci – admitiu ele. – Mas a minha mãe achava que os filhos deveriam saber preparar uma refeição. Ela fez com que a cozinheira nos ensinasse a cozinhar.

– A cozinheira?

– Tínhamos empregados que moravam na casa.

– A sua mãe é inteligente. Gostei do estilo dela.

Joe olhou-a de lado.

– Ela também gostaria de você. Você não é avoada.

– Avoada?

– Era assim que ela chamava as minhas namoradas. Avoadas: com a cabeça cheia de vento. Com exceção de Taylor. Taylor é o oposto de avoada.

– Como eu?

– Como você – Ele repetiu com um olhar que aqueceu a pele de Demi.

– Então você namora cabeças de vento para se divertir, mas quando resolve ser sério, caminha em outra direção.

– Eu nunca pensei seriamente em Taylor,  até que ela me deu o fora. Nós nos conhecemos desde criança, e ela era mais uma amiga do que outra coisa, mas, quando ela me disse que não estava interessada em viver com um playboy, bem, preciso admitir que isso magoou meus sentimentos.

– Eu estou gostando de Taylor, cada vez mais.

– Porque ela magoou meus sentimentos?

– Porque ela o empurrou na direção correta. – Aquela era uma conversa estranha para ter com um homem por quem ela estava meio obcecada. Tudo bem, ela admitia. Gostava de Joe. Que hora mais idiota para descobrir isso. Ou talvez ela gostasse dele porque sabia que não havia o perigo de que ele gostasse dela, agora que ele resolvera impedir o casamento de Taylor com outro homem.

– Sinceramente – disse ele. – Eu nunca pensei que Taylor se casaria. Ela se deixa absorver pelo trabalho.

– Talvez seja por isso que você resolveu namorá-la. – Demi lavou dois tomates na pia, esfregando as cascas. – Porque ela não era uma ameaça ao seu celibato.

– Então, por que eu a quero de volta?

– Porque não pode tê-la. O que mais desejamos é o que não podemos ter.

Ele se voltou para olhar para ela.

– Você realmente acredita nisso?

– É uma teoria – disse Demi, dando de ombros.

– Eu só sei que preciso vê-la.

– Então… – falou Demi, desesperada para conversarem sobre outra coisa além do amor da vida dele. – Quantos irmãos e irmãs você tem?

– Dois meio-irmãos e uma meia-irmã. Três irmãs por parte de pai e de madrasta e um irmão por parte de padrasto.

– Isso é muito.

– Os meus pais tinham dificuldades para ficar casados.

– Nenhum irmão por parte dos dois?

– Não.

– Onde você fica na ordem de nascimentos?

– O meu pai tinha uma filha quando se casou com a minha mãe. Eles me tiveram e depois se divorciaram. Papai casou com uma mulher que tinha duas filhas. A minha mãe se casou com um homem que tinha um filho. A minha mãe e o segundo marido tiveram um filho e uma filha. E o meu pai e a quarta esposa…

– Quarta?

– Parece que dessa vez deu certo. Ele e Pam tiveram um menino. Meu meio-irmão, Benjamin, está com cinco anos.

– E sua mãe?

– Ela e Chet estão casados há 20 anos, portanto, parece que também deu certo.

– Eu fico tonta só de ouvi-lo falar. Como você mantém contato com todos?

– Para mim, isso não é novidade – Ele deu de ombros.

– Aposto que os natais na sua casa devem ser uma loucura.

– Eu ganho uma tonelada de presentes. Quando os pais se sentem culpados por não lhe dar atenção suficiente, eles tentam comprar o seu amor.

Coitado. Ele parecia ter sido jogado de um lado para o outro e subornado. Não admira que fosse um pouco materialista.

– Em que o seu pai trabalha?

– Ele administra os negócios da família.

– Que são…?

– Construção de navios.

– Isso não o interessou?

– Eu gosto de construir casas. É ótimo criar moradias para os outros.

– Dito por um solteirão playboy, isso soa estranho.

– Construir faz parte da minha história, mas eu quero traçar meu próprio caminho. Além disso… – disse ele em tom encabulado. – Eu costumo construir condomínios de férias.

– Você foi muito atingido quando a bolha imobiliária estourou? – Demi cortava os tomates e tentava ignorar a proximidade dos dois, e o quanto era gostoso estar perto dele.

Ele assentiu.

– Mas eu tenho uma reserva de dinheiro que recebi dos meus avós e que me dá flexibilidade para fazer outras coisas.

– Como reconstruir St. Michael.

– Exato.

– O que você não teria feito, se Taylor não tivesse lhe dado o fora.

Ele pareceu envergonhado.

– Provavelmente, não.

– Então Taylor contribuiu muito para o seu amadurecimento pessoal.

– Contribuiu. – Ele desligou o gás e secou a gordura do bacon com uma toalha de papel. – E quanto a você? Você tem irmãos ou irmãs?

– Um de cada. Os dois, mais novos do que eu.

Ele pegou uma alface americana que estava ao lado da pia, bateu o fundo contra o balcão e puxou o centro. Desfolhou-a com os dedos longos e bronzeados.

Demi teve a sensação de que uma bolha acabara de estourar na cabeça, provocando-lhe tontura. Não havia explicação. Provavelmente, era um resquício do efeito de ter sido drogada na noite anterior.

– Conan está no Corpo de Paz, depois de ter obtido o diploma em Sociologia; Dallas ainda está na faculdade, estudando Tecnologia Ambiental.

– Parece que você vem de uma família humanitária.

– É verdade – Ela falou com orgulho. – Os meus pais são professores e, todo verão, eles participam de um programa de professores sem fronteiras. Quando eu era menina, eles iam para St. Michael. Eles estão casados há 30 anos e ainda se amam como no dia do casamento.

– Ótimo – disse ele em um tom melancólico. – Eu não imagino como seja isso.

Ele espalhou a alface, cujas folhas brilhavam com a água em que tinham sido lavadas, em outra toalha de papel. E, depois, os dedos dele estavam sobre o pão caseiro, cuja casca marrom crocante ele cortava cuidadosamente em fatias, revelando o miolo branco. Ela sentiu um arrepio delicioso descer pelas costas. Por que achava tão erótico vê-lo fazer sanduíches?

– Poderia pegar a maionese na geladeira? – perguntou Joe.

Feliz por ter uma desculpa para se afastar dele, Demi correu até a geladeira e pegou a maionese. Aquilo era loucura. Não podia deixar que a proximidade dos dois a abalasse.

Ela puxou a porta da geladeira e viu um pacote de biscoitos de chocolate duplamente recheados na prateleira.

– Biscoitos de chocolate! – exclamou ela. – São os meus preferidos. E você também os guarda na geladeira! – Ela deveria amá-lo. Qualquer homem que guardasse os biscoitos preferidos dela na geladeira era um homem que deveria estar no coração.

– Onde mais se deveria guardá-los?

– Exatamente. – Ela sorriu para Joe, por cima da porta da geladeira. – Selena diz que eu sou louca por ocupar espaço com eles, mas eles são muito mais gostosos quando estão gelados.

– Deliciosos.

– Você costuma abri-los e comer o recheio antes dos biscoitos?

– Existe outra maneira de comê-los?

– Eu adoro o recheio cremoso.

– Por que você acha que eu compro os duplamente recheados? Duas vezes mais creme.

– Sabe, Jonas, você não me parece ser um cara tão ruim, afinal – disse ela.

Os olhos dele piscaram.

– Se eu soubesse que iríamos criar um laço por causa de biscoitos gelados, já teria lhe dado uma geladeira cheia deles.

Ela ignorou o comentário e entregou a maionese a ele.

– Aqui está.

Os dedos dos dois se roçaram, e ela sentiu o coração balançar. Movimento do mar. Barcos balançavam. Exatamente. Isso fazia parte do problema. Estar no mar estabelecia um determinado ritmo, um doce oscilar, um despertar no sistema de alerta do organismo. Pelo menos, era o que parecia acontecer no caso dela.

Joe espalhou a maionese sobre o pão, empilhou o bacon, a alface e as fatias de tomate que ela cortara.

– Simples, mas elegante e delicioso – declarou ele, passando-lhe um prato com o sanduíche e pegando o outro para ele. Ela podia jurar que ele acrescentara baixinho: “Como você”.

– O que você disse? – perguntou ela com o coração acelerado.

– Subimos para ver a vista?

– Hein – Ela ficou confusa.

– Para comer – explicou ele. Ela se sentiu tola por achar que o comentário sobre ser simples, elegante e deliciosa se dirigira a ela.

Demi colocou a mão na têmpora.

– Nesse momento, estou me sentindo demais como um vampiro para apanhar sol.

– Desculpe. Eu tinha esquecido.

Eles sentaram à mesa, ficando frente a frente. Haley atacou o sanduíche. Estava tão delicioso, e ela estava com tanta fome, que precisou se lembrar de que deveria comer mais devagar.

– Gosto de vê-la comer – disse Joe. Ela ficou envergonhada e parou de mastigar. – Você não é uma daquelas garotas que belisca a comida. Você a come com gosto.

– Você está se referindo às cabeças de vento?

– Estou.

– Taylor também come com gosto?

– Na verdade, não. Taylor fica tão envolvida na pesquisa dela, que não tem tempo de apreciar o que come. Em geral, ela está lendo algum livro sobre oceanografia, estudando mapas de navegação ou escrevendo artigos, e seria capaz de comer uma sola de sapato colocada diante dela. Mas você… – Ele falou em um tom de admiração. – Você saboreia cada pedaço.

– Provavelmente isso é resultado de eu trabalhar como enfermeira e de precisar engolir as refeições quando e onde puder. Eu gosto de qualquer comida que me ofereçam.

– É um prazer cozinhar para você.

– É um prazer comer o que você cozinhou.

Ele sorriu e se inclinou na direção de Demi. Mesmo através do cheiro de dar água na boca, do bacon, do pão e do tomate, ela sentia o perfume dele, um aroma ensolarado que soletrava: J-O-E. Ela sentiu um impulso quase irresistível de enfiar o nariz no pescoço dele e cheirá-lo.

– Sobremesa? – perguntou ele.

– Se você está falando dos biscoitos, sim. – Ela sorriu. – A minha única fraqueza.

– A única? – provocou ele, andando até a geladeira.

– A única que sou capaz de admitir – falou ela em um tom mais sensual do que pretendia.

– Ora, Demi Lovato. Você está flertando comigo? – Ele voltou à mesa e abriu o pacote de biscoitos. Ela abaixou as pálpebras e deu um sorriso enigmático. Ora, aquilo era divertido. Não admira que Selena flertasse descaradamente. Demi pegou um biscoito, abriu-o e raspou o recheio com os dentes. Pelo canto do olho, ela viu Joe fazer a mesma coisa, imitando-a.

– Hum…

– É estranho… – Ele abriu o segundo biscoito, girando uma rodela para cada lado. – Trabalhamos juntos por quase um ano e não sabemos quase nada de pessoal, um sobre o outro.

– De que adianta sabermos mais a respeito um do outro? Você deixou St. Michael e ainda tem a história com Taylor…

Ele lhe lançou um olhar expressivo, e poderia ser imaginação dela, mas ele parecera ficar magoado.

– Eu não quero me meter na sua vida. Sei que costumo fazer isso. Só pensei que seria bom nos conhecermos melhor. Nunca se sabe quando se vai precisar de um amigo.

– Desculpe – disse ela. – Às vezes, eu sou espinhosa. Concordo que não é o melhor mecanismo de defesa do mundo.

– Você acha que precisa se defender de mim? – Ele parecia surpreso.

– Você tem um jeito de dominar todo lugar onde entra. Isso faz com que aqueles que não são igualmente seguros se amedrontem.

– Você? – Ele ficou boquiaberto. – Insegura? Você é a pessoa mais capaz e competente que eu já conheci.

– No trabalho, sim, eu sei o que estou fazendo. Mas em ocasiões sociais? Em que a conversa precisa ser leve e envolvente? Nem tanto.

– Você se sai melhor do que pensa.

Perturbada, ela desviou o olhar e resmungou.

– É muita bondade sua dizer isso, mas não é verdade.

– Então – perguntou ele. – Sobre o que vamos conversar?

Era a pergunta de 1 milhão de dólares, porque eles não tinham nada em comum.

– É você quem é sofisticado e cosmopolita. Escolha.

– Que tal falarmos a respeito de hobbies? O que você faz nas horas de folga?

– Eu trabalho praticamente o tempo todo ou sou voluntária.

– Você gosta de filmes?

Ela deu de ombros.

– Tanto quanto qualquer outra pessoa, eu acho.

– Esportes?

– Fazer ou assistir?

– Os dois.

– Não gosto muito de assistir a esportes pela televisão, mas uma partida de beisebol, numa noite amena de verão, é agradável. Prefiro participar a ver os outros se divertindo.

Joe apoiou o rosto na palma da mão e ficou a observá-la como se ela fosse a pessoa mais interessante do mundo. Ele tinha um jeito de fazer com que ela se sentisse especial que era enervante.

– Que esportes você costuma praticar?

– Atualmente, quase nenhum, mas eu costumava correr a maratona.

– Impressionante. Preparada para correr longas distâncias… Como escolheu esse esporte?

– Eu comecei a correr para me recuperar… – Ela se calou. Não entraria naquele assunto. Era muito pessoal para discutir com ele. Ela balançou a cabeça. – Não importa como eu comecei. Correr clareava a minha cabeça.

– E por que você parou?

– Furacão Sylvia.

– Bandido – brincou ele. – Eu corro.

– Eu sei. Já o vi na praia.

– E nunca ficou tentada a me acompanhar?

Tentada? Ah, sim. E fora justamente por isso que não o acompanhara.

– Eu sempre tenho muita coisa a fazer.

– Venha cá. – Ele agitou dois dedos, chamando-a.

– O quê? – O que ele pretendia?

– Aproxime-se.

Ela recuou. Ele riu.

– Você sempre faz o oposto do que eu quero que você faça.

– E daí?

– Você é muito desconfiada.

– Um cara me drogou na noite passada. Não acha que eu tenho motivo?

– Sinto muito por isso, Demi. – Os olhos dele ficaram tristonhos. – Fico feliz por você ter se trancado na minha cabine. Se Valderrama tivesse tocado em um fio do seu cabelo… – Ele deixou a frase inacabada, mas a expressão no rosto dele dizia tudo. Ele faria com que Valderrama pagasse pelos atos dele. Infelizmente, Joe não estivera lá para protegê-la quando… Não. Ela não iria pensar no assunto.

– Estou falando sério. Aproxime-se.

Nervosa, Demi se inclinou na direção dele, contraindo os músculos. Ele estendeu a mão na direção do rosto dela, e ela ficou sobressaltada.

– Calma, isso. – Ele passou o dedo no lábio dela. – Você está com o lábio sujo de creme. Pronto: agora não está mais.

Ela sentiu o rosto queimar.

– Talvez, algum dia, você me diga – falou ele, limpando a mão em um guardanapo, dobrando-o e jogando-o no prato vazio.

– Dizer o quê?

– Por que você fica tão assustada quando está perto de mim.

– Provavelmente, não – Ela disse. – Depois de sábado, nunca mais irei vê-lo.

– Sabe… – disse ele, encarando-a. – Não posso deixar de pensar que será uma pena.

Somos dois.

O que estava acontecendo com ela? Precisava se controlar ou não iria sobreviver seis dias – e cinco noites – sozinha com ele naquele barco. Como se metera naquela confusão? Mais importante: como sairia dela sem se machucar?

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Oie <3 a Mari deixou alguns capítulos prontos pra mim postar,eu vou postando devagar okay?
Sobre "A Sexóloga" eu ainda não falei com ela sobre isso,mas vou ver quando a gente posta.
Comentem..Beijos....XOXO!

6 comentários:

  1. Ai meu Deus, ta perfeito! Finalmente eles estão entrando em um consenso, ahsha posta logo, beijos <3

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    1. Siim *O* hsajshja
      Eles tem seus momentos siuhaisuj <3
      Postei flor.Beijos <3

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  2. perfeito u.u
    esses dois <3 <3 <3
    pooosta logooo linda :-D
    beijos

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    1. kkk Concordo esses capítulos estão um
      mais perfeito que o outros u.u suahsuha
      Tá postado amore,
      Beijos <3

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  3. adoro . posta logo beijos

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