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Suave - Capitulo 5

 
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DEMI NÃO sabia por que deixara a fala macia de Joe Jonas convencê-la a voltar para a festa. Em parte, ela realmente estava com fome e odiava cozinhar só para ela. Além disso, fizera uma promessa a Selena. Mas havia uma parte que ela não queria cutucar: a parte que gostava de estar perto de Joe.

Assim que chegaram ao convés do iate de Joe, Demi soltou o braço dele, perturbada ao descobrir que estava sem fôlego.

– O que gostaria de beber? – perguntou Joe.

– Você não precisa pegar bebida para mim.

– Não é nenhum problema. – Ele acenou para um garçom de luvas brancas no balcão.

Demi imaginou que muitas mulheres se deixariam impressionar pelo papel de comandante e mestre de Joe. Qualquer desejo dele era uma ordem. Sedutor, com certeza, mas ela desconfiava de tudo que não resultasse de trabalho árduo.

O garçom apareceu e se aproximou de Joe.

– Pode, por favor, trazer uma bebida para a srta. Lovato? Um…

– Um refrigerante diet.

– Está brincando!

– Eu não bebo.

– Nunca?

– Raramente. Noite de Ano-Novo, brindes de casamento, esse tipo de coisas.

– Esta é a minha festa de despedida.

– E daí?

– Você não vai me desejar boa viagem?

– Posso brindar com refrigerante diet.

Joe lançou um olhar de cumplicidade maliciosa para Demi.

– A-há.

– O que foi?

– Nada – Ele deu de ombros.

– O “a-há” queria dizer alguma coisa.

– Não era nada importante.

– Então, por que você não me diz?

– Descobri algo a seu respeito – falou ele sorrindo enquanto ela contraía os cantos dos lábios para baixo.

– O que foi?

– Você tem medo de perder o controle.

– O que há de errado nisso?

– Eu não disse que havia algo de errado. Só tive um insight.

– Eu gosto de me manter alerta.

– Abra uma exceção – disse Joe.

– Você quer que eu fique tonta?

– Talvez.

– Por quê?

– Para provar que você consegue se soltar.

– Eu não preciso provar nada a você.

Ele se aproximou.

– Não, mas não seria divertido parar de pensar tanto, pelo menos uma vez, e relaxar?

– Há cinco minutos, você estava me dizendo que precisava de alguém que soubesse como frear o veleiro.

– Se a vela ficar a barlavento, você nunca irá navegar.

– Não há nada de errado com terra firme.

– Você não gosta de navegar?

– Eu sou marinheira de água doce – resmungou ela. O garçom pigarreou.

– Você está prendendo o pobre homem – disse Joe. – O que vai beber? Nada de refrigerante, a não ser que seja cuba libre.

Ela pensou em se manter fiel à decisão dela, mas seria mais fácil ceder. Havia um ponto em que não se podia mais argumentar, não é? Escolha suas batalhas, Demi. Nem tudo é digno de uma cruzada, ela repetiu para si mesma o conselho que a mãe costumava lhe dar.

– Vinho branco, doce e com baixo teor de álcool.

– Hum… – Ele falou em tom divertido. – Pensei que você iria preferir algo amargo como um salty dog.

– O que é um salty dog?

– Suco de grapefruit com vodca e sal espalhado na borda do copo.

– Quando se trata de álcool, quanto mais doce, melhor. – Ela torceu o nariz. – Eu não gosto do sabor.

– Traga-lhe uma taça de Luccio Moscato D’Asti. – Joe pediu ao garçom.

O garçom inclinou a cabeça, bateu os saltos dos sapatos de verniz e se dirigiu ao bar.

– O que é Moscato não sei o quê?

– Um vinho branco leve, com cinco por cento de álcool. Não embriaga nem gatinho. Você vai adorar.

– Parece perfeito. – Ela viu Selena cercada por um grupo de homens. Dispensava qualquer ajuda.

– Venha. – Joe segurou-a pelo cotovelo e a levou até o bufê.

Demi queria resistir por princípio, porque ele agiu com muita autoridade, mas o convés estava lotado e, calçando saltos absurdos, era bom que ele a ajudasse a percorrer o caminho até a comida. O que a deixava mais desconcertada era a sensação que os dedos dele provocavam na pele dela. A mesma sensação que ela adorara quando ele a beijara na praia, havia vários meses. E que, para ser sincera, era o motivo fundamental para ela querer evitá-lo.

Ele passou um prato para ela, e o garçom trouxe a bebida. Enquanto ela se servia, Joe solicitamente segurou a taça dela. O gesto cavalheiresco, sem dúvida, era parte do ritual de sedução.

Não se deixe levar pela gentileza dele: é uma armadilha.

– Você não vai comer nada? – perguntou Demi a ele.

– Quando estou comendo, não dou a atenção que meus convidados merecem.

– Sinta-se à vontade para circular. – Ela o dispensou. – Não deixe que eu o prenda.

– Ah, mas você é uma das minhas convidadas. Quero ter certeza de que você receba tudo o que precisar.

O estômago de Demi roncava, e ela caprichou no prato enquanto ele esperava. Depois, ele a fez descer até o convés inferior, onde encontraram duas pessoas sentadas. Joe cochichou alguma coisa, as pessoas levantaram e, com um gesto vitorioso, ele indicou as cadeiras a Demi.

– Você os mandou embora?

– Eu perguntei, educadamente, se eles cederiam lugar para uma dama cujos pés estão doendo. – Eu poderia muito bem comer de pé.

Joe sentou e bateu no assento ao lado.

– Por favor, sente-se, Demi.

A maneira como ele disse o nome dela, como se fosse o som mais delicado do mundo, deixou-a arrepiada. Ela sentou com relutância e colocou o prato sobre os joelhos, tomando cuidado para mantê-los juntos, por causa do tamanho da saia. Em vez de olhar para ele, ela se concentrou em soltar um pedaço de frango do espeto de madeira.

– Estou feliz por você ter vindo esta noite.

– Isso é com você.

– Você rebate tudo o que eu digo – protestou.

Ela sorriu. Era verdade.

– Como está o vinho?

– Ainda não provei. – Ela deu um gole. Uau! O vinho descia redondo e macio. – Gostei. Lembra um pouco suco instantâneo.

– Ah, algo que você aprova. Devidamente anotado.

– Não precisa anotar. Esta é a última vez que nos vemos.

– Você parece feliz.

Feliz, não. Aliviada. E grata por ter conseguido evitar os encantos de Joe e ficar fora da cama dele, apesar de ter escapado por pouco.

Joe tocou a mão dela.

– Vou sentir sua falta, Demi. Nunca conheci alguém como você.

Ela puxou o braço.

– Enroladinhos deliciosos. Meus cumprimentos ao bufê.

– Transmitirei seus cumprimentos ao chef.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos.

– Você é uma das trabalhadoras mais dedicadas que eu já conheci.

– Obrigada. – Aonde ele queria chegar?

– Admiro a sua franqueza. Nada de rodeios.

– Falando nisso… – Ela limpou os dedos no guardanapo. – Deixe-me esclarecer uma coisa. Eu não vou passar a noite com você. Nem que fosse a minha última noite no mundo.

– Ufa! – Ele deu uma gargalhada, recostou na cadeira e bateu a mão na testa, como se estivesse aliviado.

Ufa? Demi franziu a testa.

– Porque a última coisa que eu quero fazer é dormir com você – disse.

Ela olhou para ele, perplexa, de queixo caído. Ele não queria fazer sexo com ela?

– O que foi que disse?

– Não me leve a mal. Não é porque você não seja atraente, com esse seu jeito de garota difícil, que não se abala emocionalmente.

– Então, por que diabos, tanto esforço? Implorando para que eu viesse à festa, me servindo vinho e comida, me tocando como se quisesse algo?

Joe ergueu as mãos.

– Espere um minuto. Vamos esclarecer as coisas… Você quer que eu a deseje, mas não pretende dormir comigo?
 
Demi apertou os lábios, sentindo-se culpada. É, mais ou menos.

– Eu quero ser a única mulher que não cai aos seus pés.

Joe deu um sorriso malicioso.

– Quase caiu.

– Mas não caí.

– Só porque eu recuei.

– Eu teria recuado. Você só foi mais rápido.

– Nós nunca vamos saber, não acha?

Ela colocou o prato de lado. Realmente, gostaria de um pouco mais de cogumelos recheados, mas não queria mais ficar sentada ali, ao lado de Joe Jonas.

– Você está torrando a minha paciência.

– Eu digo o mesmo de você, baby.

– Não me chame de baby! – Como aquele homem conseguia irritá-la com tamanha facilidade? Ela odiava isso.

– Por que não? Você está agindo como um bebê. Eu estava tentando lhe fazer um elogio, e você distorceu tudo, sem motivo. Você tem tendência a fazer isso.

– É? E você tem tendência a achar que é um presente dos deuses para as mulheres. Mas não passa de um idiota que navega em dinheiro para poder se sentir bem.

– O que há de errado com isso? Eu me sinto bem, as pessoas têm a ajuda de que precisam.

– Porque você parte navegando para a sua vida extravagante e deixa os outros ansiando por você. Joe deu um sorriso de cumplicidade e abaixou o tom de voz.

– Você está ansiando por mim, Demi?

– Sim, ansiando para que você vá embora.

Ela se afastou, levando a taça de vinho.

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Capitulo programado, estou na faculdade, enjoy!! <3

4 comentários:

  1. Perfeito, por favor, posta mais, posta tudooooo, ta divo <3

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  2. Ah por favor posta mais. Ficou tão perfeito esse capítulo. Esse Joe não é o cavalheiro mesmo. Como ele fala que não quer ir pra cama com essa mulher. Eu quero Demi, me leva.
    Continuaa
    Fabíola Barboza

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  3. muito bom, posta logo baby kkk

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  4. demi difícil u.u kkkkkkk
    perfeito <3
    posta logoo
    beijos

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