15.6.14

Suave - Capitulo 25 - MARATONA 2/5

 
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AQUELA ERA a última chance de passar uma noite com Joe.

Ele queria isso. Embora estivesse em conflito, ela podia ver isso nos olhos dele. Ousaria seduzi-lo, em sã consciência? Haley não era do tipo que roubava o homem de outra mulher, mas não conseguia deixar de sonhar em fazer amor com Jeb.

Pare. Pare com isso.

Eles jantaram e lavaram a louça, percebendo que a tempestade ficava mais forte. O veleiro balançava e rangia. Não havia nada para distraí-los. Nem TV, nem acesso a um computador. E ela não iria jogar com ele outra vez. A única coisa que restava era ir para a cama e dormir. – Esta noite você fica com a sua cama – disse ela. – Eu já a usei por muito tempo. – Você fica onde está.

– Eu durmo no assento deste banco.

– Não dá. É aí que eu vou dormir.

– Joe. – Ela sacudiu a cabeça.

– Demi.

Ela queria sugerir que dividissem a cama, mas claro que não faria isso.

– Você quer tomar banho antes? – perguntou ela. – Ou eu vou?

Eles ainda não tinham lavado o sal e a sujeira depois de salvar o manati, de terem subido no farol, de terem comido cocos e nadado para ir e voltar da ilha.

– Eu vou antes – disse ele. – Desse jeito, eu não a incomodo mais.

Enquanto ele tomava banho, Demi perambulou pela cozinha, arrumando coisas que não precisavam ser arrumadas. Sentia o coração pesar dentro do peito e falta de ar. Ela, deliberadamente, inalou o ar lenta e profundamente para recuperar o fôlego, e, quando Joe voltou à cozinha, enxugando os cabelos e cheirando a sabonete, estava mais controlada. Um pouco.

Até ele sorrir para ela.

– Deixei bastante água quente para você.

– Muita gentileza sua.

Ele estava vestindo as calças dos pijamas e nada mais. Deveria ser contra a lei, que ele entrasse ali com uma aparência tão disponível. Demi tocou os lábios, lembrando-se de como fora ser beijada por ele.

Ela tentou passar por ele para ir tomar banho, mas o barco balançou abruptamente, jogando-a em cima dele ao mesmo tempo em que as luzes apagavam.

– Você está bem? – perguntou Joe.

– Ótima – sussurrou Demi. Ela deveria ir embora. Pretendia se afastar, mas o barco balançou de novo.

O vento assobiou e ficou mais forte.

Demi estremeceu.

– Você está com frio?

Não. Ela estava com tudo, menos com frio.

Joe se aproximou e esfregou as mãos ao longo dos braços dela. Ela não resistiu, deixou, e foi o que bastou. Encostou-se ao corpo dele, amoldando-se a ele como cera.

Ele encostou o rosto no topo da cabeça de Demi. Ela podia ouvir as batidas descompassadas do coração de Joe. Assustado. Ele estava tão assustado quanto ela.

Demi umedeceu os lábios.

Os braços de Joe a envolveram com força.

O barco deu um solavanco, jogando-os contra os móveis.

– Precisamos nos sentar ou deitar – disse ele. – Para não nos machucarmos.

– Sim – disse ela com voz rouca.

– Venha. Vou levá-la para o quarto.

Ele a pegou pela mão e a guiou na escuridão. Tropeçou em alguma coisa e xingou.

– Eu não precisava mesmo desse osso. – Ele cruzou os dedos com os dela. – Espere. Deixe-me absorver o choque desta beliscada.

Beliscada. Hum. Ela gostaria de beliscá-lo dos pés à cabeça.

Demetria Devonne Lovato! Morda sua língua.

Por que desejá-lo parecia tão errado? Por que não o encontrara antes que ele tivesse feito um voto de celibato na tentativa de recuperar Taylor? Por que não se conheceram antes de irem para St. Michael?

Porque antes disso, ela nunca teria pensado em ter um caso tórrido. Ela estivera tentando expiar o passado, andar na linha, evitar qualquer tentação. E acabara isolada no mar, com a maior tentação que existia.

O balanço e o jogo das ondas não facilitavam a caminhada dos dois até o quarto. O Segunda Chance jogava e adernava para um lado e, depois, para o outro. Demi precisou admitir que era apavorante estar no oceano, sem nada entre eles e os elementos, a não ser alguns pedaços de madeira, de fibra de vidro e de metal. Ela apertou a mão de Joe.

– Você já enfrentou uma tormenta como essa quando estava velejando?

– Já – disse ele. – Não tenha medo. Vai passar, o sol vai nascer e tudo estará bem.

O otimismo de Joe era reconfortante, e ela queria acreditar nisso. Ah, como ela queria acreditar.

Mas, ainda que o sol surgisse no dia seguinte e eles atravessassem a noite sãos e salvos, ela sempre teria a sensação de que perdera algo especial.

– Por aqui, anjo – disse ele.

Anjo.

Ele começara a chamá-la daquele jeito na noite em que ela lhe contara a respeito de Trey Gross. Na noite em que ela desmoronara. Nunca dissera a ninguém o que havia acontecido com ela, naquela noite, com Trey. Ainda não sabia por que contara a Joe.

Depois de quase cinco minutos de passos hesitantes, eles chegaram à cabine. O barco balançava como se fosse uma cadeira de balanço movida a gasolina, para frente e para trás, para frente e para trás. Os cabos, as cordas e os mastros rangiam e estalavam sob o peso da tormenta. Os raios brilhavam, e os trovões rugiam. Demi se encolheu de medo.

– Você tem medo de tempestade?

– Em geral, não, mas estar no meio do oceano durante uma faz com que eu me sinta extremamente vulnerável.

– Mas também é excitante, não é?

Na verdade, era.

– É mais divertido do que uma montanha russa – disse ele.

– Mas não tão segura – respondeu ela.

– A segurança é supervalorizada. Impede que você aproveite o momento.

– Segure um fio desencapado e você acabará eletrocutado.

– Touché.

Não fora exatamente isso que ela fizera com Joe? Tocara em um fio desencapado?

O brilho de um raio atravessou a escotilha e iluminou intensa e brevemente a cabine. No clarão, ela viu a imagem como que congelada de Joe, olhando para ela com uma expressão de desejo, misturada com espanto e reverência.

– Aqui está o seu alojamento para esta noite, anjo – disse ele, colocando o braço em volta da cintura de Demi e guiando-a até a cama.

Ela ficou parada, segurando a mão dele. Os dois respiravam em sequência. A tormenta rugia e sacudia.

As ondas bateram no barco com maior força do que antes. O Segunda Chance adernou abruptamente para estibordo, jogando Demi na cama e Joe em cima dela. Os quadris de Joe pressionaram os de Demi, a ereção dele pressionou a coxa dela. – Desculpe…

– Ei – sussurrou ela. – Acontece.

– Não deste jeito. Não como acontece com você.

Ela corou e ficou grata pela escuridão.

Ele tentou se levantar. Mas o barco sacudiu novamente, jogando-o de volta em cima dela.

– Aguente – disse ele. – Eu vou embora no intervalo da próxima onda.

Parecia tudo bem, mas, quando ele tentou levantar-se de novo, a mesma coisa aconteceu.

– Parece que você vai ficar preso aqui até a tempestade se acalmar.

– Pelo menos, até o pior passar – disse Joe.

– Eu deito perto da parede. – Ela se arrastou de lado. – Você fica deitado do outro lado.

– Ótimo plano.

– Vamos imaginar uma linha invisível que passe no meio da cama.

– Eu, no meu lado; você, no seu.

– Exatamente – disse ela.

– Nada de invasões.

– Nenhuma.

– Você não me toca; eu não a toco.

– Combinado.

– Não será um problema. Nem um pouco.

– Não. Será moleza. Podemos dividir a cama sem que nada aconteça – afirmou ela.

– Somos adultos.

– Com absoluto controle sobre nós mesmos – replicou ela.

– Exato.

O silêncio durou quase um minuto.

– Demi – Ele sussurrou no escuro.

Foi o suficiente. Bastou o sussurro rouco, e ela cruzou a linha de demarcação invisível que traçara desde o início da viagem. Ele esperava por ela de braços abertos. Os lábios se apossaram dos dela, e ele a beijou com uma avidez de tirar o fôlego.

Ela sentiu os músculos do seu íntimo se contraírem e relaxarem involuntariamente, em um ritmo forte, ansiando, implorando e desejando. Em um frenesi enlouquecido, os dois se despiram mutuamente, enquanto o barco balançava e batia nas ondas. Os trovões e os raios acompanhavam o tom de excitação e de sofreguidão.

A boca de Joe parecia queimar os seios de Demi, a língua ágil a provocava, despertando sensações maravilhosas. Ele esticara o corpo sobre o dela, as costas de Demi estavam pressionadas sobre o colchão e a ereção de Joe estava suspensa entre os dois.

Ela sentia a pulsação latejar tão alto nos ouvidos que não conseguia ouvir mais nada. Estava perdida no mar, sendo jogada pela tempestade, e estava adorando.

Apoiado nos antebraços, Joe ergueu o corpo e pegou no rosto de Demi com ambas as mãos. O brilho de um raio iluminou o rosto dele, e ele a encarou com uma expressão surpresa e prendeu-a sobre a cama.

Ela sentiu um nó na garganta, provocado pela emoção. Não deveria estar fazendo aquilo. Não levaria a nada, mas, talvez, fosse justamente por isso que deveria fazer. Jogue fora o livro de regras e deixe a natureza seguir o seu curso. Ela era uma enfermeira. Compreendia as necessidades biológicas. Não precisava significar mais do que isso.

Claro. Aquele era o plano dela. Apenas se satisfazer fisicamente e bloquear o emocional e o racional. E daí que o coração dela se retorcia de ansiedade quando os cantos dos lábios de Joe se levantavam em um sorriso de garoto? Era um sorriso especial, dirigido só a ela.

As mãos dele soltaram o rosto e exploraram o corpo dela. Sob os dedos de Joe, os seios de Demi se avolumaram e os mamilos enrijeceram; a boca de Joe brincou com os mamilos, absorvendo um e depois o outro. Ela gemeu e enfiou os dedos nos cabelos dele, encorajando-o a continuar a fazer as coisas deliciosas que estava fazendo. Perdendo o controle, ela puxou os cabelos dele.

Ele deu uma risada rouca.

– Vamos ver se eu consigo que você faça isso de novo – sussurrou ele junto ao umbigo de Demi. A voz dele pareceu reverberar ao longo das costas dela.

Sim.

Os dois acompanharam o compasso do mar, o balanço do barco e as batidas violentas das ondas, que provocavam sensações impressionantes nos corpos de ambos.

Ele beijou o rosto e o pescoço de Demi, e ela se dissolveu por completo, com o corpo se contraindo e relaxando em longas ondas. Ela inalava o ar rápida e superficialmente, saboreava o perfume masculino daquele homem que estava fazendo maravilhas com ela.

Por mais divertido que fosse deixar que ele determinasse o curso, Demi acreditava em parceria igualitária. Enquanto a língua de Joe lhe causava sensações incríveis, ela abaixou o braço e tocou a ereção dele. Ele soltou um gemido de satisfação e deslizou a língua ao longo da barriga dela. Por fim, ele levantou a cabeça, com os cabelos que ela puxara, todos arrepiados, e lhe deu um sorriso fascinante.

Ela sorriu de volta, encantada.

Felizmente, ele se inclinou sobre ela com o peito estufado como uma vela inflada pelo vento.

– Espere um pouco, anjo. Vamos velejar.

– O quê? – perguntou ela, confusa, mas ele respondeu à pergunta não com palavras, mas agindo. Ele desceu os dedos da cintura dela, passou pela barriga, pelo quadril, rodeou a coxa até encontrar o ponto mais íntimo de Demi. Ela soltou um suspiro e todos os músculos do corpo se derreteram.

– Quero tanto fazer amor com você que posso até sentir o gosto.

A declaração a deixou arrepiada. Ela também o desejava. Ela o tocou de novo, fazendo com que ele soubesse que o acompanhava.

– Você é tão sexy, Demi – sussurrou ele. – Não acredito que você esteja aqui, comigo.

Ela também não acreditava.

Ele hesitou e olhou para ela.

– Tem certeza de que é isso que você quer?

– Tenho – balbuciou ela, incapaz de suportar a ideia de que o corpo dele não se juntasse ao dela. Só ele poderia apagar o fogo que ardia dentro dela. Só ele possuía a chave para libertá-la. – Mais do que tudo!

Ele esticou o braço e pegou um preservativo em um compartimento acima da cama. Sempre pronto a navegar. Que bela enfermeira era ela. Tão desesperada de desejo que esquecia a proteção. Felizmente, Joe estava raciocinando. Ele abriu a embalagem com os dentes.

– Eu coloco – disse ela, pegando o preservativo e desenrolando-o ao longo da ereção dele. Quando ela terminou, a respiração dos dois estava ofegante e entrecortada.

– Apoie as pernas nos meus ombros – pediu ele.

Ela obedeceu. A posição fez com que os quadris dela se erguessem do colchão. Ele se posicionou entre as pernas dela. Os dois tremiam de excitação.

Demi arqueou as costas, abaixou os quadris e olhou para ele.

– Eu desejo você.

– Eu desejo você – repetiu ele.

Incapaz de resistir mais um segundo, ele abaixou a cabeça e beijou-a longa e avidamente.

Ele entrou no corpo dela com cuidado e ternura. A sensação era muito boa. Ela fechou os olhos e flutuou na bênção daquele momento.

As madeiras do barco estremeciam, como tudo mais. Enquanto a tempestade rugia violentamente lá fora, a paixão rugia ainda com maior intensidade dentro da cabine.

Joe se movimentou lentamente, deixando que ela se adaptasse a ele, e ela aprovou com um sussurro, usando as pernas para puxá-lo contra o corpo.

– Você é tão macia. Maravilhosa.

Ela contraiu os músculos em torno dele, e ele gemeu. Ela o segurou pelos braços, preparando-se para a caminhada mais excitante da vida dela. Como vivera tanto tempo sem saber que o sexo poderia ser daquele jeito? Inocente. Ela se sentia como uma inocente que fazia sexo pela primeira vez.

– Com você, eu me sinto como uma virgem – sussurrou ela.

– Eu também – falou ele com tanta sinceridade, que ela quase acreditou.

Durante os últimos dias, ele a ensinara a aceitar a vida como era, em vez de lutar sempre contra a corrente.

Estar com ele era leve e fácil. Ela só precisava relaxar, divertir-se. Era muito bom estar com ele. Ele fazia com que tudo fosse um jogo. Abrira os olhos dela para inúmeras possibilidades. Com ele, a vida era uma aventura excitante, esperando para ser explorada. E, naquele exato momento, todos os tipos de pensamentos animadores lhe ocorriam.

– Com você, tudo é intenso, não é? – perguntou ele.

Era verdade. Ela encarava a vida como se fosse uma batalha a ser vencida.

– Tudo bem. É assim que vamos fazer. Aqui vamos nós, anjo – murmurou ele com voz tensa e rouca. – A bordo.

Ela ergueu o corpo no mesmo instante em que ele abaixava o dele. Os dois se encontraram no meio do caminho, movimentando-se, esfregando-se, acariciando-se, até que ficaram úmidos de transpiração. Fricção.

Era uma confusão de braços e pernas, bocas, dentes e línguas. Depois de alguns minutos desesperados, ele mudou o ritmo, acalmando-o e se afastando um pouco.

Demi soltou um lamento de frustração.

– Vamos fazer com que isso dure – explicou ele.

Ah.

Ele contraiu as nádegas e se afastou.

Ela reclamou mais alto.

Ele deu uma risada de contentamento.

– Provocação – balbuciou ela.

– Uma boa provocação não faz mal a ninguém.

Ela virou e se apoiou nas mãos e nos joelhos, sacudiu as nádegas, e ele soltou um gemido.

– Ah, agora você perdeu a arrogância, hein? – provocou ela.

– Ainda tenho bastante. Estamos apenas começando.

– Promessas, promessas…

– Agora, quem está sendo arrogante? – Ele lhe deu uma palmada de leve no bumbum. – Está me castigando?

– Jamais. Foi apenas para seu prazer.

Ela sentiu um espasmo e tremeu.

– Faça de novo – sussurrou Demi.

– Isto? – perguntou ele, apertando-lhe a nádega.

Ela sentiu o sangue acelerar nas veias e a adrenalina correr para o coração.

– Você gosta disso?

Ela concordou, calada. Não sabia até onde queria ir, mas, naquele momento, o pulso batia muito rapidamente, e o corpo vibrava de excitação.

Mais uma palmada rápida.

Eles estavam absolutamente sozinhos. Só ela e Joe, o oceano e a tempestade, mas ela confiava nele totalmente. Isso era o que mais a surpreendia. Ela não costumava confiar com facilidade, mas, de alguma forma, no fundo, sabia que Joe jamais iria machucá-la. Talvez por isso ela se sentisse tão livre para revelar a ele aquela fantasia secreta. Ela o queria mais do que já quisera alguma coisa em toda a vida.

– Por favor – sussurrou ela sem saber muito bem o que estava pedindo. – Por favor.

Ele segurou-a pelos quadris. Ela afundou o rosto no travesseiro, e ele a possuiu outra vez. Eufórica, ela sentia vontade de cantar.

– Demi… – disse ele o nome dela.

E o som que saía dos lábios dele provocava nela coisas maravilhosas e estranhas.

Prazeroso. O sexo entre os dois era prazeroso e espontâneo, e, naquele doce jogo, os dois atingiram o clímax ao mesmo tempo, enquanto os gritos de êxtase eram abafados pela tempestade.

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AEEEH até que fim o HOT tão esperado chegou!!!! Sexo entre uma tempestade, safados hahahaha

Continuem comentando, eu acho que termino essa mini-fic ainda nessa maratona :)

Beijoos, I Love You <3

6 comentários:

  1. Ai, lacrou, divou, sambou. Socorro, ta demais! Posta logo <3

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  2. Posta logoo

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  3. OMG Mari que hot foi esse?!?! Íncrível!!
    Os dois super entregue ao momento!!
    Esse cap foi maravilhoso e muito esperado por nós leitoras!! Brigada por postar!! Bju!!

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  4. Demi safadinha gosta de umas palmadinha (8
    Kkkkkkkkk
    Amei o capítulo :)
    Perfeitoooooo
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    Fabíola Barboza

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